sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quem vai adotar os vira-latas? Após a mea culpa sem culpa da Rede Globo, é preciso recolher nas ruas os órfãos do “quanto pior, melhor”, que começaram torcendo para a Croácia na partida inaugural e já não sabem quem são.

Quem vai adotar os vira-latas?
Luciano Martins Costa - Observatório da Imprensa - 27/06/2014
CHARGE VITOR TEIXEIRA
A imprensa brasileira já vinha fazendo lentamente o caminho de volta para a realidade ao reconhecer que a Copa do Mundo no Brasil é, até aqui, um grande sucesso e uma ampla coleção de recordes. Até a revista Veja, que há alguns anos abandonou o jornalismo, já ensaiou o processo de transição do pessimismo para a celebração, caso os fatos continuem a desafiar suas próprias previsões.

Faltava a Rede Globo de Televisão, que vinha remoendo em suas entranhas a contraditória situação de beneficiária e contestadora do evento. Não falta mais: na edição de quinta-feira (26/6), o Jornal Nacional dedicou 2 minutos e 21 segundos a uma espécie de mea culpa sem culpa. Ou, melhor, a emissora reconhece que havia um excesso de pessimismo no noticiário durante o período que antecedeu o pontapé inicial na bola, mas a culpa não foi da imprensa brasileira: segundo a Globo, foi apenas a imprensa internacional que errou na dose de negativismo.

Em tom conciliador, o apresentador William Bonemer Júnior, conhecido como Bonner, fez a passagem da emissora para o campo oficial da festa (ver aqui o vídeo e o texto correspondente).

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A velha mídia, um Velho do Restelo à brasileira que não só torce contra o Brasil, mas também joga contra. Aqui ele se impregnou nas redações de revistonas e jornalões. Sai de campo numa maca, como uma espécie de Suárez que mordeu a si mesmo.

O VELHO DO RESTELO SAI DE CAMPO CONTUNDIDO
Lelê Teles - Blog Fala Que Eu Te Escuto - 25/06/2014 

Charge Vitor Teixeira
Quando Vasco da Gama partia a caminho das Índias, conta-nos Camões em seu famoso e longo poema épico, havia um ancião derrotista, fracassomaníaco e catastrofista, mirando de longe as naus e vaticinando urubologamente: não vai dar certo!

Seu vaticínio deu com os burros n’água e a expedição deu no que deu!

Mas o espírito do Velho do Restelo continua vivo. Aqui ele se impregnou nas redações de revistonas e jornalões e se transformou; o Velho do Restelo à brasileira não só torce contra o Brasil, mas também joga contra.

Até as vésperas do maior evento internacional ocorrido nestas plagas, a mídia bilionária e familiar vocacionava em alto e bom som, para todo o planeta ouvir, que o evento não daria certo.

Os estádios não ficariam prontos, os aeroportos entrariam em colapso, não haveria transporte público, haveria uma epidemia de dengue (em pleno inverno!) e faltariam ainda bolas, gandulas e apitos.

A mídia internacional, ao invés de embarcar na nau para o novo mundo, ficou na praia a ouvir os resmungos e rabugens do Velho derrotista.

Quando se deu conta, viu que perdia o seu precioso tempo, quem foi na frente descobriu o mundo novo.

A Copa do Mundo no Brasil é um sucesso. O mundo inteiro está aqui, direta e indiretamente, e está maravilhado: os estádios são lindos e funcionais, os aeroportos estão belos e confortáveis, o país tem uma ginga própria, um multiculturalismo invejável, uma culinária variada e original, uma paisagem encantadora e os gringos estão fascinados pela beleza feliz da nossa gente. Não falta quem diga que voltará outras vezes.

O Brasil ganhou credibilidade no planeta, nunca teve a sua imagem exposta por tanto tempo e pra tanta gente e por um preço tão baixo. O país, que era um mito no imaginário mundial, agora ganhou carne e osso.

E parece que é só o começo de uma grande festa, que a redescoberta do Brasil atrairá um enorme volume de turistas estrangeiros ao país. E teremos, ainda e para reforçar, uma Olimpíada daqui a pouco.

