quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Bolsa Família e os gastadores de gente

O Bolsa Família e os gastadores de gente
Saul Leblon - Carta Maior - 30/10/2013

Hoje são 14 milhões de famílias beneficiadas em todo o país pelo Programa Bolsa Família com direito a uma transferência média de US$ 35 por mês.

‘Aos olhos das nossas classes dominantes, antigas e modernas, o povo é o que há de mais réles. Seu destino e suas aspirações não lhes interessa, porque o povo, a gente comum, os trabalhadores, são tidos como uma mera força de trabalho - um carvão humano- a ser desgastada na produção. É preciso ter coragem de ver este fato porque só a partir dele, podemos romper nossa condenação ao atraso e à pobreza, decorrentes de um subdesenvolvimento de caráter autoperpetuante ...”(Darcy Ribeiro;1986)

Imagem: Facebook
Em janeiro de 2003, quando o programa Fome Zero foi lançado como primeiro ato do primeiro dia útil do governo Lula, havia um clima de terceiro turno no país.

Inconsolável com a derrota de seu eterno candidato José Serra, a mídia conservadora mostrava as garras.

O objetivo do cerco era acuar a gestão petista numa crise de desgoverno para, ato contínuo, retificar o deslize das urnas de forma saneadora.

Da universidade não faltavam contribuições obsequiosas.

Intelectuais de bico longo e ideias curtas pontificavam o despropósito de um programa de combate à fome num país onde, dizia-se de forma derrisória, esse era um problema menor.

O Fome Zero era o nome fantasia de uma ampla política de segurança alimentar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Black blocs, o assassinato do menino Douglas e o inferno anunciado…A ação black bloc no Brasil é fruto, sim, também disso. E principalmente disso. Da violência policial.

"A ação black block no Brasil (e ela é diferente de outros países), se alguém ainda tinha dúvida, é fruto, sim, também disso. E principalmente disso. Da violência policial. Os black blocs nunca lutaram por vinte centavos, por transporte melhor ou por melhores salários dos professores. Esses meninos têm ódio da polícia. Eles pulam de ódio da polícia. Eles querem derrotar a polícia. Não são só garotos e garotas de periferia. Mas os que não são também não aceitam como legítima a ação das forças policiais. E querem derrotar a polícia.

Se acho isso bom? Se acho isso ruim? Não acho nada. Quero que a democracia que construímos seja capaz de se relacionar com essa questão sem tentar eliminar fisicamente esses meninos e meninas. E sem criminalizar suas ações e reações." 

Black blocs, o assassinato do menino Douglas e o inferno anunciado…
Renato Rovai - Revista Forum - 29/10/2013

No dia 3 janeiro à noite, bem antes das Jornadas de Junho, uma chacina chocou São Paulo. Laércio de Souza Grimas, o DJ Lah, de 33 anos, do grupo Conexão do Morro, foi assassinado com outras seis pessoas num bar do Campo Limpo, zona Sul de São Paulo. Bar que ficava em frente ao local onde tinha sido assassinado o pedreiro Paulo Batista do Nascimento, numa execução que, filmada, acabou no Fantástico da Rede Globo.

No dia 7 de janeiro, ainda em férias, escrevi um post sobre o assunto. Um dos trechos:

“Segue um relato-reportagem, a meu pedido, feito pelo repórter Igor Carvalho sobre o caso do massacre de Campo Limpo e seu contexto. Igor esteve ontem no local da chacina e conversou com uma série de pessoas que pediram anonimato. O clima em Campo Limpo e em outros bairros da periferia é terrível. Misto de revolta e medo. Perfeito para produzir reações extremadas. Quem acha que a situação atual é ruim, vai ter saudades do hoje. São Paulo pode virar um inferno. Eu, acima assinante, responsabilizo Alckmin por isso. Foi ele quem disse que quem não reagiu está vivo. E que de certa forma autorizou a bárbarie.” Você pode ler a nota inteira aqui

Bolsa Família. Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome desmonta mitos do programa. Homem adulto que recebe o Bolsa trabalha; mulher não engravida para ter o dinheiro.

CAMPELLO DERRUBA OS MITOS CONTRA O BOLSA FAMÍLIA
Conversa Afiada - 29/10/2013
Homem adulto que recebe o Bolsa trabalha ! Mulher não engravida para ter o dinheiro.

