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segunda-feira, 25 de março de 2019

A reforma da Previdência para um general, doméstica e um peão de obras. Por David Deccache.

O GENERAL, JOÃO DA CONSTRUÇÃO E DONA MARIA: COMO ELES FICARÃO APÓS A REFORMA DO BOLSONARO

Por David Deccache - Via Facebook - 25/03/2019

I. O CASO DO GENERAL

Com base em dados do portal da transparência, selecionei o salário de um General para realizar a simulação de como ficará a situação dele após a reforma.

Este General, hoje, recebe uma remuneração bruta no valor de R$ 24.175,78.

A) Com a elevação do adicional de habilitação de 30% para 71%, a remuneração dele sobe para R$ 28.937,00

B) Com a criação do adicional de disponibilidade de 32%(que incide só sobre o soldo que gira em torno de R$ 14.000) , o General somará mais R$ 4.480 no salário, o que já soma R$ 33.417,00.

C) O militar também poderá levar para a reserva o adicional de gratificação de representação de 10%, o que já jogaria o salário dele para R$ 36.758.

Ou seja, o general foi praticamente para o teto do Supremo.

Por fim, quando o militar se aposenta (vai para a reserva) hoje recebe 4 vezes o valor do soldo. Passará a receber 8 vezes o gordo valor que mencionei acima.

Como o governo irá continuar sustentando a retórica de crise fiscal depois de tanta bondade?

II. O CASO DE DONA MARIA, EMPREGADA DOMÉSTICA

Maria tem 65 anos de idade e trabalha desde os 14 anos como empregada doméstica. Ela trabalhou por meio século, mas durante a maior parte do tempo sem nenhum direito trabalhista e não pagando a contribuição previdenciária.

Hoje, Maria, uma privilegiada segundo o Paulo Guedes, recebe um salário mínimo de R$ 998,00, mas paga, sem saber, aproximadamente, R$ 320,00 de tributos sobre tudo que consome (32% de toda a sua renda). Enquanto isso, o milionário Joesley Batista, pagou apenas 0,3% de imposto de renda em 2016 sobre os mais de R$ 100 milhões que faturou (quase toda a renda do Joesley é isenta de impostos no Brasil). Mas vamos voltar à história de Maria.

Quando Maria chegou aos 50 anos de idade, conseguiu um emprego com carteira assinada e hoje, com 65 anos, finalmente poderá se aposentar com 1 salário mínimo, já que, com muita dificuldade, cumpriu os 15 anos de contribuição mínimos para demandar o benefício previdenciário. Maria finalmente irá descansar e não precisará acordar às 5 da manhã, ficar horas em um trem lotado e depois esfregar o chão dos patrões. Só Deus sabe como Maria aguentou por tanto tempo uma vida tão dura.

Maria, neste ano, receberá um salário mínimo de aposentadoria, que será muito útil para ajudar a sua família, pois sua filha não consegue emprego e nem vaga na creche para as crianças. Depois da crise econômica iniciada em 2015, as coisas ficaram muito difíceis. Quem está segurando a barra na família é Maria que, com o pouco que ganha, garante a alimentação dos seus netos.

Contudo, a maioria dos economistas do Brasil consideram Maria uma privilegiada, pois ora, onde já se viu se aposentar tão cedo e com um benefício tão alto? Além disso, eles também alegam que Maria pagou contribuição social por muito pouco tempo, apenas 15 anos. Contudo esquecem o quanto Maria paga de tributos todo santo dia quando compra o arroz e feijão dos netos.

Dado o diagnóstico, de que Maria é uma privilegiada, esses economistas elaboraram uma reforma da previdência que se estivesse valendo hoje faria com que Maria tivesse duas opções: ou tentar se aposentar pelo BPC com R$ 400,00 agora ou continuar trabalhando até os 70 anos para completar os 20 anos mínimos de contribuição, garantindo a aposentadoria de um salário mínimo. Mas Maria já está com a saúde muito abalada devido ao trabalho pesado que se submeteu durante toda a vida e, provavelmente, não vai aguentar continuar trabalhando até os 70 anos. Enfim, se a reforma estivesse valendo agora, Maria se aposentaria com R$ 400,00. O que já era muito difícil para ela e para os netos, ficará insuportável: como alimentar os netos, comprar remédios e coisas do tipo? Uma crueldade que alguns chamam de combates a privilégios.