O ÍNDIO BLACK BLOC

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Kotscho e a cobertura midiática da Copa. Para alcançar seus mal disfarçados objetivos políticos e eleitorais, após três derrotas seguidas, os antigos "formadores de opinião" abrigados no Instituto Millenium resolveram partir para o vale tudo, e quebraram a cara. Mas a canalhice não tem limites...

Maior legado da Copa no Brasil é a força do povo
Kotscho - Balaio do Kotscho - 24/06/2014

Faz duas semanas, deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.

Link da imagem  Aqui para ouvir o 
Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um evento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo, confundindo Jesus com Genésio, jogando sempre no popular quanto pior, melhor.

Estádios e aeroportos não ficariam prontos ou desabariam, o acesso aos jogos seria inviável, ninguém se sentiria seguro nas cidades-sede ocupadas por vândalos e marginais. Apenas três dias após o início da Copa, o New York Times, aquele jornalão americano que não pode ser chamado de petista chapa-branca, tirou um sarro da nossa mídia ao reproduzir as previsões negativas que ela fazia nas manchetes até a véspera. Certamente, muitos torcedores-turistas que para cá viriam ficaram com medo e desistiram. Quem vai pagar por este prejuízo provocado pelo terrorismo midiático?

Agora, que tudo é festa, e o mundo celebra a mais bela Copa do Mundo das últimos décadas, com tudo funcionando e nenhuma desgraça até o momento em que escrevo, só querem faturar com o sucesso alheio e nos ameaçam com o tal do "legado". Depois de jogar contra o tempo todo, querem dizer que, após a última partida, nada restará de bom para os brasileiros aproveitarem o investimento feito. Como assim? Vai ser tudo implodido?

A canalhice não tem limites, como se fossemos todos idiotas sem memória e já tenhamos esquecido tudo o que eles falaram e escreveram desde que o Brasil foi escolhido, em 2007, para sediar o Mundial da Fifa. Pois aconteceu tudo ao contrário do que previam e ninguém veio a público até agora para pedir desculpas.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Mosaico de uma imprensa vira-lata. As maiores asneiras terroristas publicadas sobre a Copa do Mundo: vídeos, manchetes de jornais, capas de revista, editoriais, previsões catastrofistas.

As piores previsões da mídia sobre a Copa
Jornal GGN - 24/06/2014
 

As manifestações mais esdrúxulas sobre a Copa do Mundo 
Luis Nassif - Jornal GGN - 23/06/2014 - 08:41 - Atualizado em 23/06/2014 - 12:23

Vamos montar um mosaico das maiores asneiras terroristas publicadas sobre a Copa do Mundo: vídeos, manchetes de jornais, capas de revista, editoriais, previsões catastrofistas. Depois, faremos uma seleção das dez piores para uma votação visando eleger a campeã. http://jornalggn.com.br/noticia/as-manifestacoes-mais-esdruxulas-sobre-a-copa-do-mundo


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pensamento único nos veículos de mídia. A cartelização mediocrizante da notícia. Nossa mídia é um cartel, no sentido clássico do termo.


A cartelização mediocrizante da notícia
Luis Nassif - Jornal GGN - 23/06/2014 

1. TODOS os grupos de mídia fizeram a mesma cobertura negativa da Copa, com os mesmos tons de cinza, o mesmo destaque às irrelevâncias, prejudicando seu próprio departamento comercial pelo desânimo geral que chegava aos anunciantes.

2. NENHUM grupo preparou uma reportagem sequer mostrando os detalhes de uma organização exemplar, que juntou governos federal, estaduais, municipais, Ministério Público, Tribunais de Conta, Polícia Federal, Secretarias de Segurança, departamentos de trânsito, construtoras, fundos de investimento. NENHUM!

3. Depois, TODOS fazem o mea culpa e passam a elogiar a Copa no mesmo momento.



4. Na CPMI de Carlinhos Cachoeira TODOS atuaram simultaneamente para abafar as investigações.

5. Na do “mensalão”, TODOS atuaram na mesma direção, no sentido de amplificar as denúncias e esmagar qualquer medida em favor dos réus, até as mais irrelevantes.

