segunda-feira, 30 de setembro de 2013

João Monteiro. DOIS PESOS, DUAS MÍDIAS: MENSALÃO E PROPINODUTO

DOIS PESOS, DUAS MÍDIAS: MENSALÃO E PROPINODUTO
Revista Vaidapé - 29/09/2013

Diferença no tom da cobertura do mensalão e da fraude em licitações do metrô é exemplo concreto dos padrões de manipulações da grande imprensa

Por João Monteiro
Em maio deste ano, a revista IstoÉ revelou que a empresa alemã Siemens foi ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para denunciar o pagamento de propinas à diferentes governos do PSDB em São Paulo e no Distrito Federal. Em busca de penas menores, a empresa também denunciou um esquema de cartel nas licitações públicas para a superfaturação das obras e serviços na rede ferroviária, e na compra e manutenção de trens e metrôs metropolitanos com as empresas Alstom , Bombardier, CAF e Mitsui.

A superfaturação das obras chega em 30%, com o valor de R$ 577 milhões. Porém, documentos mostram pagamentos de propinas a agentes públicos ligados aos governos Covas (1995-2001), Alckmin (2001-2006) e Serra (2007-2010), e se corrigido o valor, as cifras podem chegar a R$ 11 bilhões.

Há oito anos, no mesmo mês de maio, o escândalo do mensalão causou uma das piores crises políticas dos últimos anos. O PT se viu nas mãos da oposição. A mídia, por sua vez, decretou: “É o maior caso de corrupção na história do país”. No entanto, em poucas tecladas em uma calculadora é possível concluir: os valores do recente escândalo tucano, que vem acontecendo há 18 anos, são equivalentes a, no mínimo, 70 mensalões.
Os padrões de manipulação da imprensa tornam-se evidentes. O historiador Eduardo Lira é um crítico feroz dos grandes conglomerados de comunicação no Brasil. Concentrada nas mãos de poucas famílias, a grande mídia sempre atuou de forma a proteger seus próprios interesses, de acordo com Lira. “Isso inclui proteger aqueles que são apoiados por ela, já que os mesmos garantem os privilégios dessa verdadeira máfia midiática”, diz.

sábado, 28 de setembro de 2013

Descriminalizar o aborto é salvar vidas. 28/09 - dia latino-americano pela descriminalização do aborto

Descriminalizar o aborto é salvar vidas
Maíra Kubík Mano - CartaCapital - Território de Maíra - 28 de Setembro de 2013

Hoje, 28/09, é o dia latino-americano pela descriminalização do aborto e atos e protestos em diversas cidades vão lembrar o que ninguém deveria esquecer: que a interrupção voluntária da gravidez é uma realidade no Brasil e uma questão de saúde pública.

De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), mais de um milhão de mulheres recorrem ao aborto voluntário anualmente em nosso país e boa parte deles é feita em condições precárias de higiene. Apenas aquelas que possuem recursos financeiros conseguem ter acesso a clínicas especializadas e podem pagar não só pelo tratamento médico, mas também pelo silêncio.


Cálculos da OMS (Organização Mundial de Saúde) indicam que a taxa de mortalidade em decorrência de abortos induzidos varia de 0,2 a 1,2 mortes a cada 100 mil abortos nos países onde a prática é legalizada – ou seja, segura. Naqueles onde não é, o número sobe para 330 mortes a cada 100 mil abortos.

Adaptando um pouco essa conta: se o aborto é um fato cotidiano no Brasil e possui duas modalidades que dependem diretamente da renda da pessoa – a segura e a insegura, não é difícil concluir que estamos condenando à morte as mulheres pobres.

Reproduzo abaixo uma matéria que escrevi à época da campanha presidencial de 2010 e que continua absolutamente atual. Somos todas clandestinas.

Tabu no Brasil, aborto é menos restrito na maioria dos países

Estamos em um país sul-americano colonizado por europeus católicos. Nação que sofreu com uma ditadura sangrenta e só anos depois, com a democracia já instaurada, assistiu aos generais responsáveis por dizimar a esquerda armada serem julgados e condenados. Em seguida, e não sem grande polêmica, seu Senado aprovou o casamento gay. Agora, a próxima pauta em discussão é a descriminalização do aborto.

O país colonizado a que se refere o parágrafo não é o Brasil. Diz respeito à Argentina. Nesse mesmo mês de outubro de 2010, enquanto nossos vizinhos iniciam um debate com chances reais de legalizar interrupções voluntárias de gravidez (IVG), assistimos aqui ao oposto, com a perseguição a quem defende tal posicionamento. Que o digam os candidatos à Presidência do Brasil José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), cujas campanhas buscam dissociá-los de qualquer ação pró-aborto. Afinal, qual a explicação para tamanha discrepância, em países tão próximos, geográfica e historicamente?