O governo lançará nesta quarta-feira (30), na comemoração do aniversário dos dez anos do Bolsa Família, em Brasília, com a Presidenta Dilma e o Nunca Dantes, um livro de 500 páginas com estudos sobre o programa.

O livro desmonta os mitos – preconceitos – contra o Bolsa Família.

O mito de quem recebe o Bolsa Família não trabalha.

Ou seja, o pobre é vagabundo.

O mito de que a mulher engravida para não sair do Bolsa Família.

Ou seja, a mulher pobre é pilantra.

O mito de que o Bolsa Família não tem “porta de saída”.

Ou seja, o Bolsa dá a vara mas não ensina a pescar.

O mito de que o Bolsa Família é um desperdício, “patrimonialista”, “paternalista”.

Ou seja, o Lula criou o Bolsa Família para assegurar os votos do Nordeste.

Paulo Henrique Amorim entrevistou, por telefone, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Ela desmonta os mitos todos.

Eis a entrevista em áudio e texto:

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Black blocs, segundo pesquisador, são politizados, de esquerda e sobretudo de extrema-esquerda, são distintos em cada manifestação. De maneira geral, quem mais participa desses grupos são anarquistas, anticapitalistas, feministas radicais e ecologistas

Black blocs são politizados e expressam revolta contra injustiças sociais, diz pesquisador
RBA - Tadeu Breda - 28/10/2013 

Estudioso dos jovens mascarados, Francis Dupuis-Déri defende que a tática é uma reação à violência policial, e nasceu na Alemanha de 1980 da convicção de que é preciso ir além das passeatas

Link da imagem RT . Photo by Reuters / Nacho Doce
São Paulo – “É preciso perturbar e reagir quando a polícia ataca o povo.” Essa é uma das explicações que o cientista político Francis Dupuis-Déri elaborou sobre os black blocs durante os mais de dez anos em que estuda a tática dos jovens mascarados que se infiltram nas manifestações populares para atacar símbolos do capitalismo. “Apenas uma ínfima parcela da elite controla os negócios globais. Existe um sério déficit democrático no mundo. As pessoas estão revoltadas e consideram que já não basta se manifestar pacificamente.”

Professor da Universidade de Québec em Montreal (Uqam), no Canadá, Dupuis-Déri conversou com a RBA por e-mail. Respondeu a perguntas sobre a origem histórica dos black blocs, na Alemanha Ocidental, nos anos 1980, e sobre como tem sido a repressão à tática em outros lugares do mundo. Na entrevista, ficamos sabendo que os governos de São Paulo e Rio de Janeiro não foram os únicos a ferir as liberdades civis na tentativa de reprimir o descontentamento dos black blocs. “Os conflitos políticos se polarizam e o Estado age de maneira burra, através da repressão policial e da detenção dos dissidentes.”

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Kotscho. Governo Dilma vive melhor momento desde a posse

Governo Dilma vive melhor momento desde a posse
Ricardo Kotscho - 24/10/13 às 20h13

Antes mesmo da divulgação da nova pesquisa Ibope nesta quinta-feira, em que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita já no primeiro turno em três dos quatro cenários avaliados, mesmo se Marina for candidata, o clima no Palácio do Planalto já era tão bom como faz tempo não se via. "Acho que esta é nossa melhor semana desde a posse", disse-me um dos principais interlocutores da presidente.

Uma vez por semana tenho o hábito de fazer uma ronda entre meus amigos no governo para saber como andam as coisas e já me habituei a ouvir um rosário de queixas sobre a vida difícil de quem lá trabalha, os tiros no pé, as trombadas, a incompreensão da imprensa e dos empresários, e tudo aqui que faz parte da rotina do poder.

Desta vez, antes mesmo de fazer a primeira pergunta, notei um ambiente mais descontraído e nenhuma preocupação com a pesquisa que seria divulgada poucas horas depois. Não que eles tivessem alguma informação de cocheira, mas os fatos dos últimos dias justificavam o otimismo.

