segunda-feira, 17 de julho de 2017

O barulho e o silêncio das panelas revelam a hipocrisia que embalou e embala discursos sobre corrupção no Brasil.

Bob Fernandes: "Fingir" e fingimentos: indignação com corrupção, Saúde, festa em "Palácio"...

Por Bob Fernandes - Via Facebook - 17/07/2017 
Charge Mas Que Mário?
Ricardo Barros, Ministro da Saúde, a Saúde pública, conclamou: "Vamos parar de fingir que pagamos o médico e o médico tem que parar de fingir que trabalha".

Isso no país em que a chegada de médicos cubanos provocou escândalo e gritaria. De médicos, associações, e manifestantes.

Passados três anos os médicos cubanos continuam no Brasil. E... fez-se o silêncio de associações, médicos e manifestantes.

Talvez porque os médicos cubanos já tenham atendido mais de 60 milhões de pessoas. Sinal de que 60 milhões de pessoas não eram atendidas.

Ou mal tinham atendimento, como agora confessa o ministro da Saúde, a Saúde pública.

Revelador o silêncio em relação aos médicos cubanos. Certos silêncios revelam, assim como barulhos de ocasião.

Na quarta-feira, 12, com a condenação de Lula, foguetório nos chamados "bairros nobres" de São Paulo. Panelas voltaram a retinir.

Na quinta, só um dia depois, Temer e seus 40 tiveram vitória na Câmara: rejeitada denúncia contra ele, Temer. Que para vencer trocou 12 deputados na CCJ. E não apenas...

Em dois meses Temer liberou R$ 1 bilhão para emendas de deputados e senadores. E o que se viu e ouviu no dia em que os 40 de Temer rejeitaram a primeira das denúncias?

Nada. Nem uma manifestação de massa. Nem mesmo duas colheres de chá num batuque. São Paulo e Brasil afora um silêncio estrondoso.

Silêncio profundamente revelador. Da hipocrisia que embalou e embala discursos sobre corrupção no Brasil.

Revelador do moralismo caolho, aquele que só enxerga e grita quando a corrupção é a dos adversários.

Barulho se ouviu foi em Curitiba. Ricardo Barros fingiu não ser o ministro da Saúde de Temer.

Fingiu não ser o ministro de um país com filas em hospitais e postos de saúde, e país com 14 milhões de desempregados.

Filha do ministro, a deputada estadual Maria Victória (PP), casou-se no sábado. A mãe, Cida Borghetti, é vice-governadora e pré-candidata ao governo.

Festança para 1.200 convidados...Entre a igreja do Rosário e a recepção, no Palácio Garibaldi, protestos. Com chuva de ovos, garrafas, pedras, cuspe, lixo... e Polícia.

O Tribunal da Globo funciona como um espetáculo de ilusionismo. O mágico usa uma série de truques para distrair a plateia

Tribunal da Globo condena Lula pela segunda vez

Por Ricardo Amaral - Via GGN - 17/07/2017

A matéria do Fantástico (16/07) sobre a sentença do juiz Sergio Moro confirma a sórdida aliança entre a Rede Globo e a Operação Lava Jato para atacar o ex-presidente Lula. Em 13 minutos de massacre midiático, a Globo tentou empurrar ao público uma grande mentira: a de que a sentença teria sido baseada em provas, não apenas em teses dos procuradores e convicções do juiz.

O esforço de propaganda não muda a realidade: Lula foi condenado sem provas. A defesa demonstrou que o tríplex do Guarujá sempre pertenceu à OAS e tem seus direitos econômicos alienados a um fundo gerido pela Caixa. E a acusação não provou qualquer relação entre Lula e os desvios da Petrobrás, algo ignorado tanto pela sentença quanto pelo Fantástico.