Por falar nisso, os patrões de Maria, acionistas de uma grande empresa e que têm seus lucros e dividendos recebidos isentos, além de receberem muito dinheiro de juros do governo brasileiro, estão bastante preocupados com o futuro do Brasil e torcem para a reforma da previdência ser aprovada, já que ouviram na Globo News que é necessário que os privilégios sejam combatidos no Brasil. E eles, como classe média alta responsável, são contra os privilégios. De Maria

III. O CASO DE JOÃO, TRABALHADOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Elaboramos uma pequena simulação, na qual João, trabalhador da construção civil que hoje se aposentaria com R$1.415,00, receberia apenas R$ R$ 1.020,08 se a reforma já estivesse valendo em sua plenitude.

João começou a trabalhar aos 15 anos de idade como ajudante de pedreiro. Em alguns momentos da vida, conseguiu trabalhar com carteira assinada e hoje, com 65 anos, após meio século de trabalho, conseguiu somar 31 anos de contribuição. Além disso, durante 6 anos contribuiu em cima de um salário mínimo e no restante com base em 2 salários mínimos. Se João se aposentasse hoje, receberia como benefício R$ 1.415,00.

Contudo, caso fosse aplicada a totalidade das regras da reforma da presidência do Bolsonaro, João se aposentaria com os mesmos 65 anos, porém com apenas R$ 1.020,08. João perdeu R$ 394,92, praticamente o valor do BPC que Bolsonaro quer pagar para os idosos miseráveis.

domingo, 10 de março de 2019

Vem.aí: Super Nanny - Palácio da Alvorada - A partir de agora, a guarda de Jair será compartilhada entre Hamilton Mourão e Augusto Heleno.

Bolsonaro terá supervisão de um adulto

Por Renato Terra - Folha de SP - 08/03/2019

Atividades do presidente serão acompanhadas por um responsável

Após divulgar o golden shower no Twitter, ameaçar José de Abreu com um processo e passar muito tempo trancado no banheiro, o presidente Jair Bolsonaro terá sua autonomia controlada por um adulto responsável.

"Jair está naquela fase questionadora, em que começa a formar sua própria opinião, construir sua identidade e engrossar a voz", explicou Adalgisa Guararapes, do Conselho Tutelar de Rio das Pedras.

A partir de agora, a guarda de Jair será compartilhada entre Hamilton Mourão e Augusto Heleno. "Segundas, quartas e sextas, ele fica comigo. Vamos alternar nos finais de semana", explicou Mourão. "Quero também acalmar a nação e deixar claro o seguinte: caso eu tenha que sair de casa, vou deixá-lo com uma babá", completou.
Bolsonaro precisará submeter suas opiniões aos responsáveis antes de postá-las nas redes sociais. Só poderá assinar decretos na presença de um adulto. Deverá pedir autorização para dormir na casa de amigos e deve chegar da rua até as 21h.

"Esse menino passa o dia inteiro no celular e esquece de fazer o dever de casa. Está achando que a vida é ficar pendurado nas redes sociais vendo fetiche e provocando os outros", lamentou Augusto Heleno.

O general não descarta punir o presidente em caso de desobediência. "Da próxima vez que postar escatologia, vai ficar uma semana sem Twitter. E, se fizer pirraça, vai passar 15 dias descascando laranjas", explicou, enquanto dobrava o lençol de Bolsonaro e preparava um copo de leite morno.

O primeiro projeto de Bolsonaro submetido a um adulto foi a implementação imediata da operação Leva Jato.

"A ideia é destacar todo o efetivo da Polícia Federal para identificar todo mundo que recebeu 'golden shower' nesse Carnaval", explicou.

Ao tomar conhecimento, Augusto Heleno comprou um videogame novo para Jair se entreter e, discretamente, engavetou o projeto.

O mercado financeiro recebeu bem a tutela de Jair Bolsonaro. Especialistas apostam que, em breve, Gleisi Hoffmann também terá a supervisão de um adulto.

Renato Terra
Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Tiago Santos: Quando a igreja fez arminha com a mão, o diabo venceu.

Sobre a polêmica do carnaval quero registrar aqui que o diabo venceu, sim!

Por Tiago Santos - Via Facebook  - 04/03/2019

Quando a igreja fez arminha com a mão, o diabo venceu. 

Quando os pastores e missionários, mesmo atuando nas comunidades mais pobres e obtendo o seu sustento do salário dos trabalhadores, apoiam a retirada de direitos destes para favorecerem os mais ricos, o diabo venceu. 

Quando a igreja ri de uma criança que morre, o diabo venceu. 

Quando a igreja comemora que uma líder social é assassinada a tiros numa emboscada, o diabo venceu. 

