sábado, 31 de maio de 2014

"Banksters". Os oráculos da pilantragem. No Brasil, continuamos ouvindo, como se fossem oráculos, a opinião dos banqueiros estrangeiros, que só estão em nosso país para organizar a espoliação sistemática de nossas riquezas e do nosso mercado.

OS ORÁCULOS DA PILANTRAGEM
Mauro Santayana - 30/05/2014

(Hoje em Dia) - A Comissão Européia acusou, formalmente, na semana passada, os bancos HSBC, Crédit Agricole e JP Morgan, de promover acordos, por debaixo do pano, para manipular a taxa interbancária EURIBOR - que afeta diretamente o custo dos empréstimos para os tomadores.

Do golpe, participavam também o Barclays, o Societé Generále, o Royal Bank of Scotland, e o Deutsche Bank, já condenados, pelo mesmo crime, em dezembro, a pagar multa de mais de um bilhão de euros.

O Deutsche, maior banco da Alemanha, teve de ser capitalizado em 8 bilhões de euros, esta semana, para para não quebrar. O Banco Espírito Santo, de Portugal, também a ponto de quebra, foi acusado, pela KPMG, de graves irregularidades em suas contas. E o Crédit Suisse foi condenado a pagar 2.6 bilhões de dólares à justiça dos EUA, por favorecimento ao desvio de divisas e à sonegação de impostos.

Para Bertold Brecht, era melhor fundar um banco que assaltá-lo. E Bernard Shaw lembrava que não há diferença entre o pecado de um ladrão e as virtudes de um banqueiro.

O mundo muda. Hoje, uma diferença de menos de 2% separa o peso das seis maiores economias emergentes das seis maiores economias “desenvolvidas” e as reservas em mãos do primeiro grupo quase triplicam as do segundo.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

O modus operandi do viralatismo brasileiro

O modus operandi do viralatismo brasileiro
Por Jornalismo Wando - 29/05/2014

"Só no Brasil mesmo""É por isso que esse país não vai pra frente!""Brasil-sil-sil-sil""o problema é o povinho brasileiro" - essas são as frases mais repetidas na busca por um diagnóstico dos problemas da nação. Não importa quem está no governo, não importa a situação do país, não importa nada. Falar mal de si e da terra natal é uma antiga paixão nacional do brasileiro. É o que Nelson Rodrigues chamava de "complexo de vira-lata" - "uma inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo".
Os momentos que antecedem a Copa do Mundo têm produzido chorumes com alto teor de viralatismo. Muita gente está preocupada com o que os gringos vão pensar de nós. E pra não nos envolvermos nessa roubada, nada como fugir das nossas responsabilidades e nos colocar como estrangeiros na hora de apontar nossas mazelas: "Só podia ser nesse país. Êta povinho, viu?!".
A marca de roupa Ellus também está indignada com esse paisinho que não vai pra frente. Ao lançar sua coleção primavera-verão, a empresa aproveitou a onda indignatória contra a Copa e lançou a campanha: "#protestoEllus: Abaixo Este Brasil Atrasado". A empresa sacou muito bem o espírito do momento e, com um senso de oportunidade huckeano, resolveu vestir bem os portadores do complexo de vira-latas que se espalham pelo país.

Apesar da indignação contra "esse Brasil atrasado", a Ellus não pensou duas vezes antes de utilizar mão de obra escrava nas suas confecções, como apontou o Ministério Público. É um tipo de viralatismo que late contra a injustiça social em público, mas escraviza seus trabalhadores em privado. O atraso da Ellus é tão grande que ela ainda está no século XIX, em plena época da escravatura.
Mas a literatura do viralatismo nacional é farta. Os inúmeros problemas ocorridos durante a construção dos estádios foram martelados pelos noticiários e jogados na conta da nossa brasilidade. Acompanhamos uma exaltação diária dos nossos fracassos com os inúmeros problemas decorrentes das obras: atrasos, morte de operários, valores muito acima do previsto, processos e problemas de infraestrutura. "Ah, só podia ser no Brasil mesmo!". Mas basta prestar um pouquinho mais de atenção ao redor do mundo, que descobrimos que essas coisas acontecem nas melhores famílias:

terça-feira, 27 de maio de 2014

O pavor dos abastados: a desigualdade e a taxação das riquezas. Piketty não vê caminho mais curto para diminuir as desigualdades do que a severa intervenção do Estado e da taxação progressiva da riqueza, até 80%, o que apavora os super-ricos.