6. Na Operação Satiagraha, pelo contrário, TODOS saíram em defesa do banqueiro Daniel Dantas, indo contra a tendência histórica da mídia de privilegiar o denuncismo.

7. No episódio Petrobras, TODOS repetiram a mesma falácia de que a presidente Maria da Graça disse que foi um mau negócio e o ex-presidente José Sérgio Gabrielli disse que foi bom negócio. O que ambos disseram é que, no momento da compra, era bom negócio; com as mudanças no mercado, ficou mau negócio. TODOS cometeram o mesmo erro de interpretação de texto e martelaram durante dias e dias, até virar bordão.

8. No anúncio da Política Nacional de Participação Social, TODOS deram a mesma interpretação conspiratória, de implantação do chavismo e outras bobagens do gênero, apesar das avaliações dos próprios especialistas consultados, de que não havia nada que sugerisse a suspeita. Só depois dos especialistas desmoralizarem a tese, refluíram - com alguns veículos ousando alguma autocrítica envergonhada.

É um cartel, no sentido clássico do termo.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Por que a direita anda mais raivosa do que nunca?

Por que a direita anda mais raivosa do que nunca?

Os barões das grandes corporações midiáticas perceberam que, para haver uma oposição de direita forte, é preciso uma ampla opinião pública direitista.

Antonio Lassance (*) - Carta Maior - 19/06/2014 

Charge Vitor Teixiera: "Um meio de comunicação odioso forma uma sociedade odiosa."
Faz tempo que as campanhas eleitorais são espetáculos dantescos, movidos por baixarias sem limites. Enquanto o Tribunal Superior Eleitoral fica muitas vezes cuidando da perfumaria, os dinossauros reinam.

Mas há algo de novo nesta campanha.

A começar do fato de que boa parte da perversidade de campanha seguia, antes, o seguinte roteiro: denúncias na imprensa, primeiro em jornais e revistas, que depois se propagavam na tevê e no rádio e, finalmente, ganhavam a rua pela ação dos cabos eleitorais.

Agora, o roteiro é: denúncias pela imprensa, mas divulgadas primeiro via internet; propagação pelas redes sociais; repetição pela tevê e pelo rádio e, por último, sua consolidação pelo colunismo e editorialismo da imprensa tradicional.

Embora essa imprensa ainda seja, normalmente, a dona da informação, seu impacto é cada vez menos medido pela audiência do próprio meio - que anda em declínio em praticamente todos os veículos tradicionais - e mais pela sua capacidade de propagação pela internet - blogs, redes sociais e canais de vídeo, principalmente pelo Youtube. E a versão que se propaga da notícia acaba sendo tão ou mais importante do que a notícia em si.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Imagina nas Olimpíadas! Resta à grande imprensa lançar "Em 2016 não vai ter Olimpíadas!"

Resta à grande imprensa lançar 'Em 2016 não vai ter Olimpíadas!

Washington Araújo - Brasil 247 - 19/06/2014

E se não gostarem pela evidente falta de criatividade, aqui temos outro bordão que eles criaram, festejaram e deu no que deu: Imagina nas Olimpíadas! Quem viver verá.

Link imagem: Facebook
Sim, é inegável: Nossa Copa é um sucesso total. Sucesso de organização e de segurança. Sucesso de infraestrutura, com aeroportos tendo transtornos normais a qualquer evento extraordinário em que o número de passageiros é quintuplicado. Sucesso esportivo: é a Copa com o maior número de gols de todos os tempos. Excelente nível técnico marca esse torneio mundial de futebol. Mesmo sendo seu êxito praticamente escanteado das primeiras páginas, dos editoriais e do o jeto de atenção dos colunistas, a verdade é que é um êxito celebrado por The New York Times, Olé (da hermana Argentina!), El País, ESPN, Fox, YAHOO! e dezenas de importantes meios de comunicação sediados fora do Brasil.

Xingamento a Dilma. Quem envergonhou o Brasil aqui e lá fora?

Quem envergonhou o Brasil aqui e lá fora?
Leonardo Boff - 17/06/2014

Pertence à cultura popular do futebol a vaia a certos jogadores, a juízes e eventualmente a alguma autoridade presente. Insultos e xingamentos com linguagem de baixo calão que sequer crianças podem ouvir é coisa inaudita no futebol do Brasil. Foram dirigidos à mais alta autoridade do pais, à Presidenta Dilma Rousseff, retraída nos fundos da arquibancada oficial.