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Adivinhe quem não vem para jantar? Gol de Placa de Dilma ao Adiar Ida aos EUA. Como o "bolo" de Dilma foi tratado pela mídia mundial e local.

"Interessante colher a repercussão local, a mídia e seus “especialistas” estão em pavorosa, contumaz voz quando se trata de assuntos externos, Rubens Ricupero disse na Rádio Bandeirantes de que é ”normal os EUA espionarem para saber as relações do Brasil com países como Bolívia, Venezuela, estes governos são visto com desconfianças, então precisam saber sobre o que o Brasil pensa e como se relaciona com ele para  tomarem as decisões estratégicas, portanto, dependem destas escutas”, ou seja, eles podem e devem fazer, nesta justificativa estúpida." 

Gol de Placa de Dilma ao Adiar Ida aos EUA
Arnobio Rocha - 18 de September de 2013
Espionagem de Obama fez azedar as relações políticas Brasil-EUA

Ontem falamos da decisão da Presidenta Dilma de adiar sua ida aos EUA em visita oficial, nos post Dilma Cancela Viagem aos EUA, agora vamos recolher as repercussões no mundo desta corajosa decisão, que nos pareceu a mais adequada ao momento, representando um duro recado aos EUA de que nem todos estão dispostos a fazer cena para seu presidente e sua fracassada política externa, de sorrisos para câmeras e facadas nas costas com elas desligadas. O escândalo de espionagem começa a cobrar seu preço.

O site político mais importante dos EUA, o “Huffington Post”, deu a seguinte manchete: “Adivinhe quem não vem para jantar”. Exceto o Washington Post, que preferiu reduzir o problema e dizer que a recusa de Dilma se deu por questão eleitoral, segundo o jornal “O cancelamento da viagem de Dilma a Washington é visto como politicamente conveniente, em parte porque a tecnocrata de 65 anos enfrenta uma campanha de reeleição difícil no próximo ano. A atitude renderá dividendos em uma região em que houve irritação quando os documentos foram tornados públicos”. O que será, não por coincidência, o discurso oficial da perdida oposição local. Os demais jornais tanto dos EUA, quanto da Europa, preferiram olhar a questão com mais valor político global.

Prof. Hariovaldo. Aécio Neves, augusto e sagaz líder-mirim dos homens bons da nação, com muita sobriedade e orientado por FHC, condena a humilhação dos EUA por Dilma.

Aécio Neves condena a humilhação dos EUA por Dilma

18 de setembro de 2013
By Professor Hariovaldo
Orientado por FHC, Aécio condena atitude de Dilma
O augusto e sagaz líder-mirim dos homens bons da nação, Aécio Neves, mais uma vez se levanta contas as injustiças perpetradas por Dilma, dessa vez contra os Estados Unidos, a pátria da democracia. Num arroubo soviético, a búlgara fantochuda humilhou a maior nação do mundo ao se negar jantar com Obama na Casa Branca, usando como pretexto a monitoração necessária que o governo americano faz dos lacaios do marxismo e das empresas faixadas que eles usam para financiar suas ações pelo mundo, como é o caso da Petrobras, várias vezes já denunciada neste sítio por usar o dinheiro do pré-sal para espargir o comunismo pelo mundo, sendo na verdade uma verdadeira empresa terrorista.

Como bem frisou Aécio com muita sobriedade, o cancelamento da viagem nada mais é do que uma afronta bolivariana aos americanos, ela devia sim, ter ido lá tirar seus sapatos para pisar aquele chão sagrado, e confessar para Barack Obama seus crimes, e prometendo entregar o petróleo brasileiro a Exxon para compensar, agindo com verdadeira líder latina, como o fez FHC, que tão bem soube tratar a América. Por isso mesmo, essa atitude lamentável deverá ser amenizada por uma comitiva de homens de bem brasileiros, que coordenados por Celso Laffer, e integrada por Merval, FHC, Azevedo, Aloysio Nunes, José Serra, Aécio Neves, W. Waack, dentre outros, para que em nome dos brasileiros, peçam desculpas por essa grosseria praticada por Dilma Rousseff.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ladislau Dowbor - Desabafo sobre o ‘mensalão’. Se houvesse alguma prova concreta de mensalão, não seriam necessárias milhares de páginas nem tantos anos. Um documento bastaria.