De fato, a palavra crise sumiu do noticiário nas últimas semanas e deu lugar a sucessos do governo como o leilão do pré-sal e a aprovação do programa Mais Médicos. Hoje mesmo, os palacianos tinham boas notícias a dar: Dilma anunciou que vai liberar para mais de 1.000 prefeituras recursos da ordem de R$ 13,5 bilhões para investimentos em saneamento básico e asfaltamento.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Após o SUS, Mais Médicos é a segunda revolução no sistema de saúde, diz profissional que atuará na Bahia

Após o SUS, Mais Médicos é a segunda revolução no sistema de saúde, diz profissional que atuará na Bahia
Blog do Planalto - 22/10/2013

O baiano Fabiano Santos da Cruz, que acaba de retornar de Cuba, onde ganhou uma bolsa de estudos e se formou em Medicina, disse que o programa Mais Médicos é a segunda revolução no sistema de saúde brasileiro após a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Fabiano, que é natural de Ipirá, a 202 Km de Salvador, vai atuar em Feira de Santana, e pretende ser um instrumento na melhoria de vida da população que mais precisa.

Fabiano e centenas de profissionais das mais variadas nacionalidades que integram a segunda fase do programa estão alojados na Academia Nacional de Polícia, no Distrito Federal, e ainda esta semana vão viajar para as cidades em que prestarão atendimento. Eles participaram nesta terça-feira (22), no Palácio do Planalto, da cerimônia de sanção da lei que institui o Mais Médicos, e contaram ao Blog do Planalto sobre a experiência de ser parte do programa.

“Um país como o Brasil precisa muito de médicos, é uma necessidade básica. Quem não tem saúde, o que pode fazer na vida?”, questiona a médica Celia Steiman, que veio da Argentina para participar do programa. Celia conta que os intercambistas estão aprendendo muito e elogiou o SUS. “Mesmo que ainda esteja faltando alguma coisa e não esteja tudo perfeito, é muito superior o nível da medicina comunitária no Brasil”.

A venezuelana Maria Fernanda Fernández Moraes conta que está feliz por participar do Mais Médicos. “A gente vai poder fazer um trabalho muito bonito aqui, ajudando o povo brasileiro”, disse ao lado do amigo Juan Martín Estevez, a quem incentivou para que também viesse ao país. “Ela me disse: ‘Juan, é hora de abrir portas’”.

Português intensivo

Na Academia Nacional de Polícia, além de moradia provisória, os médicos estrangeiros têm aulas intensivas de português. A professora Lara Amaral acompanhou os alunos durante a cerimônia e falou sobre o trabalho. “A experiência é muito rica para as duas partes”.

“A gente trabalha com um programa de língua portuguesa e cultura brasileira. Para que eles se prepararem para o cenário que eles vão encontrar nos interiores, no sertão, no cerrado. E a gente trabalha com músicas típicas, com vídeos [...] Os médicos estão saindo capazes plenamente de ir para o consultório e atender a população”, conta Lara, que destacou ainda o respeito que recebe, em especial, dos alunos cubanos. “Eles têm uma educação, uma postura, que é de tirar o chapéu”.

domingo, 20 de outubro de 2013

Bolsa Família faz 10 anos e já vai de Nova York à Suíça. Atacado por muitos no Brasil, ele é considerado, pela ONU e ONGs internacionais um dos principais programas de combate à pobreza do mundo

Bolsa Família faz 10 anos e já vai de Nova York à Suíça
247 - 19/10/2013

Neste domingo 20, completa exatos dez anos o maior programa social do Brasil; odiado por muitos, que o consideram assistencialista, pernicioso e, sobretudo, eleitoreiro, mas pedra de toque dos governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, o certo é que o Bolsa Família está se tornando cada vez mais imitado em todo mundo; depois de ser implantado em Nova York, com a colaboração de técnicos brasileiros, chega à Suíça nas próximas semanas, com votação marcada no congresso do país europeu famoso pela riqueza; aqui, benefícios pagos a 13,8 milhões de famílias variam de R$ 32 a R$ 306 por pessoa; lá, em versão 2.0, transferências serão de até R$ 6 mil; repita-se: R$ 6 mil!; neste 2013, investimento total do governo brasileiro é de R$ 24 bilhões; ou você acha que é gasto?