O pavor dos abastados: a desigualdade e a taxação das riquezas
Por Leonardo Boff - Brasil de Fato - 26/05/2014

Para o teólogo Leonardo Boff, obra do economista francês Thomas Piketty acerta quando diz que “a desigualdade não é acidental, mas o traço característico do capitalismo”
Está causando furor entre os leitores de assuntos econômicos, economistas e principalmente pânico entre os muito ricos um livro de 700 páginas escrito em 2013 e publicado em muitos países em 2014. Tranasformou-se num verdadeiro best-seller. Trata-se de uma obra de investigação, cobrindo 250 anos, de um dos mais jovens (43 anos) e brilhantes economistas franceses, Thomas Piketty. O livro se intitula O capital no século XXI (Seuil, Paris 2013). Aborda fundamentalmente a relação de desigualdade social produzida por heranças, rendas e principalmente pelo processo de acumulação capitalista, tendo como material de análise particularmente a Europa e os EUA.

A tese de base que sustenta é: a desigualdade não é acidental, mas o traço característico do capitalismo. Se a desigualdade persistir e aumentar, a ordem democrática estará fortemente ameaçada. Desde 1960, o comparecimento dos eleitores nos EUA diminuiu de 64% (1960) para pouco mais de 50% (1996), embora tenha aumentado ultimamente. Tal fato deixa perceber que é uma democracia mais formal que real.

Esta tese sempre sustentada pelos melhores analistas sociais e repetida muitas vezes pelo autor destas linhas, se confirma: democracia e capitalismo não convivem. E se ela se instaura dentro da ordem capitalista, assume formas distorcidas e até traços de farsa. Onde ela entra, estabelece imediatamente relações de desigualdade que, no dialeto da ética, significa relações de exploração e de injustiça. A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenômenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade.

Piketty vê nos EUA e na Grã-Bretanha, onde o capitalismo é triunfante, os países mais desiguais, o que é atestado também por um dos maiores especialistas em desiguldade Richard Wilkinson. Nos EUA, executivos ganham 331 vezes mais que um trabalhador médio. Eric Hobsbown, numa de suas últimas intervenções antes de sua morte, diz claramente que a economia política ocidental do neoliberalismo “subordinou propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inequalitário”.

Em termos globais, citemos o corajoso documento da Oxfam intermón, enviado aos opulentos empresários e banqueiros reunidos em Davos nos janeiro deste ano como conclusão de seu “Relatório Governar para as Elites, Sequestro democrático e Desigualdade econômica”: 85 ricos têm dinheiro igual a 3,57 bihões de pobres do mundo.

O discurso ideológico aventado por esses plutocratas é que tal riqueza é fruto de ativos, de heranças e da meritocracia; as fortunas são conquistas merecidas, como recompensa pelos bons serviços prestados. Ofendem-se quando são apontados como o 1% de ricos contra os 99% dos demais cidadãos, pois se imaginam os grandes geradores de emprego.


Os prêmios Nobel, J. Stiglitz e P. Krugman têm mostrado que o dinheiro que receberam do Governo para salvarem seus bancos e empresas mal foram empregados na geração de empregos. Entraram logo na ciranda financeira mundial que rende sempre muito mais sem precisar trabalhar. E ainda há 21 trilhões de dólares nos paraísos fiscais de 91 mil pessoas.

Como é possível estabelecer relações mínimas de equidade, de participação, de cooperação e de real democracia quando se revelam estas excrecências humanas que se fazem surdas aos gritos que sobem da Terra e cegas sobre as chagas de milhões de co-semelhantes?

domingo, 25 de maio de 2014

As vitórias pouco divulgadas do Brasil. O atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, comprovando que o Brasil entrou em um novo estágio civilizatório.

As vitórias pouco divulgadas do Brasil
Luis Nassif - GGN - 25/05/2014

O Brasil cumpriu integralmente dois dos oito Objetivos do Milênio (ODM) das Nações Unidas (ONU) com anos de antecedência. A meta de reduzir a mortalidade infantil em dois terços em relação aos níveis de 1990 até 2015 foi cumprida em 2011. A meta de reduzir a fome e a miséria foi cumprida em 2012. (mais aqui)
O pessimismo geral do país é um caso clássico de esquizofrenia, alimentado por uma mídia do eixo Rio-São Paulo que perdeu a noção da notícia.

Durante dois anos, martelaram diariamente atrasos em obras da Copa, realçaram detalhes de obras inacabadas, uma campanha diuturna sobre a suposta incapacidade do país em se preparar para a Copa – como se depreciando a engenharia brasileira, os grupos privados envolvidos com as obras, os governos estaduais corresponsáveis pelo processo, a criação do clima de derrotismo se abatesse exclusivamente sobre o governo Dilma Rousseff.