"(...) A moeda de troca com os parlamentares não é nenhum mensalão, mas os cerca de 15 bilhões de reais (só em 2007) que são as emendas parlamentares, com as correspondentes “rachadinhas”, legalmente instituídas, generalizadas a partir de 1993 com os “anões do orçamento”. São 25 emendas por parlamentar."  
Desabafo sobre o ‘mensalão’
Ladislau Dowbor - Carta Maior 11/09/2013

O que fica claro para mim é que o que a direita não conseguiu ganhar no voto tenta ganhar nesta aliança de uma mídia comercial desqualificada com um segmento do poder judiciário. Quando gritam “pega ladrão”, eu começo dando uma boa olhada em quem está gritando.

Este negócio do Supremo Tribunal Federal simplesmente não passa no filtro do bom senso. Se houvesse alguma prova concreta de mensalão, não seriam necessárias milhares de páginas nem tantos anos. Um documento bastaria.

Se fosse justo, não estariam recorrendo a argumentos tão tortos do “deveria saber”, como denuncia Bandeira de Mello. Se fosse honesto, não trataria de maneira tão desigual o processo de Minas Gerais e o atual. Se fosse de bom senso jurídico, seria um julgamento técnico, discreto e direto, e não um teatro nacional, novela de batalha do bem contra o mal.

Se fosse decente, não montariam todo este espetáculo para coincidir com a campanha eleitoral de 2012, culminando numa sexta-feira, véspera da eleição. O que, aliás, pelos resultados, nem deu certo. Se fosse imparcial, como se imagina que a Justiça deveria ser pelo menos um pouco, não seria o processo tão claramente politizado contra o Partido dos Trabalhadores.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Vem.aí. "MeninOs do JÔ!", com Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha, Miguel do Rosário e Paulo Nogueira.

Vem.aí. "MeninOs do JÔ, vida inteligente na madrugada!" 

Jô estreia novo quadro: MeninOs do JÔ - a voz da blogosfera progressista. A bancada inicial será composta por Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha e Miguel do Rosário. 

Jô promete anunciar o "encontro com os blogueiros" já na próxima semana, quando da gravação das “MeninAs do JÔ”. Os convidados são jornalistas e blogueiros dos sites: Conversa Afiada,  Luiz Nassif OnlineBlog da Cidadania, Viomundo e O Cafezinho.

London Connection. Paulo Nogueira, ex-diretor da Editora Globo, hoje do Diário do Centro do Mundo, residente em Londres, fará intervenções pontuais via Skype.

Tribuna. Trata-se de um sonho do humorista, finalmente concretizado. Jô, por várias vezes, disse ser ali uma “tribuna”, um espaço onde se expressa todas as opiniões e que nenhum assunto é proibido ou tabu.

Sem Censura. Está liberado falar bem do Lula, do Zé Dirceu, do Ricardo Lewandowski e do Bolsa Família. Abordar temas como sonegação fiscal, denúncias da CartaCapital, suposta corrupção em privatizações, criticar juízes do STF que condenaram petistas, envolvimento de jornalistas com bicheiros, cobrar celeridade no julgamento do mensalão tucano, Offshore, jornalistas contratados como PJ, monopólio da mídia, apoio dos órgãos de imprensa ao golpe militar de 64 e manutenção da ditadura, outras tentativas de golpes pela imprensa, "BV - Bônus sobre Volume", supostas interferências da mídia em processos eleitorais, processos judiciais contra blogueiros, lembrar a sua platéia jovem que foi no governo Itamar Franco o lançamento do Plano Real, retomar o assunto "Propinoduto Tucano", concessão pública de rádio e tv, et caetera.

A bancada será semanal - às segundas-feiras. As “meninas” continuam às quartas.

Navalha. Um dos meninos, o mais gaiato, já ensaia o bordão: "Meninos do Jô, vida inteligente na madrugada!"

Os meninos do sexteto já ensaiam uma música para a estreia. “A verdade é dura, a Presidenta Dilma combateu a ditadura!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Marilena Chauí: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”. Podem servir “não para acordar o Brasil, mas acordar o PT”.

Marilena Chauí: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”
Carta Maior11/09/2013

Carta Maior entrevistou Laymert Garcia dos Santos e Marilena Chauí por ocasião de debate ocorrido na USP. Enquanto Laymert nota os partidos “visivelmente anacrônicos” e “incapazes de falar com a juventude”, Marilena pensa que as manifestações podem servir “não para acordar o Brasil, mas acordar o PT”.
Carta Maior entrevistou Laymert Garcia dos Santos e Marilena Chauí por ocasião do debate Brasil em Tempo de Manifestações, ocorrido na Universidade de São Paulo (USP).

Para Laymert, professor de Sociologia da Unicamp e doutor em Ciências da Informação pela Universidade de Paris VII, o que as manifestações de junho trouxeram de novo foi a politização dos jovens, tanto nas ruas quanto nas redes.