247 – O principal programa social do governo, iniciado durante a gestão do ex-presidente Lula e pedra de toque da administração Dilma Rousseff, completa 10 anos neste domingo 20 - e se globaliza. Atacado por muitos no Brasil, ele é considerado, pela ONU e ONGs internacionais um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, tendo sido nomeado como "um esquema anti-pobreza originado na América Latina que está ganhando adeptos mundo afora" pela revista The Economist. Governos de todo mundo estão de olho", registra o Wikipédia. Para o jornal francês Le Monde, "o bolsa família amplia, sobretudo, o acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza".

Nas próximas semanas, informa o governo da Suíça, o modelo Bolsa Família será implantado em uma pequena região do pais. Mas numa versão 2.0, com benefícios equivalentes a R$ 6 mil (abaixo). Nos Estados Unidos, Nova York foi a primeira cidade a adotar o programa, hoje atingindo cerca de 3 mil famílias, com ajuda de técnicos brasileiros.

Para a pesquisadora italiana Francesca Bastagli, da London School of Economics, o programa foi "desenhado" de forma a permitir a emancipação dos beneficiados. "O bolsa família tem uma estrutura que vai em direção contrária ao assistencialismo", acrescenta Francesca, que estuda ações de diversos países direcionadas à transferência de renda para os pobres.

No Brasil, pode-se amá-lo ou odiá-lo. Nos 10 anos de implantação do programa, sobrou pouco espaço para o meio termo da oposição. Denúncias sobre irregularidades pontuais aparecem com frequência na mídia, mas uma coisa se reconhece: ele mudou a face do Brasil, ao atingir milhões de famílias.

"O Bolsa Família acomoda a população pobre", analisou certa vez a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Para a entidade, o programa seria "só uma ajuda pessoal e familiar. É verdade que 11 milhões de famílias recebem no Nordeste e no Norte, mas isso levou a uma acomodação, a um empanzinamento".

ESTUDO INÉDITO - Mas para o governo, é mesmo a sua menina dos olhos. Em estudo inédito divulgado na terça-feira 15 em comemoração ao aniversário de uma década do programa, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada) revelou que a iniciativa implantada no governo Lula reduziu a extrema pobreza em 28% nos últimos dez anos, superando em 70% o patamar estabelecido pela meta do milênio da ONU.

Atualmente, o Bolsa Família atende a cerca de 13,8 milhões de famílias – quase 80 milhões de pessoas. Para a ministra Tereza Campello, o programa traz melhorias, principalmente, na redução da pobreza e na redução da desigualdade. "Nós temos dados, estatísticas robustas que comprovam os benefícios que o Bolsa Família trouxe para as famílias ao aliviar a pobreza, ao levar crianças para salas de aula, ao melhorar o desempenho escolar e a reduzir a mortalidade infantil", afirmou a ministra.

Segundo Marcelo Neri, presidente do Ipea, a cada 2% gasto com o Bolsa Família, 12,5% são transformados em benefício para a população, ou seja, o programa ajuda não só a reduzir a pobreza, mas também a estimular a economia a partir do consumo da população mais pobre. "O Bolsa Família tem um efeito multiplicador na economia, cada real que você gasta no Bolsa Família, ele faz a economia girar R$ 2,40. Ele tem um impacto sobre a pobreza, com impacto direto de 36%, ou seja, a pobreza cai de 4,9% para 3,6% com o Bolsa Família sem levar em conta os efeitos multiplicadores", afirmou.

Os dados do impacto do programa também apontam que a renda dos mais pobres cresceu em torno de quatro vezes mais rápido do que a renda dos mais ricos. O investimento pelo governo federal no Bolsa Família em 2013 é de R$ 24 bilhões, o que representa 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB). "Ele (o Bolsa Família) gasta apenas 0,5% do PIB, então ele consegue fazer muito na pobreza e na desigualdade. Ele consegue fazer muito, gastando relativamente pouco", disse Neri.

Com informações do Ipea e do Blog do Planalto

Abaixo, notícia do portal Infomoney, parceiro_247:

Suíça votará projeto de Bolsa Família no valor de quase R$ 6.000 por pessoa

InfoMoney

sábado, 19 de outubro de 2013

Negócio da China. Por que é bom torcer para que a China ganhe o leilão de Libra

A China e o campo de Libra
Tijolaço - 19 de outubro de 2013 | 13:48

O jornalista Paulo Nogueira toca num ponto que já foi abordado pelo Tijolaço algumas vezes, com outro enfoque. A presença da China na parceria com a Petrobrás, explorando o Campo de Libra, é mais vantajosa para o Brasil do que a norte-americana ou britânica. No artigo, Nogueira cita uma economista zambiana que tem abordado as diferenças entre China, Europa e EUA no tratamento dos problemas do continente africano.