Quando a igreja zomba de um líder político que precisa deixar o país sob ameaça de morte, o diabo venceu. 

Quando a igreja vive uma expectativa que entremos em guerra com outro país para atender interesses geopolíticos de superpotências, o diabo venceu. 

Quando a igreja se torna o principal grupo social do país a espalhar mentiras na internet, o diabo venceu. 

Quando a maior preocupação da igreja, em um país extremamente desigual, é que meninos vistam azul e meninas rosa, o diabo venceu. 

Quando a igreja fica em angustiante silêncio frente ao racismo, a xenofobia, ao feminicídio, a homofobia, o diabo venceu. 

Quando a igreja considera armar toda a população como forma de buscarmos a paz, o diabo venceu. 

Quando a igreja considera justo que fazendeiros que já tanto tem esmaguem os povos indígenas para lhes tomar o pouco que resta, o diabo venceu.

Tiago Santos - Teólogo
Porto Alegre /RS

sábado, 2 de março de 2019

Cláudio Guedes: Amanhã, mesmo que este amanhã venha a ser um pouco longo, vai ser outro dia.

A estupidez & o ridículo.

Por Cláudio Guedes - Via Facebook - 02/03/2019

Tropa com armamento pesado, recomendada para ação contra grupos fortemente armados, para conduzir um ex-presidente, no momento detido, para um velório, em um cemitério/crematório, de um neto amado.

Esta foto é uma síntese.

Representa o que a Rede Globo e Sérgio Moro - inimigos do povo, inimigos da democracia - fizeram com o país com as suas perseguições, com suas manipulações da justiça, com as campanhas de disseminação de ódio entre brasileiros.

Mas mais forte são os poderes do povo, mais forte será a onda de repúdio à violência e ao ódio.

Crescerá aos poucos, mas um dia será forte o suficiente para transformar em um pedaço inexpressivo da sociedade os canalhas, os que hoje se regozijam com a morte prematura de uma linda criança, e seus ídolos farsantes.

Haverá um acerto de contas, pautado pela democracia e pela verdadeira justiça.

Os fascistas italianos e os nazistas alemães também disseminaram o ódio e a violência, imaginaram que criariam impérios seculares e sabemos todos como a aventura totalitária acabou. Varridos do mundo e desonrados pela história.

Amanhã, mesmo que este amanhã venha a ser um pouco longo, vai ser outro dia.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Tio Sam quer o Petróleo da Venezuela, babaca!

Tio Sam quer o Petróleo da Venezuela, babaca!

POR QUE TIO SAM ESTÁ POUCO SE LIXANDO COM A DITADURA NA ARÁBIA SAUDITA MAS SE DIZ PREOCUPADO COM A VENEZUELA?

Por Cris Penha - Via Facebook - 23/02/2019

Vamos pensar um pouco, deixar de ser marionete da mídia brasileira e dos americanos. 

Tio Sam nunca esteve preocupado com democracia em lugar nenhum do planeta. Sempre que foi conveniente aos seus interesses imperialistas, apoiaram os piores ditadores no Oriente Médio e na América Latina, como no Brasil pós 1964.

Arábia Saudita é um reino, dominado por uma família. É uma ditadura sanguinária onde até outro dia não era permitido às mulheres assistirem um jogo de futebol. Mas possuí a segunda maior reserva de petróleo do planeta: 265,9 bilhões de barris, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. 

A família de Osama bin Laden é uma das famílias mais ricas da Arábia Saudita e tinha negócios com os americanos até pouco antes dos fatídicos atentados de 2001. Saddan Hussein também foi outro aliado importante, não só pela questão do petróleo mas por se opor ao regime iraniano dos Aitolás que tinha derrubado um ditador marionete de Tio Sam na Revolução Iraniana de 1979, o xá Reza Pahlavi no poder desde 1941. Na guerra Irã x Iraque nos anos 80, os americanos forneceram armas ao Iraque pra depois invadir o país, quando Saddan já não se comportava como Washignton queria.

E o que a Venezuela tem a ver com isso? Simples. 

A Venezuela possuí a maior reserva de petróleo do planeta: 297,7 bilhões de barris e a PDVSA tem negócios em solo americano como a rede de distribuição e postos CITGO. Apesar disso, antes do chavismo, mais de 80% da população vivia na miséria. A partir do momento em que Chaves direciona parte da riqueza do petróleo para a maioria da população, através de políticas de distribuição de renda, além de fortalecer e renovar as Forças Armadas comprando armamentos pesados da Rússia, a economia do país passa a ser sabotada, interna e externamente.