Esses insultos vergonhosos só podiam vir de um tipo de gente que ainda têm visibilidade do pais, “gente branquíssima e de classe A, com falta de educação e sexista’ como comentou a socióloga do Centro Feminista de Estudos, Ana Thurler.

Quem conhece um pouco a história do Brasil ou quem leu Gilberto Freyre, José Honório Rodrigues ou Sérgio Buarque de Hollanda sabe logo identificar tais grupos. São setores de nossa elite, dos mais conservadores do mundo e retardatários no processo civilizatório mundial, como costumava enfatizar Darcy Ribeiro, setores que por 500 anos ocuparam o espaço do Estado e dele se beneficiaram a mais não poder, negando direitos cidadãos para garantir privilégios corporativos. Estes grupos não conseguiram ainda se livrar da Casa Grande que a tem entranhada na cabeça e nunca esqueceram o pelourinho onde eram flagelados escravos negros. Não apenas a boca é suja; esta é suja porque sua mente é suja. São velhistas e pensam ainda dentro dos velhos paradigmas do passado quando viviam no luxo e no consumo conspícuo como no tempo dos príncipes renascentistas.

Na linguagem dura de nosso maior historiador mulato Capistrano de Abreu, grande parte da elite sempre “capou e recapou, sangrou e ressangrou” o povo brasileiro. E continua fazendo. Sem qualquer senso de limite e por isso, arrogante, pensa que pode dizer os palavrões que quiser e desrespeitar qualquer autoridade.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Copa 2014, a copa da inclusão. A paixão brasileira do mundo esportivo foi democratizada de forma única e inigualável, com inclusão do "resto do Brasil", cidades sedes de times de "várzea" e de futebol refugo.

COPA DO BRASIL: ESTA NAÇÃO JAMAIS SERÁ A MESMA!
WASHINGTON ARAÚJO -Brasil 247 -  15/06/2014

Charge Vitor Teixeira
A arena da Amazônia é de uma beleza e perfeccionismo de encher os olhos! Uma arquitetura arrojada, um design refinado e uma bela cidade. Essa é a receita para ter esse novo templo do futebol.

A paixão nacional, até cinco anos passados se celebrava somente em três ou quatro estados brasileiros: Rio, São Paulo, Porto Alegre e Salvador. Com esta Copa 2014 a paixão brasileira do mundo esportivo foi democratizada de forma única e inigualável.

A autoestima do "resto do Brasil", tendo que ser sempre visto como lugares do futebol-refugo, sedes de times menosprezados como de "várzea", agora está engalanado:

1. Quem iria imaginar que Manaus um dia sediaria jogo oficial de Copa do Mundo reunindo duas campeãs do mundo de futebol com a tradição de Itália e Inglaterra?

2. Quem imaginaria, também, que um dia o México enfrentaria os Leões Camaronenses no moderno altar do futebol brasileiro que é a sofisticada Arena das Dunas em Natal?

3. E, em meio a um dos mais belos cenários do mundo, no coração do pantanal matogrossense, alguém sonharia em colocar um jogo de Copa do Mundo em Cuiabá, como esse em que o Chile daria uma lavada de 3 x 1 na Austrália?

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Hildegard Angel. O que penso da vaia chula de ontem da Elite Branca Brasileira à presidenta, e o que Dilma deveria ter feito e não fez!

O que penso da vaia chula de ontem da Elite Branca Brasileira à presidenta, e o que Dilma deveria ter feito e não fez!
Hildegard Angel - 13/06/2014


Todas as críticas à Abertura sem graça da Copa do Mundo (responsabilidade Exclusiva da Fifa) se apagam, diante do vexame dado pela Elite Branca Brasileira. Da falta de educação. Da falta de modos. Falta de respeito com a própria família brasileira presente, ao cantar um “hino” chulo, bradando ofensas contra a Chefe do Estado Brasileiro, eleita pelo povo. Vexame planetário!