Enquanto Europa e EUA sempre se caracterizaram pela exploração predatória, temperada por um assistencialismo de ongs, a China tem gerado empregos, indústrias e empreendedorismo na África. Nogueira, ao final do texto, dá uma estocada no nacionalismo hipócrita e demagógico de Serra, flagrado pelo Wikileaks prometendo dar o pré-sal a Chevron, petroleira norte-americana.


Por que é bom torcer para que a China ganhe o leilão de Libra
Por Paulo Nogueira, no Diario do Centro do Mundo

Uma questão tem sido virtualmente ignorada — ou deliberadamente distorcida — no controvertido leilão do campo de libra: a presença da China.

É a chamada boa notícia.

Torcemos para que a China ganhe. É o melhor parceiro que se pode ter hoje. Em seu excelente livro “The Winner Take All”, que relata a corrida organizada e bem-sucedida chinesa em busca de recursos naturais que garantam seu futuro, a economista Dambisa Moyo mostra como a China rompeu o paradigma ocidental nessa área.

Tradicionalmente, o ocidente promoveu guerras para tomar posse de áreas ricas em recursos naturais. Por meio das bombas, estabeleceu relações que eram absurdamente desfavoráveis para os países plenos de recursos. Veja o que os Estados Unidos fazem há anos no Oriente Médio, por exemplo, para assegurar petróleo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Bolsa Família é modelo para programa que atende cinco mil famílias em Nova York

Bolsa Família é modelo para programa que atende cinco mil famílias em Nova York

Além dos EUA, Honduras, El Salvador, Gana, Quênia e África do Sul criaram programas similares . Governo diz que 63 países enviaram equipes para conhecer o Bolsa

"Este é um inovador programa de transferência de renda com condicionalidades que visa auxiliar os novaiorquinos a romper o ciclo de pobreza e é baseado em programas bem sucedidos ao redor do mundo", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ao anunciar o Opportunity NYC, em 2007.


Bloomberg só não especificou que "ao redor do mundo", no caso, significa o Brasil. Antes de implantar o Opportunity NYC, que hoje beneficia cinco mil famílias em bairros como Harlem e Bronx, o prefeito de Nova York enviou uma equipe a Brasília para estudar o Bolsa Família, programa que serviu de inspiração para a administração novaiorquina.

Pouco depois, em entrevistas à imprensa brasileira, a vice de Bloomberg, Linda Gibbs, admitiu que o exemplo nacional foi a principal inspiração do Opportonuty NYC devido à exigência de contrapartidas como a permanência de jovens na escola.

Dez anos depois de sua criação, o Bolsa Família é o maior produto de exportação da chamada tecnologia social brasileira. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 63 países já enviaram equipes a Brasília para conhecer melhor o programa.

Do total, 25 países são africanos. Outros 20 são da América Latina e do Caribe. Mas o Bolsa Família também chama atenção de países desenvolvidos que historicamente foram objeto de inspiração para os brasileiros, como Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Alemanha e até a Noruega, uma das nações socialmente mais avançadas do planeta.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bolsa Família vence prêmio ISSA, o Nobel social.

Bolsa Família vence prêmio ISSA, o Nobel social
247 - 15/10/2013

Fundada na Suíça, em 1927, e reconhecida por 157 países e 330 ONGs, Associação Internacional de Seguridade Social concede seu maior prêmio ao Bolsa Família; reconhecimentos ocorrem apenas de três em três anos; atacado no Brasil, programa foi julgado como "experiência excepcional e pioneira na redução da pobreza"; em entrevista coletiva no Ipea, nesta manhã, ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirma que "premiação internacional reconhece o esforço do país para construir uma rede de proteção social"; estudo inédito do instituto sobre o impacto da iniciativa na economia revela que se o Bolsa Família fosse extinto, a pobreza passaria de 3,6% para 4,9%; além disso, cada real gasto com o programa, que completa 10 anos, faz a economia girar 240%

Imagem: MDS
247 – O governo não tem como não comemorar. Polêmico no Brasil, onde é alvo de ataques em razão de falhas pontuais e, também, pelo que é visto por muitos como 'caráter assistencialista', o programa Bolsa Família acaba de receber aquele que é considerado o prêmio Nobel da seguridade social.