Não muito diferente do que vimos aqui após o pré-sal, com a diferença que na Venezuela o Exército não é capacho dos americanos e parte da população foi politizada, ao contrário daqui onde o povo assiste o desmonte do país na tela da Globo sem fazer nada. 

Não se pode analisar a questão da Venezuela sem ver os interesses por trás que envolvem o petróleo.

Se fosse pela democracia, Tio Sam não teria se aliado aos piores ditadores e governantes em todos os cantos do planeta, inclusive na Venezuela antes de Chaves ou ao nosso projeto de ditador, Bolsonaro.

Agora, vamos olhar a situação da “democracia” brasileira, com golpe disfarçado de impeachment e prisão sem provas do maior líder de oposição, antes de meter o nariz na situação venezuelana, numa operação que de ajuda humanitária não tem nada. 

Também é preciso entender que o pré-sal é uma das maiores reservas de petróleo descobertas neste século. Não fosse por isso talvez os americanos não estivessem tão “preocupados” com nossa “democracia”.

Felipe Pena: Nova Constituição mantém Cuba na vanguarda social do mundo

Cuba, a vanguarda social do mundo

Neste domingo, os cubanos deverão referendar sua nova constituição pensando na manutenção das conquistas revolucionárias e com a consciência de que são a vanguarda social do mundo. Neste país, ninguém se rende. Neste país, ninguém nega um sorriso. Neste país, a luta e a ternura sempre serão sinônimos.

Por Felipe Pena - Via Facebook - 24/02/2019 e REDH-Cuba (em espanhol)


Nova constituição vai a referendo hoje em Cuba

São três horas da manhã e eu caminho pelas ruas escuras de um subúrbio de Havana. Carrego a mochila nas costas e olho para o celular a fim de ver minha localização. Dois jovens com menos de 20 anos se aproximam. Eles percebem que estou perdido. O mais alto, com porte de lutador, pergunta, em inglês, para onde quero ir. Respondo, em espanhol, que busco o caminho de volta para La Habana Vieja. Pacientemente, eles mexem no visor do telefone e indicam o caminho para o retorno.

Sigo pela madrugada de Havana com total tranquilidade e me sentindo completamente seguro, sem deixar de pensar que esta cena seria quase impossível em qualquer metrópole brasileira.

Viver em segurança é apenas uma das conquistas da revolução cubana, que completou 60 anos na virada do ano. Os habitantes da ilha têm direito a saúde e educação de excelência, totalmente públicas. Não há uma criança fora da escola, não há filas em hospitais, a taxa de analfabetismo é zero e o índice de mortalidade infantil está entre os menores do mundo. Tudo garantido pela constituição socialista.

Neste domingo, os cubanos vão às urnas para votar no referendo sobre a nova constituição, que atualiza o modelo pensado por Fidel e pelos rebeldes da Sierra Maestra sem abrir mão do que já foi conquistado. É um passo adiante na incessante busca pelo modelo de sociedade pensado pelo comandante Che Guevara, com base na solidariedade, empatia e igualdade. Um modelo inspirado pelos textos de Marx e Martí, mas cuja atualização sempre foi constante na ilha.

A nova constituição reconhece o papel do mercado e da propriedade privada, mas mantém o socialismo como regime de governo, destacando que o Estado continuará como pilar da economia. Também há ampliação dos direitos dos cidadãos e modificações na estrutura do governo, cujo presidente só poderá concorrer a uma reeleição (dois mandatos de 5 anos), precisará ter mais de 60 anos e dividirá poderes com um primeiro-ministro.

O texto proíbe qualquer tipo de discriminação por orientação sexual, embora ainda não contemple o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que será definido em outro referendo. A liberdade de imprensa está garantida e não precisa estar vinculada aos fins da sociedade socialista. A propriedade privada, que já era permitida, foi ampliada, mas só o Estado pode possuir terras em Cuba. Hoje, quase 600 mil cubanos trabalham por conta própria, o que significa 13% da força de trabalho. Os outros 87% trabalham para o Estado. Todos têm seus direitos fundamentais garantidos.

A alquimia entre os valores socialistas e a gradual permissão para iniciativas capitalistas é o que mantém a ilha caribenha na vanguarda social do mundo. É uma alquimia muito diferente da chinesa ou da vietnamita, com idiossincrasias construídas ao longo desses 60 anos de heroica resistência ao bloqueio econômico dos Estados Unidos. O que chamo de vanguarda social tem um componente especialíssimo e impossível de ser copiado: o povo cubano.