À medida que a Copa se aproxima, que os tapumes das obras são retirados, os usuários descobrem aeroportos de primeiro mundo, arenas esportivas de qualidade invejável, novas estatísticas mostrando o potencial financeiro do jogos.

E os jornais passam a se dar conta que a Copa será a maior vitrine do país em toda sua história, com os 14 mil correspondentes, os recordes de visitantes e da audiência esperada para o televisionamento dos jogos.

Por esse sentimento permanente de baixa autoestima, provavelmente não se dará o devido valor a um feito extraordinariamente superior ao de abrigar a maior Copa do mundo da história (na opinião da Fifa): o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, comprovando que o Brasil entrou em um novo estágio civilizatório.

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O conceito de Metas do Milênio nasceu em 2000, quando líderes mundiais acertaram uma agenda mínima global de compromissos pela promoção da dignidade humana e de combate à pobreza, à fome, às desigualdades de gênero, às doenças transmissíveis e evitáveis, à destruição do meio ambiente e às condições precárias de vida.

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Conforme os dados do 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com quatro anos de antecedência, o país conseguiu alcançar a meta de redução de dois terços a mortalidade infantil, que caiu de 53,7 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 17,7 em 2011.

No saneamento, em 1990 70% da população tinham acesso à agua e 53% à rede de esgotos ou fossa séptica. Em 2012, os indicadores saltaram para 85,5% e 77% respectivamente.

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sábado, 24 de maio de 2014

Sonegômetro. Os cinco truques dos ricos para sonegar impostos

Os cinco truques dos ricos para sonegar impostos
Diario do Centro do Mundo-24/05/2014

Publicado originalmente na BBC Brasil. - Marcelo Justo

A multa de mais de US$ 2,5 bilhões imposta ao banco Credit Suisse, acusado de ajudar milionários americanos a sonegar impostos, evidenciou uma trama complexa que envolvia advogados, banqueiros, contadores e contas secretas.

Empresários, esportistas, artistas endinheirados e funcionários do mercado financeiro estão entre as pessoas que pertencem a uma “elite” frequentemente acusada de não cumprir suas obrigações com o Fisco de seus respectivos países.

Estima-se que a evasão fiscal movimente um montante cinco vezes maior que a economia global, com impactos sobre a desigualdade social.

Um relatório calcula que as 91 mil pessoas mais ricas do planeta controlem um terço da riqueza mundial (e respondam pela metade dos depósitos em paraísos fiscais). Um total de 8,4 milhões de pessoas (0,14% da população mundial) concentra 51% da riqueza.

A evasão fiscal ajuda a aprofundar esse abismo.

Conheça as cinco formas comumente escolhidas por milionários para pagar menos:

1 – Subdeclarar impostos

O primeiro passo costuma ser declarar menos rendimentos do que os realmente obtidos.

Patrick Stevens, diretor de política fiscal do Chartered Institute of Taxation, órgão britânico que prepara funcionários da Receita do país, diz que isso ocorre em duas etapas.

“De um lado, a pessoa declara menos do que ganha. De outro, esconde a diferença, para que não seja encontrada pelo Fisco”, disse à BBC Mundo.

E isso depende de uma rede profissional que, segundo críticos como James Henry, da Universidade de Colúmbia, virou parte estrutural do atual sistema financeiro.

“É uma indústria dedicada à evasão fiscal e à potencialização de ganhos financeiros”, acusa.

2 – Registrar empresas em paraísos fiscais

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O cartel planeja a sociedade. A Alston precisou de 12 dias apenas para emplacar uma novidade que o planejamento estadual tucano não conseguiu prever em anos.

O cartel planeja a sociedade
Saul Leblon - Carta Maior - 21/05/2014

A Alston precisou de 12 dias apenas para emplacar uma novidade que o planejamento estadual tucano não conseguiu prever em anos.

A Alston, incluída nas denúncias da engrenagem que há 20 anos lesa as licitações do metrô de São Paulo, avocou-se em 2005 a prerrogativa de alterar o traçado de uma linha do sistema e incluir uma nova estação no trajeto.

A notícia, embora tenha merecido um editorial da Folha, não chegou a sensibilizar os colunistas da indignação seletiva.

Falta de tempo, talvez.

A contagem regressiva para a Copa --quando tudo deve dar errado, ou pelo menos nada pode transpirar acerto, exige foco no repertório e na afinação do jogral.

As atenções assim monopolizadas explicam, ademais, que a Folha tenha noticiado e, rapidamente, abduzido da primeira página mais essa evidência gritante do desembaraço que rege as relações entre multinacionais, cartéis e o governo de São Paulo.