Trata-se do Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social. Com sede na Suíça, essa entidade foi fundada em 1927 e é reconhecida por 157 países e 330 organizações não governamentais. O grande prêmio, concedido depois de uma série de pesquisas in loco, só é concedido a cada três anos.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

OPAS: “Mais Médicos” é arrojado e inovador. O Brasil, que já é reconhecido como líder global em saúde pública, se encontrará em uma posição privilegiada para compartilhar informações a respeito dos seus programas nacionais e sua cooperação internacional na área de saúde.

OPAS: “Mais Médicos” é arrojado e inovador
Fernando Brito - Tijolaço - 9 de outubro de 2013 | 12:12

Carissa Etienne, diretora geral da Organização Pan-Americana de Saúde, a mais antiga instituição médica do mundo, publicou hoje um artigo em O Globo que deveria ser lido por todas as pessoas que acham que o “Mais Médicos” é um programa de natureza eleitoral.

Reproduzo um trecho, que espero na esperança de que se cure o “complexo de vira-latas” de luxo que se tem em relação à saúde brasileira. Ela tem estruturas precárias, filas, carências de toda a espécie.

Mas é a única política social que, neste país, evolui sem recuos nos últimos 25 anos, desde a criação do SUS e da universalização do direito de acesso aos serviços de saúde, para uma população imensa, carente e com dispersões geográficas gigantescas.

Coisas que, estamos vendo, não são realidade em muitos países avançados economicamente, como os Estados Unidos, que só enxergam a medicina como um negócio privado.
                                                                             Dra. Carissa Etiene - Diretora da OPAS
Graças, aliás, aos profissionais médicos dedicados à saúde pública e não transtornados com uma ideia corporativa mesquinha, que os afasta dos próprios objetivos da profissão e que está causando danos irreparáveis à imagem da categoria.

Que bom se os médicos brasileiros pudessem ser vistos como o que são: protagonistas de uma história dos progressivos sucessos de um país na luta contra a pobreza e o abandono do ser humano.

O Brasil não está só

Carissa Etienne
(…)A Opas/OMS tem apoiado seus países-membros em suas iniciativas para fortalecer os recursos humanos em saúde. A mais recente destas iniciativas foi o arrojado e inovador programa Mais Médicos, do Brasil.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Contra o mugido das vacas. No momento em que a Constituição Federal comemora 25 anos de existência, se ouve o mugido das vacas, o relincho dos cavalos e o trote das mulas que invadem o plenário do Congresso Nacional e se misturam ao zumbido estridente da moto serra.

CAUSA INDÍGINA - Contra o mugido das vacas.
Carlos Augusto de Araujo Dória - BLOG DE UM SEM-MÍDIA - 07/10/2013

Contra o mugido das vacas 

"Os ruralistas não podem confessar aos eleitores que seu objetivo é o lucro, apenas o lucro, nada mais que o lucro. Inventam, então, que estão defendendo 'os interesses nacionais' e classificam como 'anti-Brasil' os que não concordam com eles. Essa é uma velha tática, usada no século XIX, quando o agronegócio da época acusava os que defendiam a abolição dos escravos de representarem interesses estrangeiros". O comentário é de José Ribamar Bessa Freire em artigo publicado no portal do Cimi, 06-10-2013

Eis o artigo.

No momento em que a Constituição Federal comemora 25 anos de existência, se ouve o mugido das vacas, o relincho dos cavalos e o trote das mulas que invadem o plenário do Congresso Nacional e se misturam ao zumbido estridente da moto serra. É possível sentir o bufo agressivo que sai em jatos de ar pelas narinas de parlamentares. Essa é a voz da bancada ruralista formada por 214 deputados e 14 senadores, que querem anular os direitos constitucionais dos índios. Seus "argumentos" são relinchos, bater de cascos, coices no ar e, por isso, não conseguem convencer os brasileiros.