Quando os Estados Unidos iniciaram o criminoso bloqueio econômico, os cubanos se tornaram mestres do improviso. Usaram a criatividade para criar desde peças de automóveis a tampinhas de refrigerante. Quando, em 1961, a CIA organizou uma invasão à ilha pela praia Girón, os cubanos pegaram em armas para defender a pátria. Quando a ajuda soviética acabou, em 1991, os cubanos reorientaram a economia para o turismo e criaram a moeda dupla.

Quando o comandante Fidel morreu, em 2016, houve um silêncio absoluto no país. Ninguém precisou dar a ordem. A música, que é presença constante em cada esquina da ilha, cessou imediatamente. Os cubanos reconhecem seus heróis e têm uma cultura política inaudita, o que é fruto dos comitês populares organizados em todos os bairros de todas as cidades. A revolução obteve êxito inquestionável na construção do espírito nacional. A autonomia e a soberania do país são inegociáveis em todas as situações, sem exceção.

É óbvio que a ilha também enfrenta muitos problemas. Ônibus lotados, salários baixos, pouca variedade de produtos, cortes de energia, processos lentos e internet precária são alguns deles. Mas nada que se compare à miséria das grandes cidades capitalistas, com suas crianças nas ruas, favelas sem esgoto, famílias com fome, mendigos nas praças, crime organizado e humilhação dos mais pobres. Em Cuba, qualquer cidadão tem acesso à entrega mensal de uma cesta de produtos básicos a preços irrisórios. Não há abundância, mas ninguém é miserável.

Para os que desconhecem o sistema político do país e o acusam de ser uma ditadura, vale lembrar que as listas de representantes do povo são escolhidas nos bairros e todos prestam contas regularmente aos eleitores. A taxa de comparecimento médio nas eleições de voto facultativo é superior a 90%. Trata-se de um processo mais popular e democrático do que o dos principais sistemas representativos capitalistas do mundo.

Neste domingo, os cubanos deverão referendar sua nova constituição pensando na manutenção das conquistas revolucionárias e com a consciência de que são a vanguarda social do mundo. Neste país, ninguém se rende. Neste país, ninguém nega um sorriso. Neste país, a luta e a ternura sempre serão sinônimos.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Cláudio Guedes: A previdência social deveria ser um mecanismo de estado para diminuir a desigualdade social no país.

Reforma

Por Cláudio Guedes - Via Facebook - 22/02/2019 

A previdência social deveria ser um mecanismo de estado para diminuir a desigualdade social no país.

Qualquer reforma minimamente honesta deveria limitar os benefícios dos mais ricos e aumentar os benefícios dos mais pobres. Este é o único critério geral de uma reforma que precisa ser feita para que o estado continue a honrar os benefícios.

Coisa relativamente simples, a aplicação do critério:

a) Teto máximo do benefício do setor público - nenhum servidor público, civil ou militar, poderia se aposentar, pelo estado, com menos de 30 anos efetivo de trabalho, idade mínima de 65 anos e aposentadoria acima de 35% do teto do funcionalismo público, hoje igual a R$ 39.293,32 x 35% = R$ 13.752,66;

b) Valor mínimo e teto do benefício do setor privado - nenhum cidadão brasileiro, tendo contribuído por um mínimo de 25 anos, idade mínima de 60 anos, se aposentaria com menos de 5% do valor do teto do funcionalismo público, hoje R$ 39.293,32 x 5% = R$ 1.964,66. O teto do benefício do setor privado seria de 16% do valor do teto do funcionalismo público, hoje igual a R$ 39.293,32 x 16% = R$ 6.286,93

c) empregados contribuiriam para a previdência social com alíquotas da ordem de 8% a 16%, escalonadas por faixa salarial;

d) empresas contribuiriam com um montante de 25% sobre a folha de pagamento para a previdência social;

e) bancos, demais empresas financeiras, empresas de prestação de serviços e grandes conglomerados industriais e agro-industriais que apresentem lucros líquidos anuais acima de 1.000 (mil) vezes o teto do funcionalismo público, ou seja, R$ 39.293,32 x 1.000 = R$ 39.293.320,00 recolheriam uma taxa extra de contribuição à previdência social (TECPS) de 20% sobre o lucro.

Pronto. Por aí.

O resto são detalhes e pequenos ajustes, para situações específicas, por exemplo empregados do setor rural, pensões e assistência social a pessoas especiais (com limitações ao trabalho).

O déficit da previdência social seria bem resolvido e teríamos um país um pouco mais equilibrado.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

A reforma da Previdência reduz o benefício dos mais pobres de maneira brutal.