Há detalhes sugestivos do quão profunda é a ingerência do interesse privado na administração da coisa pública sob responsabilidade do PSDB.

A multinacional francesa precisou de 12 dias apenas para emplacar a novidade que o planejamento estadual tucano não conseguiu prever em anos.

Adicionalmente, incluiu no pacote medidas para lipoaspirar o mobiliário das estações, sem corte correspondente no seu preço de fornecimento, agindo, portanto, para vitaminar o próprio lucro.

É mais uma informação de como se define o investimento na mesa de decisões do tucanato paulista, que levou a maior e mais rica metrópole do país às portas do racionamento de água por falta de planejamento.

Mas não só isso.
Estamos diante de algo maior. Uma sugestiva ilustração dos limites que cercam o diferencial acenado pela plataforma conservadora para a disputa presidencial de outubro.

Qual seja, a promessa de destravar as amarras de um novo ciclo de crescimento, fazendo do país um barco complacente aos ventos dos livres mercados.

Vale dizer, da lógica das Alstons, Siemens e assemelhados.

sábado, 17 de maio de 2014

Lula: A Globo precisa ser partida em vários pedaços – como a Argentina fez com o grupo Clarin. “E não me venham falar que isso é censura”

Lula avisa a Globo: acabou a brincadeira; regulação da velha mídia vem aí!
Rodrigo Vianna - Escrevinhador - 16/05/2014

A Globo precisa ser partida em vários pedaços – como a Argentina fez com o grupo Clarin. “E não me venham falar que isso é censura” – disse Lula. O movimento de blogueiros colheu uma enorme vitória. Ajudou a pautar esse debate, agora encampado pelo ex-presidente.


O debate de abertura ainda não tinha acabado, quando um burburinho começou a se ouvir pelos corredores. E não era Stanley quem se aproximava. Mas Lula. O ex-presidente e a regulação da mídia no Brasil são dois fantasmas, que provocam calafrios na velha imprensa dos Civita, Frias e Marinhos. Então, podem se preparar: os calafrios vão aumentar. Os locutores gagos da CBN vão ficar ainda mais gagos.

O auditório estava lotado: mais de trezentos blogueiros e ativistas digitais de todo o Brasil. Três dezenas de jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos da velha mídia já se aglomeravam no fundo do salão. Na mesa, o jornalista espanhol Pascual Serrano demolia o surrado conceito de “liberdade de imprensa” que os donos da mídia usam para brecar qualquer regulação.

“Só um setor da sociedade pode utilizar a chamada liberdade de imprensa. É um direito apenas para o empresariado”, disse Serrano, um dos convidados internacionais do Quarto Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais.

O norte-americano Andrés Conteris, do site Democracy Now, disse que os blogs – no mundo todo – cumprem um papel decisivo: “ir aos locais onde está apenas o silêncio”.

Petrobras. A compra de Pasadena se tornou pauta da grande imprensa com o objetivo de dar à oposição partidária, principalmente PSDB e PSB, um mínimo de argumento (tinham quase nada) nas próximas eleições...

Mídia e oposição querem sangrar a Petrobras, a bem dos EUA
Dr. Rosinha - Carta Maior - 15/05/2014 

A compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras não foi um negócio equivocado e atendeu a planejamento definido ainda no governo FHC.

Para ser bondoso e não pensar em coisa pior, prefiro dizer que há nos meios de comunicações privados um imbróglio de informações sobre a compra, pela Petrobras, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Digo "bondoso" porque sei que toda empresa privada, mesmo as de mídia (rádios, TVs, jornais, revistas, etc.), tem interesses políticos, econômicos, financeiros, comerciais, etc.

A compra de Pasadena se tornou pauta da grande imprensa com o objetivo de dar à oposição partidária, principalmente PSDB e PSB, um mínimo de argumento (tinham quase nada) nas próximas eleições, muito embora esse argumento contrarie os interesses nacionais e não se sustente em um exame mais profundo.

E chamo de imbróglio porque vou aqui usar livremente o artigo de Marcelo Zero, que justamente assim designa todo esse assunto.

Na realidade, a Petrobras sempre incomodou os conservadores do país. Pudera. Nascida da histórica campanha nacionalista “o Petróleo é nosso”, a Petrobras se converteu naquilo que os neoliberais consideram praticamente uma impossibilidade: uma empresa estatal bem sucedida e eficiente.