Nas principais cidades do país ocorreram manifestações contra esta ofensiva do agronegócio. Nesta semana, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) organizou Mobilização Nacional em defesa dos direitos indígenas. A parte sadia do país disse um rotundo "não" ao pacote de dezenas de Projetos de Emenda Constitucional (PEC) ou Projetos de Lei Complementar (PLP) que tramitam no Congresso apresentados pela bancada ruralista e pela bancada da mineração.
Esses parlamentares querem exterminar as culturas indígenas não por serem gratuitamente malvados, perversos e cruéis, mas porque pretendem abocanhar as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Para ampliar a oferta de terras ao agronegócio, lançam ofensiva destinada a mudar até cláusulas pétreas da Constituição. Exibem despudoradamente seus planos em discursos e através da mídia como os artigos na Folha de São Paulo da senadora Kátia Abreu (PSD-TO vixe, vixe), a muuuusa da bancada ruralista e do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS vixe vixe).

Causa inconfessável

Quase todos os parlamentares da bancada ruralista tiveram suas campanhas financiadas por empresas de capital estrangeiro como Monsanto, Cargill e Syngente, além da indústria de armas e frigorífico, conforme dados da Transparência Brasil. Afinal, é disso que eles vivem, dessa promiscuidade com o capital estrangeiro, sem o qual não poderiam exportar e comprar produtos. Querem agora liberar as terras indígenas para grandes empresas brasileiras e estrangeiras plantarem monoculturas com agrotóxicos, construir barragens no rios e extrair minérios para a exportação.

domingo, 6 de outubro de 2013

PNAD. Você sabia que ficou mais rico? A vida dos brasileiros, em 2012, melhorou em "ritmo chinês", com a renda média crescendo 8,9%. Folha de SP ignorou, pinçando somente dados negativos do levantamento. Ombudsman do jornal, Suzana Singer, denunciou a "trapaça".

"(...)As quatro famílias midiáticas e seus satélites, então, decidiram que havia que usar métodos artificiais para apear do poder aquele grupo político desafiador.

Primeiro, tentaram transformá-lo (Lula) em inventor da corrupção no Brasil. Vendo que a maioria não acreditou, de cerca de um ano para cá as famílias midiáticas mitigaram a gritaria moralista e passaram a apostar na distorção da situação econômica e social do país, crente em seu poder “hipnótico”, com o qual fariam uma nação inteira acreditar que aquele grupo político desafiador a estaria levando à ruína."

"Antes de reproduzir a coluna dessa jornalista que, com sua matéria sobre o tema em questão – publicada na Folha de São Paulo de 6 de outubro de 2013 –, ganhou meu respeito, quero cumprimenta-la, pois fez uma pesquisa aprofundada sobre a trapaça que tanto o jornal em que trabalha quanto o resto da “grande mídia” praticaram mais uma vez."
Eduardo Guimarães.


"Folha destaca apenas dados negativos da Pnad, apesar de a pesquisa ter apontado aumento de renda em 2012A edição que a Folha fez da pesquisa Pnad, que traça anualmente um quadro social do país, é um prato cheio para quem acha que o jornal só publica más notícias. Todos os destaques pinçados no levantamento eram negativos."
SUZANA SINGER

Você sabia que ficou mais rico?
Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania - 06/10/2013

Durante a primeira década do século XXI, centenas de brasileiras e brasileiros de todas as idades e regiões do país criaram páginas na internet para denunciar que os meios tradicionais de comunicação (jornais, revistas, rádios, televisões e grandes portais de internet) tentam ludibriar a sociedade a fim de fazerem prevalecer suas preferências políticas.

Em boa parte, são pessoas como este que escreve – sem vinculações políticas ou corporativas de qualquer espécie, movidas, apenas, pela indignação com uma dita “grande mídia” que mente, distorce informações, inventa acusações e exalta grupos políticos e econômicos com fins unicamente particulares, ou seja, de forma a obter lucro para os seus controladores.

sábado, 5 de outubro de 2013

25 anos da Carta Magna. Quem foi Quem na Constituinte de 1988 nas questões de interesse do trabalhadores. DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) deu nota de 0 a 10 aos parlamentares.