A reforma da Previdência reduz o benefício dos mais pobres de maneira brutal.

Por David Deccache via Facebook - 21/02/2019

A previdência sempre foi a menina dos olhos do mercado financeiro, um produto extremamente rentável. Por fim, direitos sociais, não são mercadorias e nem produtos financeiros que devam estar, por definição, em equilíbrio contábil superavitário ao longo do tempo . Alguém em sã consciência calcula quanto que o Estado arrecada e gasta com as crianças que estão na creche e, caso descubra que há mais gastos que arrecadação, sugira que este déficit é um problema?

A reforma da previdência reduz desigualdades e combate o déficit fiscal estrutural?

O governo está defendendo que a reforma da previdência apresentada é um mecanismo de redução das desigualdades. Ora, há duas formas, não excludentes, de reduzir a desigualdade: elevando a renda dos mais pobres e/ou reduzindo a dos mais ricos. E o que a reforma faz? Reduz o benefício dos mais pobres de maneira brutal. Um exemplo: o benefício de um idoso de 65 anos em situação de miséria, hoje é de um salário mínimo, com a reforma do Bolsonaro cairá para R$ 400,00. Enquanto isso, os ricos de verdade, continuam recebendo mais de R$ 300 bilhões por ano de juros e outros bilhões de lucros e dividendos com isenção total de tributação.

Além disso, um argumento muito comum do governo é que haverá um forte combate aos privilégios que seriam as supostas grandes aposentadorias do serviço público. Em entrevista recente, inclusive, Rodrigo Maia disse que não é justo a sociedade pagar aposentadorias de R$ 30.000 para servidores privilegiados. Porém eles deveriam lembrar que todos os servidores que entraram no serviço público depois de 2013 já estão no teto do regime geral que hoje é de R$ 5.832,00, ou seja, trata-se de um argumento mentiroso para justificar a retirada de direitos dos mais pobres.

O segundo ponto do governo é que a reforma da previdência é necessária para a resolução do problema fiscal. Contudo, a “crise fiscal” (na verdade o que temos é uma crise social e humanitária) é decorrência, justamente, da austeridade fiscal em vigência no Brasil desde 2015. Um dado deixa isso muito claro: em janeiro de 2003, a dívida pública líquida era de 60% em relação ao PIB e foi reduzida até chegar, em dezembro de 2014 a apenas 32% do PIB. Com a opção pela austeridade em 2015, cristalizada na imposição do desumano teto dos gastos do Temer, chegou a 52% do PIB no ano passado. Além disso, o resultado primário que foi superavitário de 2003 até 2013, foi deficitário durante todo o período do chamado “ajuste fiscal”, entre 2015 e 2018. A explicação para isso é simples: sendo o gasto do governo renda do setor privado, quando o governo deixa de gastar, logicamente, alguém deixar de receber. Sendo assim, em meio a crises econômicas, que por definição implicam contração dos gastos privados, se o governo também contrair gastos, irá piorar a situação do setor privado, que por sua vez terá ainda menos demanda para a sua produção, com duas consequências imediatas: ampliação do desemprego e, dada a queda no ritmo de atividade, contração da própria arrecadação do estado.

A austeridade fiscal, o que inclui a reforma da previdência aqui discutida, não é um mecanismo que visa como principal ponto o ajustamento das contas públicas. O fato é que a forte contração de gastos do governo visa esmagar a capacidade do Estado em financiar o seu funcionamento básico, abrindo caminho para o setor privado atuar mercantilizando uma série de direitos: saúde, educação, previdência e muitos outros. A previdência sempre foi a menina dos olhos do mercado financeiro, um produto extremamente rentável. Por fim, direitos sociais, não são mercadorias e nem produtos financeiros que devam estar, por definição, em equilíbrio contábil superavitário ao longo do tempo . Alguém em sã consciência calcula quanto que o Estado arrecada e gasta com as crianças que estão na creche e, caso descubra que há mais gastos que arrecadação, sugira que este déficit é um problema?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Felipe Pena: Diário do Reino da Bozolândia

Diário do Reino da Bozolândia 

Por Felipe Pena - Via Facebook - 19/02/2019
Charge: Renato Aroeira
Queridos súditos,

Como sabem, demiti o conselheiro Bebianno e a família imperial agora está mais tranquila. O príncipe Carlos já não chora no berço e passa os dias a lustrar sua arma, como deve ser o hábito de todos os membros desta Corte.

Um revista divulgou minhas conversas com o Bebianno. Veja que desrespeito com o Imperador! Agora acham que o mentiroso sou eu! Logo eu, um monarca que nunca faltou com a verdade e abriu os olhos da nação para a mamadeira de piroca e o kit gay.