Ela é um acabado contraexemplo das teses antiestatais e antidesenvolvimentistas que sustentavam o fracassado paradigma privatizante e liberalizante, cantado em prosa e verso pelo PSDB, DEM e PPS, que ruiu no início deste século. Ruiu no Brasil graças aos governos do PT, e na Europa e nos Estados Unidos, por ser um sistema que sobrevive do (U$S) oxigênio do Estado.

terça-feira, 13 de maio de 2014

A caravana passa e ela, a imprensa, como sempre vai ladrar seu complexo de vira-latas. Uma imprensa claramente facciosa e tendenciosa. A surreal cobertura das obras da Copa nos canais e programas de esporte, da TV, rádio e internet. Uma competição para ver quem é o comentarista mais ácido. Um festival de desinformação, chavões e senso comum com a "roubalheira da Copa", na voz dos guardiões do "nosso" dinheiro...

Sobre a cobertura das obras para a Copa
Por A. Tambelli - 13/05/2014  - Jornal GGN

Prezados
Realmente, trata-se de algo surreal.

Vamos à anamnese: Quando do pretenso "apagão aéreo" de alguns anos atrás, Marilena Chaui - que já estava demonizada pela mídia nativa - em uma entrevista utilizou a deliciosa expressão " comovente" para qualificar as preocupações da imprensa com o desfiar diuturno da quantidade e extensão dos atrasos dos voos. Equipes em todos os aeroportos nos mantinham com precisão religiosa, informados de como o Brasil e os brasileiros sofriam as consequências de terem um governo incompetente. Atrasos corriqueiros, atrasos com razões consideráveis e atrasos que mereciam repto, todos eram colocados no mesmo saco de maldades de uma imprensa claramente facciosa e tendenciosa.

Ótimo! Por que será que ainda surpreende quando esta mesma imprensa massacra geralmente sem contraditório e com imprecisões dignas de nota, seus outros alvos? (já, já vai ser o ENEM - prepare-mo-nos)

Agora o surreal, só para ilustrar: Na ESPN, o quase slogan é - a melhor cobertura da Copa! Só pode ser gozação. Há meses (anos) este canal do cabo só faz criticar e espinafrar com e sem razão, a Copa no Brasil. Chegam a ser muito chatos! E bota muito nisso! Já foi dito com todas as letras por praticamente todos seus comentaristas que será a pior Copa de toda a história. Bom, neste caso o quase slogan deveria ser - a melhor cobertura da pior Copa de todas!

Corta para o Redação SportTv: André Rizek, Artur Xexéo e Rui Castro - lá pelas tantas Rizek diz: "nós aqui quando temos que ser críticos, criticamos" - Xexéo: " ultimamente se você disser no buteco que vai assistir a Copa será vaiado, esta todo mundo muito azedo". Bom, se considerarmos que realmente o canal menos crítico com relação à Copa foi o SporTv, por razões mercaológicas do sistema Globo (uma parte bate, outra assopra), os próprios participantes do Redação considerarem que o clima é contrário à Copa da uma dimensão do estrago que foi feito.

Coxinha, desculpa aí, mas a Copa é boa para o Brasil sim. O Brasil não deixou de investir em saúde e educação e infraestrutura por causa da Copa.