Segundo o professor, “é extremamente importante pensar nessa relação rua/rede porque é no entre os dois que está a novidade da política”.

Além disso, Laymert faz coro com os que notam os partidos “anacrônicos” e “incapazes de falar com a juventude”.

Já Marilena Chauí, filósofa da USP e membro-fundadora do PT, foi lacônica e não menos polêmica do que em suas últimas intervenções públicas: “não. As manifestações de junho não mudaram o país”, afirmou.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cura. Jesus do canal Porta dos Fundos ironiza em vídeo a ‘cura gay’

Jesus do canal Porta dos Fundos ironiza em vídeo a ‘cura gay’
Paulo Lopres - 09/09/2013
O homossexual Sandrinho
procura Jesus e pede uma cura

Jesus ressuscita Lázaro, e o próximo a pedir um milagre é o gay Sandrinho.

Diz Sandrinho: “Eu ouvi falar dessas coisas de milagres. E aí eu vim aqui ser testada. Eu tenho um fogo incontrolável, me queimando por dentro, que eu não aguento mais. Eu preciso de ajuda. Eu preciso que o Senhor me livre desse mal”.

Esse diálogo faz parte do vídeo “Cura” [ver abaixo],do grupo de humor que mante no Youtube o canal Porta dos Fundos.

Jesus, que é interpretado por Rafael Infante, cura Sandrinho (Marcus Majella), mas não da homossexualidade, como mostra o final do vídeo.

Até este momento, o vídeo teve mais de 360 mil acessos.

O grupo tem explorado cada vez mais o tema religião, o que tem deixado religiosos — principalmente evangélicos — furibundos, como nesse caso. A “cura gay” tem sido uma das principais bandeiras de pastores e lideranças evangélicas no Congresso.

"Eu tenho um fogo me queimando por dentro"

sábado, 7 de setembro de 2013

Ricardo Kotscho. Fracassa em todo o país “o maior protesto da história”

"Se as oposições e seus aliados do Instituto Millenium esperavam o 7 de Setembro para dar uma guinada no cenário político-eleitoral do país, amplamente favorável à presidente Dilma e ao governo federal, como foi registrado nas últimas pesquisas, é bom que procurem logo outro povo e outro mote para "o maior protesto da história". Desta vez, foi um fiasco retumbante."
Fracassa em todo o país “o maior protesto da história”
Ricardo Kotscho - Publicado em 07/09/13 às 16h20

Fracassou em todo o país "o maior protesto da história do Brasil", evento anunciado durante toda a semana nas redes sociais e amplificado por setores da grande imprensa, que divulgaram massivamente os atos de protestos marcados para 149 cidades.

Até as quatro da tarde deste sábado de 7 de setembro, hora em que começo a escrever, não houve nada que lembrasse as grandes manifestações das chamadas "Jornadas de Junho", que levaram milhões de brasileiros às ruas nas principais cidades brasileiras.

Ao contrário, não vimos nada de multidões protestando "contra tudo e contra todos", carregando faixas e cartazes com as mais diferentes reivindicações, mas apenas alguns bandos de arruaceiros, umas poucas centenas de integrantes dos grupos mascarados do Anonymous e dos Black Blocs, tentando invadir desfiles militares, queimando bandeiras e entrando em confronto com a polícia, principalmente no Rio e em Brasília.

Concorrência desleal. Infoglobo faz acordo e evita condenação. O tartufismo da imprensa. O corporativismo da mídia tradicional

Link da imagem: Observatório da Imprensa
"Interessante notar que a Folha publica a notícia mais de uma semana depois do fato ocorrido e somente após a própria Infoglobo ter cumprido a exigência de divulgar a íntegra do acordo em dois de seus jornais.

A punição já havia sido noticiada pelo site advivo.com.br, do jornalista Luís Nassif, no mesmo dia da decisão, 28 de agosto; saiu no site especializado em tecnologia da informação telesintese.com.br no dia seguinte e, no dia 2 deste mês, também no portal comuniquese.com.br.

"Na quinta-feira (5/9), observamos como a defesa da livre concorrência e o apego da mídia tradicional aos dogmas do mercado lembram o personagem central da célebre obra de Molière, “O Tartufo, ou o Impostor” (ver “O tartufismo da imprensa“).
Apanhado em práticas pouco honestas, o mais poderoso conglomerado de comunicação da América Latina se revela tão hipócrita quanto um carola de comédia."