Não ouçam os áudios dessa revista. Ela é comunista. E nem é a minha voz ali. Aquele é o Adnet.

Liderei hoje a primeira reunião de conselheiros após minha recuperação. Para desviar a atenção, ordenei que o conselheiro da Justiça, Dr. Sergio Moro, comandasse duas ações da Lava-Jato e prendesse um preto desses daê. No caso, o Paulo Preto, que é branco, o que mostra que o sistema de cotas não funciona.

Também ordenei que Moro apresentasse seu pacote anticrime. Mas exigi que a cuestão do caixa 2 fosse apresentada em separado, talquey? O lance é que o conselheiro Onyx do chuveiro tem uns probleminhas com esse tema.

Confesso que não aguento mais beber suco de laranja. O Queiroz me serve essa disgrama todo dia. E, agora que sou Imperador, todos querem me agradar com laranjas. Até o conselheiro do turismo arrumou um laranjal. Assim eu vou ficar diabético e o estômago vai ficar ácido. Tem que ver isso daê. Cadê o príncipe Flávio?

O tal do Jean Willys apareceu lá em Berlim, onde está vivendo graças à ajuda de amigos. Quero saber quem são esses amigos daê, talquey? E, ainda por cima, o Supremo livrou a barra dele no processo que eu, vosso Imperador, estava movendo.Esse gaysista cuspiu nimim, pô!

E ainda teve aquela Maria do Rosário levando meus 10 mil de multa só porque eu falei umas baboseiras pra ela. Eu sempre falo, pô! Ih, falei pô de novo. Pô!

Vou ligar pro presidente de Portugal e exigir que ele mande a Cleuzenir Barbosa de volta pro Brasil. Ela é aquela professora aposentada que concorreu a deputada estadual pelo PSL-MG e tá dizendo que foi ameaçada por assessores do conselheiro do Turismo.

Pô, você de novo, Marcelo Álvaro Antônio!? E a mulher ainda pediu asilo político pros portuga? Haja saco, Viu? Assim, vou ter que botar a Venezuela pra jogo. Já mandei recado pro Trump Topete. Deus te abençoe, América!

Agora chega. Não falo mais nada. Esse Congresso já derrubou a lei do segredo que o Mourão assinou. Vice é foda! Não serve nem pra decretar. E não dá pra confiar nesses deputados. Até o Bivar votou contra mim.

Que dia! Que dia!

Saudações de vosso Imperador BozoNaro I, e único, talquey?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Lula é preso político. Jean Wyllys é exilado politico, Marielle foi vítima de um assassinato político.

Lula, torturado, presente.

Que ninguém mais duvide: Lula é preso político. Jean Wyllys é exilado politico, Marielle foi vítima de um assassinato político.

Por Roberto Tardelli via Facebook - 29/01/2019


Acabo de ver que Lula, preso em Curitiba, foi impedido de comparecer ao velório de seu irmão, Vavá.

O art. 120, da Lei de Execuções Penais é claro:

“Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.”

Não há qualquer dúvida quanto ao direito de Lula, negado pela Polícia Federal, sob o argumento de que não conta com estrutura de transporte e escolta, temendo uma comoção pública com seu comparecimento ao velório do irmão.

Pois bem. Desde que o samba é samba, dificuldades materiais não podem impedir o direito do preso, de dar seu último adeus a um ente querido. Se a Polícia Federal não possui condições, então que permitisse que ele fosse por conta própria, coisa que já vi acontecer.

Amigos ou familiares do presidente que custeassem as despesas de viagem, com compromisso de retorno, assim que se encerrassem as cerimônias fúnebres, fosse de ônibus, fosse de voo de carreira, fosse de automóvel. Tudo o que não se poderia fazer - e se fez - seria impedir o exercício de um direito explícito na lei, de natureza evidentemente humanitária. Lula é conhecido o bastante para não ter onde esconder-se. Estaria entre amigos e parentes. Só uma mente perturbada poderia imaginar que aquelas pessoas fossem iniciar uma revolução.

A negativa, a par de abusiva, é sobremaneira cruel e reflete uma polícia que parece se comprazer com o sofrimento atroz que impôs a seu preso mais ilustre. Foi uma demonstração de um poder tirânico, que se coloca acima da lei, que despreza a lei por razões burocráticas, tão vazias quanto impiedosas.