Desculpa aí, mas a Copa é boa para o Brasil sim
04/05/2014 - Muda Mais

Existe no Brasil uma geração que nunca viu a seleção brasileira conquistar a Copa do Mundo. Essa galera também não sabe que o país tinha regras diferentes, onde não cabia opções: ou se investia em educação ou saúde, em saneamento, nem pensar! Era gasto. E a casa própria era apenas paras as classes B e A. Mas o Brasil mudou e hoje, no lugar de escolher uma alternativa, o pais adotou o agregar e incluir. Agora a população pode ter sim mais saúde, mais educação, mais infraetrutura, mobilidade urbana e também Copa do Mundo. Está na dúvida? Então veja os números:
Desde 2010 o governo investiu R$ 968 bilhões em educação, saúde e infraestrutura. E como a nova onda é a de somar, ainda foram investidos R$ 17,6 bilhões em toda a infraestrutura envolvendo a Copa.
Em educação, por exemplo,o governo entregou 1300 creches até o início desse ano e outras 3100 estão em construção. São 49 mil escolas com ensino de tempo integral e o objetivo é chegar a 60 mil até o fim do ano. Para aperfeiçoar o ensino, professores alfabetizadores estão sendo preparados para ajudar as crianças a chegar ao 8 anos de idade já sabendo ler e fazer as operações básicas de matemática.
Adicione a isso a retomada dos investimentos para o ensino técnico, com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec). Sozinho e com pouco mais de dois anos de existência, recebeu R$ 14 bilhões de investimentos, opa... muito mais do que foi investido em todos os estádios da Copa (R$ 8 bilhões). Além disso, foram criadas novas escolas técnicas federais e novas universidades. Poderíamos até parar por aqui, mas tem muito mais. Com a criação do Sistema de Seleção Unificada, que oferece vagas de ensino superior com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), muito mais gente conseguiu conquistar um diploma. Isso sem contar os programas como o ProUni e o Ciência sem Fronteiras.
Assim como à educação, os investimentos em saúde têm várias frentes. Por exemplo, são 10.121 novas unidades de saúde(link is external), outras 8.506 estão sendo ampliadas e mais 8.349 reformadas, com investimentos que chegam a R$ 3,5 bilhões. Outro programa é a Rede Cegonha(link is external), que já atendeu 2,6 milhões de gestantes, em mais de 5 mil municípios. Lançado em 2011, tem o objetivo de oferecer às gestantes do Sistema Único de Saúde (SUS) um atendimento cada vez mais qualificado e humanizado. Para a aplicação, foram investidos inicialmente R$ 9,4 bilhões.
Tem ainda o Brasil Sorridente(link is external), que já beneficiou 80 milhões de pessoas em todo o país e é considerado o maior programa bucal do mundo, com mil Centros de Especialidades Odontológicas e 23.150 equipes de saúde bucal, que atendem inclusive nas Unidades Básicas de Saúde. Até o final de 2014, terão sido investidos R$  3,6 bilhões no programa. É claro, tem ainda o Mais Médicos(link is external), que levou 13.235 profissionais a 4040 municípios e também os investimentos em pesquisas(link is external) –  R$ 248,7 milhões para encontrar soluções inovadoras a serem aplicadas ao SUS.
Quanto a mobilidade urbana(link is external), foram investidos R$ 143 bilhões em 3.859 km de vias para transporte coletivo urbano, seja sobre trilhos, pneus ou corredores fluviais. A prioridade está em empreendimentos de transporte público coletivo, de alta e média capacidade e que atendam áreas com população de baixa renda.
A esses R$ 143 bilhões somam-se R$ 8 bi que envolvem 42 projetos do escopo Copa do Mundo. Eles garantiram 17 novos corredores e vias expressas, 5 novas estações e terminais de trens e metrôs, 13 BRTs e 2 VLTs, obras essenciais, ainda que o mundial não fosse no Brasil e que beneficiarão 62 milhões de pessoas.
Os aeroportos das cidades-sede e também de regiões turísticas próximas passaram por reforma, na maioria dos casos para ampliar a capacidade de passageiros e de taxiamento de pistas. O benefício desses R$ 6,3 bilhões investidos não serão restritos à Copa, muito pelo contrário, turistas, homens e mulheres de negócios, ou seja, qualquer pessoa que utilizar um aeroporto neste e nos próximos anos encontrará um ambiente mais confortável e agradável. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Manchete: lucro da Petrobras caiu 30%. E em lugar nenhum: o da Shell caiu 44% e o da Chevron, 27%

Manchete: lucro da Petrobras caiu 30%. E em lugar nenhum: o da Shell caiu 44% e o da Chevron, 27%
Fernando Brito - Tijolaço - 10/05/2014

O ódio da imprensa brasileira à Petrobras não tem tamanho.

O resultado financeiro trimestral divulgado ontem – R$ 5,4 bilhões – só
foi inferior ao de 2013 ( R$ 7,7 bi) porque a empresa provisionou R$ 2,4 bilhões para o pagamento de indenizações de um imenso programa de desligamento voluntário de nada menos que 12% de seus empregados.

Basta somar e ver que, sem isso, seria maior.

Tanto que o lucro operacional no 1º trimestre de 2014 foi de R$ 7,6 bilhões, 8% superior ao do último trimestre de 2013.

A tal queda de produção de 2.552 mil barris de óleo equivalente (petróleo e gás) diários para 2.531 mil é menor do que a produção de um único poço posto em operação quinta-feira, no pré-sal do Campo de Lula (26 mil barris/dia) e só ocorreu porque uma plataforma alugada está sendo substituída por uma própria no campo de Roncador e pela paralisação, por um incêndio, da plataforma P-20 (20 mil barris diários) no campo de Marlim, provocada por um incêndio e já de volta à produção.

Quem entende do negócio sabe que, no lugar de ser decepcionante, o desempenho da Petrobras foi bom e será ótimo nos próximos balanços trimestrais.

Até porque não foi um bom trimestre para as petroleiras.

O lucro trimestral da Shell caiu 44% no trimestre.

O da BP caiu 23%.

Os ganhos no 1° trimestre da Chevron, 27%.

Mas isso não virou manchete lá, porque todos sabem que são oscilações normais na operação de uma empresa petrolífera.