Concorrência desleal. Infoglobo faz acordo e evita condenação

Observatório da Imprensa - Por Luciano Martins Costa em 07/09/2013 na edição 762
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 6/9/2013

A Folha de S.Paulo publicou na sexta-feira (6/9) a notícia de que a Infoglobo Comunicações S.A – empresa proprietária dos jornais O Globo, Extra e Expresso da Informação, além do Valor Econômico, no qual tem parceria com a própria Folha – foi obrigada a fechar um acordo com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para evitar uma condenação por concorrência desleal.

Descontando-se o fato de que a Folha omitiu seu interesse no caso, como sócia da Infoglobo no Valor, trata-se de fato raro, nos tempos atuais, em que um jornal brasileiro se refere, ainda que indiretamente, à questão da propriedade cruzada dos meios de comunicação.

A Infoglobo foi levada a assinar um Termo de Compromisso de Cessação de Prática no dia 28 de agosto, para evitar uma condenação por crime contra a ordem econômica (art. 4o., I, da Lei 8137, modificada em 2011).

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Recontando a história. "Memória Globo" - “erros e acusações falsas” - Jornalista Sylvia Moretzsohn contesta, citando depoimentos, a versão global para o caso "PROCONSULT" - a suposta participação da Globo na fraude para tirar a vitória de Brizola nas eleições de 1982 para o governo do Rio.

O que é o caso Proconsult
Aqui a versão da Globo para o caso.

"Quem quiser acreditar nessa versão pode ficar à vontade. Mas há inúmeros outros depoimentos que a contestam. Um deles, o do jornalista Luis Carlos Cabral, editor regional de jornalismo da Globo em 1982, que anos depois deu seu testemunho ao semanário O Nacional, já extinto:
Vamos contar essa história de uma vez por todas. O papel da Rede Globo de Televisão no caso Proconsult, nas eleições de 82, era apenas o de preparar a opinião pública para o que ia acontecer: o roubo, por Moreira Franco, dos votos de Leonel Brizola. Aliás, dos votos do povo”.
Em seguida, apresenta os bastidores:
Era lá [na sala de computação de O Globo] que as distorções aconteciam. O método correto de se computar as eleições do Rio é o seguinte: injetam-se dois votos da capital, um voto do interior e um voto da periferia. [Porém] Injetavam-se, digamos, dois votos do interior, onde Moreira tinha sabida maioria, nenhum voto da Baixada e um da capital”.
A desculpa oficial da empresa era de que havia problemas estruturais:
O sistema havia sido mal montado. Tratava-se, enfim, de uma questão de incompetência. A desculpa é, logo se verá, esfarrapada. Se há alguma coisa competente no Brasil, esta é, reconheça-se, O Globo e a TV Globo. Roberto Marinho sabe fazer o que quer”.
Luis Carlos prossegue relatando as denúncias de fraude, como o roubo de urnas, que não puderam ir ao ar por ordens superiores, e o clima de revolta popular contra os jornalistas da Globo, diante da expectativa da vitória de Brizola e da discrepância entre os números apresentados pela emissora e os veiculados pelo Jornal do Brasil (o impresso e a rádio). Finalmente, o jornalista recebeu a autorização de um dos filhos de Roberto Marinho para injetar os votos em projeção correta.

Então o telefone tocou. Era a voz cavernosa do chefe:

Você me desobedeceu. Eu disse que não era para projetar e você passou o dia inteiro projetando, dizendo que o Brizola vai ganhar. Você me desobedeceu”.

Não havia desobedecido, apenas a contraordem não lhe havia sido transmitida. "

MEA-CULPA DO ‘GLOBO’ - A autocrítica como autodefesa

Observatório da Imprensa - Por Sylvia Debossan Moretzsohn em 03/09/2013 na edição 762

Não, não foi um delírio, nem obra de algum hacker brincalhão. No fim da tarde de 31/8, em sua página na internet, O Globo anunciava o lançamento de seu Projeto Memória e destacava: “Apoio editorial ao golpe de 64  foi um erro”. Uma autocrítica inédita, previsivelmente louvada com as palavras protocolares de praxe pelos políticos e demais fontes chamadas a se pronunciar para “repercutir” a notícia, que ocupou página inteira na edição dominical (1/9) impressa.

O gesto, entretanto, está muito longe da nobreza pretendida. A começar pelo próprio texto de apresentação, que abre com um dos slogans mais enfáticos nas manifestações dos últimos meses: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. O redator assume a dureza dessa verdade, mas argumenta que, “há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro”. Não justifica o motivo para tanta demora em expor esse reconhecimento, uma lerdeza incompatível com a agilidade requerida para a atividade jornalística: afirma apenas que o lançamento do “Memória O Globo” – um projeto dedicado a “resgatar e preservar a história do jornal” – seria uma boa oportunidade para “tornar pública essa avaliação interna”. A coincidência com o recrudescimento das críticas à empresa seria apenas isso: uma coincidência, aliás muito bem-vinda, uma resposta ao “clamor das ruas”.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil. A União tem a receber mais de R$ 1 trilhão lançados na dívida ativa, principalmente de grandes empresas; outro R$ 1 trilhão é dinheiro de empresas e empresários brasileiros depositado em paraísos fiscais.