Se a elite é assim tão baixa, como agirão os iletrados, os desfavorecidos, os que não tiveram acesso à instrução e a uma boa formação no Brasil? Devem ter pensado os mais de um bilhão de estrangeiros que assistiam à transmissão direta da abertura da Copa do Mundo.

Mais da metade dos presentes ao Itaquerão era convidada dos patrocinadores. Gente das multinacionais, do mundo financeiro. O high society. O creme do creme. The top of the top. Bradando em coro contra a presidenta da República a pior das ofensas que pode ser feita a uma mulher.

Lamentei que a presidenta Dilma, ex-aluna do Colégio Sion em Belo Horizonte, tenha mantido os bons modos. Não tenha reagido. Tivesse ela tomado o microfone e, à primeira vaia, antes do início do jogo, dissesse com todas as letras e energia o que guardava na alma naquele momento, faria do limão uma bela limonada. Algo do tipo:

- Quero agradecer a vaia dos aqui presentes: a Elite Brasileira. Porque, infelizmente, o alto custo dos ingressos, imposto pelos realizadores do evento, impede que aqui esteja o povo. O preço alto dos ingressos não autoriza que aqui compareça pelo menos uma parcela mínima dos 30 milhões de brasileiros que ascenderam socialmente, saindo da zona de miséria, ou aqueles outros milhões que, graças ao Pró-Uni, puderam realizar e concluir seus cursos universitários, ou mesmo aqueles tantos milhões, que, enfim, alcançaram o almejado sonho da casa própria. Tudo isso devido ao esforço e às metas de 12 anos de nossos governos, que a Elite Brasileira, que com isso parece não se conformar, ofende aqui, através de minha pessoa, com palavras chulas. Palavras que envergonham a Nação, porém não toldam a beleza deste espetáculo e o esforço desta nossa Seleção, que aprendi, desde menina, a chamar de Seleção Canarinho. Pois voem neste belo gramado, Canarinhos nossos, e deem o exemplo de nossa pujança! Estou torcendo por vocês, pelo nosso país, assim como estão todos aqueles brasileiros que nos assistem: os que estão do lado de fora do Itaquerão, por não poderem pagar, e também os aqui do lado de dentro, pagantes ou convidados dos patrocinadores. Pois, apesar das diferenças políticas, somos todos brasileiros ansiosos pelas vitórias de nosso país. Muito obrigada.

Copa 2014. Uma estreia manchada pela torcida e pelo juiz. Eu me pergunto também se, se naquele estádio houvesse apenas faxineiras, operários, motoristas, domésticas, metroviários, sacoleiros etc etc etc Dilma seria xingada como foi. Acho que não seria.

A seleção, espelho de uma elite careta e covarde
Milly Lacombe - Blog da Milly - 13/06/2014

Neymar faz o gol da virada, a torcida comemora por alguns segundos e então decide mandar a presidente tomar no cú. Nada poderia definir melhor a nossa elite.

Elite que conheceu Itaquera hoje. Elite que, se posso chutar, frequenta estádios com a mesma regularidade que o Halley passa por aqui. Elite que, ao escutar que ganharia ingresso para ir ao jogo da Copa que ela há quatro anos critica furiosamente, não apenas aceitou o ingresso como saiu correndo para comprar uma camisa da seleção.

A elite foi para o estádio de van, sabendo que estava segura porque não haveria povo no jogo. A arquibancada estava higienizada. E fodam-se as criticas à Copa, se ganhei ingresso vou mesmo e depois volto a reclamar do Brasil e da Copa e da roubalheira. Como chega lá nessa Itaquera, alguém sabe?

Hino à capela. Bonito, mas para que mesmo? Começa o jogo. Brasil!, Brasil! e silêncio e silêncio. O tempo passa, mais silêncio. Gol dos croatas. Silêncio se aprofunda. Empate de Neymar, cantoria começa e, depois de segundos, acaba. Educados que são, sentam-se.

Intervalo. Hora de instagramar e facebucar fotos da festa. Mulheres de salto, maquiadas, jeans justíssimos. Homens de gel, calças igualmente justas e mocassim. Reclamam das filas para lanchonete e banheiro e da conexão ruim. Volta o jogo. Brasil consegue um penalti suado e roubado. Comemoram por segundos e decidem xingar outra vez a chefe de estado.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Renasce o fascismo. Sua tática consiste em aterrorizar a classe média e induzi-la a trocar a liberdade pela segurança, ansiosa por um “messias” (um exército, um Hitler, um ditador) capaz de salvá-la da ameaça.