Bomba! Gráfico mostra o quanto a economia piorou nos governos Lula e Dilma. Empresários com dificuldades para quebrar.

Estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra que a economia brasileira está indo tão mal que os empresários nem quebrar conseguem mais.
11/05/2014 -  Po Serra

Imagem Facebook

domingo, 11 de maio de 2014

A mídia tucana segue fingindo que não haverá eleição em São Paulo. Fez um pacto de invisibilidade. Não há pesquisa, não há debate. Mesmo sendo o Estado mais rico e mais populoso do país com problemas gravíssimos relacionados à gestão estadual: segurança pública, água, educação.

Não existe eleição em SP? A seca de informações…
Rodrigo Vianna - O Escrevinhador - 11/05/2014

Boa parte do eleitorado brasileiro mal teve tempo de refletir sobre a eleição nacional. Muitos só o farão lá para agosto, após a Copa – quando o horário eleitoral na TV começar.

Mas o noticiário político segue tomado por notícias sobre Dilma/Lula, Aécio/Serra, Eduardo/Marina. É nítido o esforço para enfraquecer Dilma e forçar um segundo turno – aliás, cada vez mais provável.

CHARGE FACEBOOK VITOR TEIXEIRA 
Ao mesmo tempo, nos jornais, portais de internet, rádio e TV, mal se fala da eleição estadual. O Estado mais rico e mais populoso do país tem problemas gravíssimos relacionados à gestão estadual: segurança pública, água, educação. Mas a velha mídia segue a esconder a eleição paulista. Há uma espécie de pacto de invisibilidade.


A Petrobras e a inflação são jogados no colo de Dilma. É justo… Mas e a água de São Paulo? De quem é a responsabilidade? Alckmin não é cobrado. Do além, surge um tal “Volume Morto da Cantareira” – água podre do fundo das represas, que o paulista prepara-se para beber.

O alerta sobre a invisibilidade da eleição para governadores veio do jornalista Florestan Fernandes Jr, no facebook:

Amigos, chamo mais uma vez a atenção de vocês para a total falta de interesse da nossa mídia, principalmente a de São Paulo e Minas Gerais, para as eleições estaduais. Isso vem se repetindo desde 2002, o objetivo é claro: evitar que a maioria dos eleitores tome conhecimento antecipado dos candidatos. Todos os holofotes ficam voltados apenas para a eleição presidencial. Trata-se de uma mãozinha amiga para facilitar a reeleição de alguns governadores. Você se lembra qual foi a última vez em que o Datafolha, e o Ibope realizaram pesquisa para a corrida estadual?

De fato, chama atenção que não haja pesquisa. Mas o mais grave é não haver debate. Candidatos de oposição a Alckmin só aparecem na mída convencional se o objetivo for atacá-los.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Os gêmeos ideológicos (Aécio e Eduardo Campos) e a mídia complacente desconversam sobre os efeitos indigestos da receita que anunciam como se fosse um biscoito fino para o país.

Uma receita para a desigualdade
Saul Leblon - Carta Maior - 07/05/2014
Os gêmeos ideológicos e a mídia complacente desconversam sobre os efeitos indigestos da receita que anunciam como se fosse um biscoito fino para o país.

O conservadorismo costuma se declarar vítima do maniqueísmo que regularmente carimbaria na testa de seus candidatos rótulos depreciativos aos olhos da população.

Elitistas e entreguistas, por exemplo.

O problema real parece ser outro. Candidaturas conservadoras mostram dificuldade para conciliar o discurso de palanque com a identidade do projeto que defendem para o país.

Na história recente tornou-se emblemático o caso do governador Geraldo Alckmin.

Presidenciável tucano em 2006, ele se fantasiou com adesivos de estatais brasileiras na vã tentativa de afastar compreensíveis suspeitas do eleitor.

Convenceu tanto quanto o lobo vestido de vovozinha na história da Chapeuzinho Vermelho.

Ou então Serra. Em 2010, já descendo a ladeira, aliado ao humanista bispo Malafaia para atacar gays, aborto e petistas, o tucano chegou a acenar com um gesto generoso.

O governo propunha então R$ 538 reais para o salario mínimo válido a partir de 2011, um valor calculado conforme a regra pactuada com CUT e sindicatos quatro anos antes.

‘Acho pouco’, disse o tucano e sapecou:

‘Vou fixar em R$ 600 reais’ (veja aqui: www.youtube.com/watch?v=qzyOIv--uKw).

Não contente, prometeu um aumento de 10% para os aposentados.