Le Monde denuncia: Há incentivo à sonegação no Brasil
O Cafezinho - Miguel do Rosário - 05/09/2013

Editorial da última edição do Le Monde Diplomatique, assinado pelo próprio editor-chefe do jornal, denuncia a promiscuidade entre o judiciário brasileira e as grandes empresas, com o primeiro permitindo que dívidas tributárias sejam “proteladas por anos”:

“As dívidas pelo não pagamento dos impostos podem ser proteladas por anos; depois de vencido o último recurso, elas podem ser parceladas em até sessenta meses e ao final ainda receber abatimentos − descontos que chegam a 40% do valor principal no caso do agronegócio. Essas políticas públicas são um verdadeiro incentivo à sonegação.”

Confiram a íntegra do editorial

EDITORIAL

É muito dinheiro!

por Silvio Caccia Bava

Em meio a esta discussão sobre a falta de recursos para investir no social – no transporte público, no salário dos professores, no sistema de saúde e em tudo o mais que pode tornar a vida melhor para as maiorias – fomos procurar recursos públicos… e encontramos muito dinheiro! Mas não é fácil acessá-lo.

Durante décadas as grandes empresas investiram pesadamente, influenciando o Parlamento e o Executivo para moldarem uma legislação e políticas que atendam a seus interesses. Nos anos 1990, com a hegemonia do pensamento neoliberal se afirmando no Brasil, o governo orientou suas políticas para facilitar, ou amplificar, o processo de acumulação das grandes empresas. O dinheiro público é destinado a potenciar investimentos privados, ou a remunerar aplicações financeiras.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Leandro Fortes. As desventuras do príncipe. Livro sobre a compra de votos para a emenda da reeleição e o caso extraconjugal de FHC alvoroçam os tucanos.

"Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.

A maior novidade é a confirmação da identidade do Senhor X, a fonte anônima responsável pela denúncia do esquema de compra de votos para a emenda da reeleição. O ex-deputado federal Narciso Mendes, do PP do Acre, precisou passar por uma experiência pessoal dolorosa (esteve entre a vida e a morte depois de uma cirurgia) para aceitar expor-se e contar novos detalhes do esquema." 

As desventuras do príncipe 
CartaCapital - por Leandro Fortes — publicado 04/09/2013 07:52, última modificação 04/09/2013 09:05

Livro sobre a compra de votos para a emenda da reeleição e o caso extraconjugal de FHC alvoroçam os tucanos. Por Leandro Fortes

A obra chega às livrarias no sábado 31, mas antes mesmo de sua publicação tem causado desconforto no ninho tucano. Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial, responsável pela edição, tem recebido recados. O último, poucos dias atrás, foi direto: um cacique do PSDB telefonou ao editor para pedir o cancelamento do livro e avisou que a legenda havia contratado um advogado para impedir a publicação, caso o apelo não fosse atendido.

Tanto alvoroço deve-se ao lançamento de O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição, do jornalista Palmério Dória. O título da obra faz alusão à alcunha de “príncipe dos sociólogos”, sugestão de amigos do ex-presidente, e ao termo privataria, menção ao processo de privatização comandado pelo PSDB nos anos 1990 e eternizado por outra obra da Geração Editorial, A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.

Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Clube militar critica "covardia" do Globo. "Equívoco, uma ova". "Declarar agora que se tratou de um “equívoco da redação” é mentira deslavada."

"Dupla mentira: em primeiro lugar, o apoio ao Movimento de 64 ocorreu antes, durante e por muito tempo depois da deposição de Jango; em segundo lugar, não se trata de posição equivocada “da redação”, mas de posicionamento político firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator chefe, Roberto Marinho, como comprovam as edições da época; em segundo lugar, não foi, também, como fica insinuado, uma posição passageira revista depois de curto período de engano, pois dez anos depois da revolução, na edição de 31 de março de 1974, em editorial de primeira página, o jornal publica derramados elogios ao Movimento; e em 7 de abril de 1984, vinte anos passados, Roberto Marinho publicou editorial assinado, na primeira página, intitulado “Julgamento da Revolução”, cuja leitura não deixa dúvida sobre a adesão e firme participação do jornal nos acontecimentos de 1964 e nas décadas seguintes."