Renasce o fascismo
Frei Betto - Brasil de Fato - 06/06/2014

Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la...

Jean-Marie le Pen, líder da direita francesa, sugeriu deter o surto demográfico na África e estancar o fluxo migratório de africanos rumo à Europa enviando, àquele sofrido continente, “o senhor Ebola”, uma referência diabólica ao vírus mais perigoso que a humanidade conhece. Le Pen fez um convite ao extermínio.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy propôs a suspensão do Tratado de Schengen, que defende a livre circulação de pessoas entre trinta países europeus. Já a livre circulação do capital não encontra barreiras no mundo... E nas eleições de 25 de maio a extrema-direita europeia aumentou o número de seus representantes no Parlamento Europeu.

A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias. A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo e, hoje, frente a crise que abate o Velho Mundo, não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo.

Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema que só aprofunda, neste pequeno planeta onde nos é dado desfrutar do milagre da vida, a desigualdade social e a exclusão.

Caminha-se de novo para o fascismo? Luis Britto García, escritor venezuelano, frisa que uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado. Este só deve intervir na economia, como apregoava Margareth Thatcher, quando se trata de favorecer os mais ricos. Aliás, como fazem Obama e o FMI desde 2008, ao se desencadear a crise financeira que condena ao desemprego, atualmente, 26 milhões de europeus, a maioria jovens.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Latifundiários da mídia, tremei! Em terras gaúchas, o governo do estado passou a reservar 20% das verbas publicitárias para as mídias locais, regionais e comunitárias. Um começo do que pode se tornar uma política pública nacional.

Latifundiários da mídia, tremei!
Por Bruno Marinoni - Coletivo Intervozes - 06/06/2014

Em terras gaúchas, o governo do estado passou a reservar 20% das verbas publicitárias para as mídias locais, regionais e comunitárias. Um começo do que pode se tornar uma política pública nacional.

O Rio Grande do Sul sancionou uma nova lei que reserva 20% das verbas publicitárias do Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado para as chamadas mídias locais, regionais e comunitárias. A medida redistribui a aplicação do dinheiro público, antes direcionada, prioritariamente, ao oligopólio midiático.


Se a lei já valesse no ano de 2013, por exemplo, no qual foram gastos cerca de R$ 52 milhões com propaganda oficial pelo Executivo Estadual do Rio Grande do Sul, teríamos R$ 10,4 milhões fomentando o desenvolvimento de pequenas iniciativas em terras gaúchas. Embora a proposta não vá além dos limites do que poderíamos considerar um misto contraditório de “intervencionismo” com “liberalismo clássico” (o Estado alimentando a fé de que o fomento da concorrência é a solução para os nossos males), a desconcentração do poder privado é uma ação importante em um setor que, ao longo de toda sua história, foi dominado pelo oligopólio empresarial e pela exploração comercial.

Os grandes grupos de comunicação no país funcionam como verdadeiros centros de gravidade que parasitam os recursos públicos. Os governos, interessados em autopromoção, injetam dinheiro nas empresas de mídia que concentram as maiores audiências, o maior número de leitores, etc. Assim conseguem mais visibilidade para os seus feitos e colhem os frutos nos períodos eleitorais. O oligopólio se fortalece e aumenta sua capacidade de concentrar público e atrair dinheiro do Estado. Está dado o círculo vicioso.

É preciso vontade política e dispositivos legais que façam com que a propaganda oficial se transforme numa política pública de fomento da pluralidade e da diversidade. A comunicação social, para a maioria dos nossos governos, é pensada como um instrumento de autopromoção, e não um direito que precisa ser garantido a todos e todas. Como resultado, tem-se o giro de uma engrenagem que concentra o poder econômico e ideológico-cultural nas mãos dos mesmos donos da mídia e o poder político nas mãos das mesmas elites regionais e nacionais. A população, em geral, é alijada desse sistema.