Quem foi Quem na Constituinte - nas questões de interesse do trabalhadores - 1988

Fonte: DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

A publicação registra a atuação de cada um dos 573 parlamentares durante o processo de elaboração da Constituição de 1988. Aos parlamentares foram atribuídas notas de zero a dez. As questões fundantes para essa avaliação concentraram-se nas votações de projetos com os seguintes temas: sistema de governo, soberania da economia nacional, democracia participativa, organização sindical, liberdades democráticas, reforma agrária e, sobretudo, direitos sociais dos trabalhadores.

Quem foi Quem na Constituinte - nas questões de interesse do trabalhadores - São Paulo

10,00: LULA
10,00: Jose Genoíno
10,00: Luiz Gushiken
7,00: Geraldo Alckimin
6,25: Mário Covas
5,00: FHC
3,75: José Serra
2,25: Michel Temer

Quem foi Quem na Constituinte - nas questões de interesse do trabalhadores - Minas Gerais

9,00: Itamar Franco
5,00: Aécio Neves

Eleições 2010: compare como votaram Lula, FHC e Serra na Constituinte
DIAP - 13/10/2010

Os tucanos ficam literalmente apopléticos quando se faz comparações entre as gestões de Lula e FHC. Partem para o ataque, apelam, justificam e se irritam quando o debate sucessório segue esse script.

Em política, com todo o desgaste que o processo político-eleitoral sofre entre a população e os eleitores, as propostas dos candidatos, as plataformas - que por razões óbvias não tem como ser detalhadas nos programas do horário eleitoral e nos debates - são parecidas.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Petrobras. Lições de uma sessentona rebelde que nasceu das ruas. Há 60 anos, uma geração de homens e mulheres apostou que o petróleo era necessário ao país.

"Se dependesse das restrições da época e do imediatismo das elites saqueadoras, Getúlio Vargas não teria criado a Petrobrás, naquele 3 de outubro de 1953."

Lições de uma sessentona rebelde
Saul Leblon -Carta Maior - 01/10/2013

Mais que uma empresa de petróleo, a Petrobrás é um marcador incômodo do desenvolvimento brasileiro.

Seus sessenta anos comemorados nesta 5ª feira, 3 de outubro, arguem o país do século 21 com um exemplo de audácia bem sucedida trazida do ciclo anterior.

A implícita capacidade de cobrar o presente com o desassombro de um passado que o pré-sal atualiza e magnifica, talvez seja a principal explicação para a profunda antipatia que a simples menção do seu nome inspira no sistema auditivo conservador.

Mais que antipatia, há um esforço para tornar inaudíveis as perguntas que a sua trajetória enseja.

Por exemplo: como é que uma Nação que teve audácia de se credenciar na corrida do petróleo, num tempo em que isso equivalia a uma maratona de ricos, sofre hoje a duras penas para fazer rodovias?

Ou ampliar portos? Ou ainda, estender dormentes de trens? Rasgar e concretar um simples canal para levar um pouco do São Francisco ao sertão nordestino, que concentra a maior demografia mundial em um regime semi-árido?

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Terra da hipocrisia. Os fanáticos do Partido Republicano paralisam os EUA. O ponto central da divergência é o projeto do SUS americano, que os republicanos não aceitam e querem que seja adiado por mais um ano.

SUS americano paralisa o país
Carlos Motta - Blog Crônicas do Motta - 01/10/2013

Não dá nem para imaginar o que a turma do contra falaria se o que aconteceu nos Estados Unidos tivesse ocorrido aqui no Brasil.

Haveria gente que a esta hora estaria pedindo pena de morte para a presidente Dilma.
Link da foto. ENZO APICELLA
Mas essa semiparalisação do governo americano, por causa da falta de um acordo do Congresso para a ampliação do teto da dívida do governo, para US$ 16,7 trilhões, mostra a que ponto chega uma oposição formada por fanáticos, como essa do Partido Republicano: o ponto central da divergência é o projeto do SUS americano, que os republicanos não aceitam e querem que seja adiado por mais um ano.

O fato é que o presidente Barack Obama perdeu muito tempo pensando nos negócios dos Estados Unidos no mundo, como na maneira de derrubar o colega sírio Bashar Al Assad, que se esqueceu que tem, primeiro, de cuidar de sua casa.

O resultado é esse: uma crise monstruosa, que não tem data para terminar e pode ter resultados catastróficos para a economia interna, com reflexos evidentes para a de outros países.