Clube militar critica "covardia" do Globo
247 - 3 DE SETEMBRO DE 2013 ÀS 22:34

Clube rebate editorial do "O Globo", no qual o jornal tenta justificar apoio dado ao golpe militar de 1964; "pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”
247 – O Clube Militar publicou em seu site nesta terça-feira (3) uma posição crítica ao editorial do jornal O Globo que reconheceu como “equívoco” o apoio ao golpe militar de 1964. Intitulado “Equívoco, uma ova”, o texto do clube diz que o jornal adota uma “mudança de posição drástica” e pratica uma dupla mentira ao se desculpar pelo apoio. " Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca", critica.

“Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”, afirma.

Confira a opinião do clube na íntegra:

Equívoco, uma ova

Os Filhos do Bolsa Família. Em dez anos, Bolsa Família beneficia 50 milhões de brasileiros e acaba com a extrema pobreza

Em dez anos, Bolsa Família beneficia 50 milhões de brasileiros e acaba com a extrema pobreza
Blog do Planalto - Terça-feira, 3 de setembro de 2013 às 16:01 (Última atualização: 03/09/2013 às 17:22:12)
Quase dez anos depois de sua criação, o Bolsa Família já beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros e é recomendado por organizações internacionais como exemplo de sucesso na redução da pobreza. Para alcançar o objetivo, o governo federal adotou soluções simples e modernas, como o cartão magnético da Caixa Econômica Federal, que facilita o controle e torna as relações impessoais, reduzindo interferências políticas.

O cartão ainda colocou o benefício na mão das famílias, fortalecendo a autonomia, desburocratizando o programa e injetando o dinheiro na economia. O impacto do Bolsa Família vai além do alívio imediato da pobreza, proporcionado pelo complemento à renda das famílias. Resulta em ganho para o próprio crescimento econômico do país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para cada real investido pelo Bolsa Família, há um retorno para a economia de R$ 1,78.


» Veja especial sobre os 10 anos do Bolsa Família

Para servir e acompanhar os beneficiários, o governo federal mobilizou três redes: a de assistência social, responsável por cadastrar e apoiar famílias em situação de maior vulnerabilidade; a de educação, que acompanha a frequência escolar; e a de saúde, para acompanhar a vacinação e a nutrição de crianças, além de fazer o pré-natal das gestantes.

O editorial de O Globo e a caixa preta da relação da mídia com a ditadura. O exercício editorial de cinismo e memória seletiva de O Globo serve ao menos como oportunidade para trazer à luz um debate que permanece escondido nas sombras no Brasil.

"A participação da mídia brasileira é um episódio que ainda está para ser plenamente contado. Há muitas lacunas e zonas cinzentas nesta história. E isso não parece ocorrer por acaso. Muitos dos compromissos que levaram uma parte importante da imprensa brasileira a se aliar com setores golpistas e autoritários permanecem presentes e se manifestam em outros debates da vida nacional. Enquanto a sociedade não decidir que abrir essa caixa preta é uma condição para o avanço da democracia no país, essas empresas, no Brasil, na Argentina e em outros países da América Latina seguirão praticando um de seus esportes preferidos: pisotear a memória e apresentar os seus interesses privados como se fossem interesses públicos." 
O editorial de O Globo e a caixa preta da relação da mídia com a ditadura
Sul21 - 02/09/2013 - Marco Aurélio Weissheimer

Argumento do editorial de O Globo, em resumo, é: “à luz da história, olhando 50 anos depois, foi um erro, mas naquele momento foi imprescindível para a manutenção da democracia”.
Argumento do editorial de O Globo, em resumo, é: “à luz da história, olhando 50 anos depois, foi um erro, mas naquele momento foi imprescindível para a manutenção da democracia”.
O jornal O Globo publicou editorial, dia 31 de agosto, admitindo que “o apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro”, ou um “equívoco” como também diz o texto. A decisão de tornar pública essa avaliação, diz ainda o editorial. “vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da história, o apoio se constituiu um equívoco”. Quase 50 anos depois do golpe civil-militar que derrubou o governo constitucional de João Goulart, as organizações Globo vêm a público falar desse “equívoco”, lembrando que outros grandes jornais do país também aderiram ao movimento golpista (cita o Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo, o Jornal do Brasil e o Correio do Brasil, “apenas para citar alguns”) e admitindo que as vozes recentes das ruas afirmando que “a Globo apoiou a ditadura” são inquestionáveis.
Mas o que poderia parecer uma autocrítica acaba descambando ao longo do texto do editorial para um exercício cínico de justificação da decisão tomada em 1964 e de ocultamento dos benefícios que a empresa teve por seu apoio aos golpistas. O texto cita um editorial assinado por Roberto Marinho em 1984, que “ressaltava a atitude de Geisel em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5,  reestabeleceu o habeas corpus e a magistratura (…)”. Logo em seguida, justifica o apoio ao golpe destacando “os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos” e a crença de que o golpe foi “imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana”. O argumento do editorial, em resumo, é: “à luz da história, olhando 50 anos depois, foi um erro, mas naquele momento foi imprescindível para a manutenção da democracia”.