Mas a Lei de Moro baseia-se fundamentalmente em condenar por meio das manchetes, não do Direito. A Globo sabe que a sentença é frágil e não deve prosperar em instâncias mais sérias do Judiciário; a não ser que seja amparada por uma forte campanha de mídia. Por isso armou seu próprio Tribunal, que absolve Moro de seus muitos erros e condena Lula sem apelação.

O Tribunal da Globo funciona como um espetáculo de ilusionismo. O mágico usa uma série de truques para distrair a plateia (cortinas de fumaça, jogos de luz, dançarinas, tambores) e, ao final, o que não era passa a existir no palco, pois as mãos do mágico são mais rápidas que os olhos da plateia.

No Fantástico, o truque do mágico é distrair o público lançando ao palco o contrato regular com a cooperativa que iniciou o projeto (não com a OAS), um papel rasurado (por quem?) e sem assinatura, um par de notas fiscais da loja de móveis, as falas de 2 réus que contradizem 73 testemunhas; é ocultar a defesa de Lula para encerrar o número com seu veredito ilusório.

A matéria não mostra nada que prove, de fato, que o apartamento foi dado a Lula ou que ele tenha recebido qualquer vantagem, em dinheiro ou de outra forma. Nada que o relacione aos desvios da Petrobrás. Mas na falta de material substantivo, o Tribunal da Globo emprega adjetivos para sentenciar que há provas “documentais, periciais e testemunhais”.

O Fantástico valeu-se, mais uma vez, dos recursos narrativos, visuais e dramáticos que caracterizam o jornalismo de guerra da Globo. A palavra dos repórteres e apresentadores (só aparentemente neutra) é reforçada pela reprodução de trechos da sentença, de modo a aumentar artificialmente sua credibilidade.

A narrativa contra Lula é sobreposta por imagens da fachada do prédio, fotos internas do apartamento, cenas de prisão e de depoimentos, imagens fora de contexto do próprio Lula e de dona Mariza. São cenas da vida real utilizadas para embalar o enredo de ficção que se quer transmitir ao público.

Dois “especialistas” são chamados a interpretar unilateralmente a sentença, poupando repórteres e locutores do serviço mais sujo. Ganharam seu minutos de glória e garantiram vaga na longa lista de comentaristas amestrados da imprensa. A Globo, naturalmente, não mostrou “especialistas” que pensam diferente de Moro.

A fala do advogado de Lula, encaixada ao final da matéria e sem direito a recursos cênicos, torna-se mera formalidade após dez minutos de convencimento do público por meio de “provas”, imagens e falas dos “especialistas”. Na Globo, o jornalismo de guerra dá-se ao requinte de registrar o “outro lado”, mas só depois que a vitória parece assegurada.

O Tribunal da Globo condenou Lula pela segunda vez, ignorando as provas de sua inocência e antecipando o que espera ser a decisão dos tribunais superiores. O truque do Fantástico será repetido mil vezes, até que a mentira se pareça com uma verdade, completando o ciclo midiático-judicial da Lei de Moro.

A intenção da Globo é convencer o público de que Lula está fora do jogo eleitoral, sem aguardar o pronunciamento das instâncias superiores. Esperam colher o resultado nas próximas pesquisas. Mas mesmo que elas apontem perda de intenção de voto, Lula permanece vivo e representa o mais forte sentimento das ruas: o desejo de mudança, para que o país volte a crescer e gerar empregos.

Por isso, em outra frente, editoriais e colunistas da Globo pressionam o Judiciário a acelerar o processo e antecipar o desfecho da longa caçada ao ex-presidente Lula. Afinal, quem pode prever como estarão o país e as pesquisas daqui a um ano? Qual o nome, qual o projeto que os golpistas terão para apresentar até lá? Não tenho dúvidas: o Tribunal da Globo continuará em sessão até conseguir tirar Lula das eleições, ou até ser derrotado pelo voto popular.

sábado, 15 de julho de 2017

Falta mais o quê para o STF mandar prender todos os deputados que receberam e anular este golpe?