E arrematou com o compromisso de incluir 15 milhões no Bolsa Família (o programa reunia então 12,3 milhões; hoje são 13, 8 milhões), ademais de assegurar um 13º pagamento a todos os beneficiados.

Digamos que Dilma tomasse decisão semelhante hoje.

Uma visão holística do socialismo. Ou: zen socialismo

Uma visão holística do socialismo. Ou: zen socialismo

Por Cynara Menezes - CartaCapital - 06/05/2010 

Muitos leitores, sobretudo os jovens, me perguntam o que é o socialismo que defendo. Quando “o comunismo chegar”, como é que vai ser? Os ricos vão ser mortos? O Brasil vai virar uma Cuba ou uma Coreia do Norte? Meu Iphone será confiscado? Enfim, todo tipo de pergunta. Não sou nenhuma teórica, mas vou falar aqui como eu vejo o socialismo à luz do século 21.

Em primeiro lugar, não acredito em revolução, mas em revoluções. Acho que a ideia de que a classe trabalhadora irá se levantar e tomar o poder foi superada, pelo menos em um futuro próximo –não posso falar do que pode acontecer daqui a 300 anos. No entanto, acredito ser possível revolucionar, sob inspiração socialista, vários setores da sociedade: a educação e a saúde, por exemplo. Os socialistas defendem que a educação e a saúde sejam universais. Isso significa que devem ser públicas e gratuitas. Capitalistas acham que não.

Socialistas também defendem que todos tenham acesso à terra para plantar. Por que seria necessário matar alguém para isso, se pode ser feita uma reforma agrária de maneira perfeitamente legal, pelo Congresso, tirando o excesso de terras em mãos de latifundiários e redistribuindo para quem precisa? O mundo mudou e os socialistas mudaram com ele –quem continua a matar gente é o capitalismo. Outra revolução possível no campo seria garantir que a nossa comida não seja alvo de experimentos científicos motivados pela vontade de produzir mais para ganhar mais dinheiro, sem nenhuma preocupação com o bem-estar do ser humano. Capitalistas não estão nem aí para isso. Socialistas, sim.

No socialismo moderno, não enxergo a necessidade de se “eliminar” os ricos ou de “reeducá-los”, como se defendia nos primórdios. O que tem que ser feito com os ricos é fazê-los pagar os impostos que nos devem, proporcionalmente à fortuna que acumularam. Não é possível que gente bilionária pague os mesmos impostos que todo mundo. É claro que esse tipo de distorção precisa ser corrigida. Os ricos do Brasil pagam menos imposto até mesmo que os ricos de outros países. Quem você acha que está interessado em acabar com essa injustiça? Os capitalistas é que não.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Colunista tucana, Eliane Cantanhêde, da Folha de SP, aborda o “sincericídio” de Aécio e Eduardo Campos e passa recibo da grande discussão que o PT levará à campanha eleitoral: Desde a eleição de Lula em 2002, o Estado brasileiro deixou de empurrar para o povo o custo de crises econômicas internas ou externas.

“Sincericídio” de Aécio e Eduardo permeará o debate eleitoral
Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania - 06/05/2014
Aécio e Eduardo Campos no Fórum de Comandatuba
PSDB, PSB, suas respectivas militâncias e a mídia tucana andam eufóricos com pesquisas eleitorais esquisitas, feitas para produzir números favoráveis àquele que este Blog sempre disse que seria o candidato dessa mídia (Aécio Neves). Os mais afoitos já dão até como certo que a eleição acabou e o tucano já se elegeu presidente.

Há, também, os que veem maior potencial em Eduardo Campos, que teria mais possibilidades de crescer por ser “desconhecido”, como se um candidato se fazer conhecer tivesse que ser necessariamente positivo para ele, quando, muitas vezes, quanto mais conhecido um candidato for menos aceito ele será.

Aliás, vale lembrar que Aécio também está no mesmo processo de se tornar conhecido em que está Eduardo. E é aí que a situação se complica para ambos.

Não vale tratar dos boatos sobre a vida íntima de Aécio, por exemplo. Não é por aí que se deve atuar. Boatos sobre a vida pessoal de um candidato são armas que podem ser usadas contra qualquer lado. É melhor se ater à natureza político-ideológica de cada um.

Nesse aspecto, começa a ganhar fôlego o que está sendo chamado de “sincericídio” de Aécio e Eduardo, que vêm dando palestras a empresários para lhes afiançar que, se eleitos, não hesitarão, “como Dilma”, em adotar “medidas impopulares” ou “amargas”.

Em pronunciamento recente, Dilma Rousseff não perdeu a chance de dizer que seu governo nunca cogitou – nem vai cogitar – adotar medidas “impopulares” ou “amargas”.