Nomes de presidentes da ditadura batizam quase mil escolas do Brasil

"Atualmente há no Brasil 976 colégios municipais, estaduais e federais com os nomes dos cinco presidentes do Regime Militar, de 1964 a 1985 (ficaram fora da conta os ministros da junta que chefiou o país de agosto a outubro de 1969). Só o marechal Humberto Castello Branco, que governou de 1964 a 1967, é homenageado em 464 unidades. Ao todo, o país tem 3.135 escolas com nomes de ex-presidentes." 
Nomes de presidentes da ditadura batizam quase mil escolas do Brasil 
Pragmatismo Político - 02/09/2013
Brasil tem quase mil escolas com nomes de
presidentes da ditadura militar (Reprodução) 

Das 3.135 unidades escolares públicas que homenageiam ex-dirigentes da República, 976 pertencem aos cinco generais que comandaram o regime militar

Na Escola Municipal Presidente Médici, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, boa parte dos alunos tem pouco a dizer sobre o general que governou o país de 1969 a 1974. “Minha vó falou que ele era um sanguinário”, conta uma aluna do 8º ano. “O professor de Geografia disse que ele não era uma boa pessoa”, afirma uma colega de sala, de 14 anos, quando perguntada sobre o gaúcho ditador, responsável pelo período de maior recrudescimento à liberdade de expressão na ditadura militar brasileira.
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Dentro da unidade, porém, há um mural com fotos do homenageado e, segundo professores, o nome do colégio é usado para abordar o assunto em sala.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mais médicos, menos manipulação. Apressado, Estadão em seu editorial de 01/09, embarca na mentira da Folha de SP de 30/08: “Prefeitos demitirão médicos locais para receber os de Dilma”

"A reação destemperada das entidades médicas contra o programa que importa profissionais de outros países não tem justificativa, mas pode ser explicada pelo excesso de zelo na defesa dos interesses corporativos. Mas, quais seriam as razões pelas quais dois dos mais importantes jornais do país se prestariam a publicar e comentar invenções como essa? " 

"A manipulação se torna ainda mais canhestra quando se observa que, segundo o próprio UOL, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, havia esclarecido, no dia 14 de agosto, em audiência na Câmara dos Deputados, que os municípios não poderiam trocar médicos próprios pelos profissionais pagos pelo programa federal (ver aqui)." 

"Quando fundamenta seu editorial de domingo numa mentira, o jornal mais tradicional do país atenta contra sua própria credibilidade, mas causa outros males ainda mais graves, como o estímulo a atitudes preconceituosas pelo Brasil afora contra os médicos estrangeiros."

Programa Mais Médicos. Mais médicos, menos manipulação
Observatório da Imprensa. Por Luciano Martins Costa em 02/09/2013 na edição 761

Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 2/9/2013

Em editorial publicado no domingo (1/9), o Estado de S. Paulo acusa o governo federal de ter agido com muita sofreguidão e pouco planejamento ao colocar em prática o programa Mais Médicos. Há, de fato, algumas evidências de que a implantação do programa exige explicações adicionais em pleno curso, principalmente em função das reações negativas estimuladas por dirigentes de entidades de classe. No entanto, não se pode dizer que uma iniciativa que vem sendo discutida há mais de um ano e meio, com participação de representantes das entidades do setor, seja resultado de improviso.

Apressado, mesmo, foi o editorial do Estado, escrito em cima de uma notícia publicada pela Folha de S.Paulo na sexta-feira (30/8), e desmentida no mesmo dia pelo UOL, portal da própria Folha.

domingo, 1 de setembro de 2013

Brasil, negócio da China. Magnata chinês: só idiota não investe no Brasil

Magnata chinês: só idiota não investe no Brasil
247 - 31 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 19:30

O empresário chinês Yin Mingshan, dono da montadora Lifan, uma das maiores da China, falou sobre seus planos no Brasil e deu um recado que é uma mensagem aos pessimistas de plantão: "O mercado brasileiro é enorme"

247 - O empresário chinês Yin Mingshan, dono da montadora Lifan, uma das maiores da China, falou sobre seus planos no Brasil e deu um recado que é uma mensagem aos pessimistas de plantão: "O mercado brasileiro é enorme". Confira trechos do seu depoimento à jornalista Sueli Osório, da Folha:

Mercado brasileiro