Falta mais o quê para o STF mandar prender todos os deputados que receberam e anular este golpe?

Por Fernando Horta - Via Facebook - 15/07/2017


Então já sabemos que não houve crime de responsabilidade, nem nas pedaladas (http://g1.globo.com/…/pericia-conclui-que-dilma-nao-partici…), nem no plano Safra (https://oglobo.globo.com/…/pedalada-de-dilma-no-plano-safra…).

Sabemos que o Nardes do TCU é corrupto até o talo (http://www1.folha.uol.com.br/…/1854127-ex-diretor-de-estata…)

Sabemos que o Temer confessou que o impeachment foi por não aceitar a tal "Ponte para o futuro" (https://theintercept.com/…/michel-temer-diz-que-impeachmen…/)

Sabemos que o Jucá confessou que era para "estancar a sangria" (http://www1.folha.uol.com.br/…/1774018-em-dialogos-gravados…)

Sabemos que o Odebrecht pagou deputados para o impeachment (https://oglobo.globo.com/…/marcelo-odebrecht-diz-que-acerto…)

Sabemos que o Joesley também pagou deputados para votarem pelo impeachment (http://politica.estadao.com.br/…/geral,publicitario-liga-jo…)

Sabemos que o Cunha se elegeu comprando deputados (http://g1.globo.com/…/joesley-diz-que-deu-r-30-milhoes-para…)

E que Cunha travou o governo Dilma para fazê-la cair (http://www.bbc.com/…/noticias/2016/05/151008_cunha_camara_ab)

E que agora Cunha está delatando todos os deputados que receberam dinheiro para votar pelo impeachment (http://www.ocafezinho.com/…/cunha-delata-o-golpe-votos-pel…/)

E que Dilma foi inocentada pelo TSE (http://www.correiobraziliense.com.br/…/como-votou-cada-mini…)

Falta mais o quê para o STF mandar prender todos os deputados que receberam e anular este golpe?

Falta alguém perder a calma e a civilidade? é isto que o tribunal está esperando ... que se faça algo fora da normalidade?

quinta-feira, 13 de julho de 2017

As pessoas deveriam ao menos pensar, colocar o ódio de lado e perguntar: a quem interessa tirar Lula das eleições de 2018?

Nem o paneleiro sendo estuprado em seus direitos, o midiota entende.

Por Cristiano Penha - via Facebook - 13/07/2017

Charge Jota Camelo

Paneleiros comemorando a queda do governo do PT que foi o que mais deu verbas e autonomia aos órgãos de investigação, como a PF, MPF, CGU e AGU, que hoje sofrem cortes de verbas e perda de autonomia, sem falar nos enormes avanços sociais e econômicos dos quais todos se beneficiaram, mas que tentam esconder ou distorcer como se fosse possível apagar a história da memória de milhões de brasileiros.

Não passam de massa de manobra da elite brasileira. 

Mas agem como se fossem mega empresários, banqueiros e corruptos, os únicos a ganhar com tudo isso e com essas reformas. 

Além de tudo, muitos sofrerão as consequências do governo golpista com essa reforma trabalhista, previdência e teto de gastos, até mesmo empresários com a perda de demanda. 

Se não sofrerem diretamente no bolso, talvez sintam na pele, literalmente, o aumento da violência causado por ausência de políticas sociais e de igualdade de oportunidades, como já ocorre aqui e em qualquer país do mundo que apresente elevada desigualdade, mesmo em países avançados.

Alguns pensam que se o PIB crescer, tudo melhora. 

Engano, pois o PIB pode avançar, mas para uma pequena parcela da população como sempre foi até 2002. 

As pessoas deveriam ao menos pensar, colocar o ódio de lado e perguntar: a quem interessa tirar Lula das eleições de 2018? A quem interessou o golpe? Nem o paneleiro sendo estuprado em seus direitos, o midiota entende. 

Se o problema fosse corrupção, hoje as ruas estariam cheias de paneleiros protestando contra Temer, Aécio e essa lista de políticos com patrimônios suspeitos muito superiores ao tríplex. 

Mas acho que é demais pedir pra essas pessoas pensarem, após se intoxicarem com o veneno destilado diariamente pela mídia brasileira na TV, internet, jornais, rádios e revistas. 

Só quando sofrerem no bolso e na pele as consequências do golpe e dessa possível fraude eleitoral em 2018, é que talvez entendam. 

Talvez! Por que o estrago no cérebro pode ter sido permanente e mesmo se ferrando, podem gostar e pedir mais, tipo votando no PSDB ou em Bolsonaro, o que eu não duvido.

sábado, 1 de julho de 2017

Pausa para o luto, partiu Paulo Nogueira. Por Renato Rovai

Um pouco da blogosfera parte com o genial Paulo Nogueira

Como eu adorava aquela “pausa para uma gargalhada” que ele usava no meio de alguns artigos, principalmente quando tratava de episódios envolvendo sabujos midiáticos.

Por Renato Rovai - Revista Forum - 30/06/2017
A primeira notícia desta manhã chegou carregada de tristeza. Paulo Nogueira, do DCM, morreu. Não o tive como um amigo próximo (infelizmente) e o encontrei pessoalmente apenas uma vez com ele, quando visitou minha casa numa reunião de blogueiros. Mas o tinha como amigo. Como companheiro de batalha. E o admirava como um irmão mais velho que tinha tido a coragem de enfrentar os conglomerados midiáticos para os quais trabalhou por muito tempo quando a porta da internet abriu novas possibilidades aos jornalistas.

Anteontem, sem saber que ele estava doente, lhe enviei um inbox solicitando uma entrevista para o meu doutorado. A minha tese vai tratar da história do jornalismo digital. Queria conversar com o Paulo sobre os meandros da criação do DCM e lhe ouvir sobre as mudanças que identificava na profissão desde a criação dos primeiros portais no Brasil até os dias atuais. Infelizmente ficamos sem isso.

Ele tão solicito sempre que o procurava por ali, não respondeu esta mensagem.

Mas respondeu outras. E por isso, tenho a satisfação de dizer que organizei um livro, o Golpe 16, que entre outros artigos, tem um saboroso dele.

E se teve algo que diferenciou a trajetória de Paulo foi o sabor dos seus textos. Paulo escrevia como se fosse um chef e estivesse preparando um prato a ser degustado num banquete. Um banquete nunca só para lords, mas também para plebeus. Seu estilo era inconfundível. Não tinha nada de rebuscado, por isso era tão jornalístico. Mas era quase literário, porque não havia uma única palavra solta, sem sentido.

Muitas vezes me peguei lendo algo sem saber de quem e no meio do caminho parava pra identificar o autor, porque algo me dizia que era dele. Batata, sempre era.

Como eu adorava aquela “pausa para uma gargalhada” que ele usava no meio de alguns artigos, principalmente quando tratava de episódios envolvendo sabujos midiáticos.

Enfim, Paulo parte. Do núcleo mais duro desta blogosfera suja que começou a se encontrar e fazer um pouco de história no primeiro encontro de 2010 ele é o primeiro.

É triste ver alguém partir assim, relativamente jovem e com tanta energia para a batalha. Mas a vida nos ensina nestes momentos que ela também é assim.

Paulo merece uma grande homenagem daqueles com quem ombro a ombro disputou narrativas nestes últimos anos. Não sei ainda qual, mas tenho certeza que os seus inúmeros leitores e amigos vão saber escolher.

E o Kiko e seus familiares precisam saber que Paulo não passou batido. Que ele passou batendo e levando, mas de cabeça erguida. E que isso é que torna alguns diferentes. E Paulo Nogueira foi um deles. Dos poucos.