Se Lula não for ao velório, se nada acontecer diante dessa absurda negativa, referendada pelo Ministério Público Federal, em um parecer desses que entrarão para a História, no que ele possui de delirante, então, a conclusão única a se permitir: vivemos em um estado de exceção, em que direitos elementares são ignorados em nome de razões oficiais carimbalistas.

Prantear nossos mortos é um direito elementar. Chorar nossos mortos, despedir-nos de nossos mortos está acimados burocratas medíocres. Lula vive uma intensa experiência de tentativa de enlouquecimento. Com mais de setenta anos, com as limitações físicas da idade, ele é tratado como um preso de alta periculosidade.

Que ninguém mais duvide: Lula é preso político. Jean Wyllys é exilado politico, Marielle foi vítima de um assassinato político.

Impedi-lo de despedir-se do irmão configura tratamento indigno, desumano e opressor. Em palavras mais cruas, Lula sofre tortura psicológica, imposta pela Polícia Federal, sob proteção do Ministério Público, com o beneplácito do Judiciário.

Lula, torturado, presente.

Roberto Tardelli - Foi Promotor de Justiça no Ministério Público do Estado de São Paulo

domingo, 26 de agosto de 2018

Thaís Moya: Está cada vez mais complicado para o STF ignorar a liminar da ONU concedida a Lula

Fachin: autoridade que não obedecer tratados será processada  

Está cada vez mais complicado para o STF ignorar a liminar da ONU concedida a Lula

Por Thaís Moya para o 247 - 26/08/2018 
Charge Pataxó
(...)
Fachin compõe um grupo consolidado do Judiciário, liderado por Celso Melo, acompanhado, ao menos, por Rosa Weber, Raquel Dodge, Barroso, que entende que o caráter supralegal dos referidos tratados está aquém do que o ordenamento jurídico brasileiro garante, pois devem ocupar o status constitucional.

No que tange ao cumprimento dos tratados, o ministro Fachin foi cristalino:

(...) em nossa Constituição, no parágrafo segundo, do artigo quinto, dito está, e com todas as letras "que entrega a ordem normativa brasileira os pactos e tratados internacionais aos quais o Brasil se comprometeu" [...] Portanto, quando um magistrado cita, como tenho me valido, os denominados protocolos, a Carta da Convenção Interamericana de Direitos Humanos, O Pacto de Direitos Civis e Políticos, nós não estamos a fazer um cimento retórico argumentativo, nós estamos a fundamentar na ordem normativa constitucional interna, e, ao mesmo tempo, chamar a colação essas normativas internacionais, que, à luz da transterritorialidade, que é uma característica da ordem normativa contemporânea, restaram introduzidas no Brasil e as quais o Brasil se comprometeu a cumprir e evidentemente assim deve fazê-lo.



Artigo completo no  link

Veja também: 
Gilmar Mendes: Brasil não será levado a sério se não cumprir tratados - 25/08/18
Em novo artigo da socióloga Thais Moya, colunista do 247, ela apresenta um vídeo de Gilmar Mendes no qual ele afirma que o Brasil não será respeitado no mundo se não cumprir os tratados internacionais; maiores juristas garantem que STF estabeleceu que há uma pirâmide jurídica no país, no patamar inferior está a lei, na posição intermediária estão os tratados de direitos humanos e no topo está a Constituição; assista ao vídeo
Artigo completo: https://goo.gl/RLnJGs

Rosa Weber na sabatina do Senado: tratados estão acima da lei. Assista - 24/08/18

A socióloga Thaís Moya, colunista do 247, revela: a ministra Rosa Weber, do STF, que está na presidência do TSE, defendeu enfaticamente que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil estão "acima da lei" do país; foi na sabatina do Senado na qual foi aprovada para ocupar uma cadeira no Supremo, em 2011, que é um dos momentos mais formais e relevantes na vida de quem está ingressando no STF; exclusivo; assista 
Artigo completo: https://goo.gl/CKR5oG

Alexandre de Moraes e a mentira do 'cada macaco no seu galho' - 23/08/18

A socióloga Thais Moya, colunista do 247, continua sua série de artigos demonstrando que os ministros do STF e Raquel Dodge sempre defenderam que tratados internacionais sobre direitos humanos ratificados pelo país são superiores à lei local; agora é a vez de Alexandre de Moraes; ele afrontou a ONU a respeito da liminar concedida a Lula; no entanto, em vídeo-aula em 2010, garantiu que os tratados estão mesmo acima da lei nacional; assista a aula de 7min42
Artigo completo: https://goo.gl/FUBLUi

Vídeo prova: Barroso defende que tratado internacional está acima da lei brasileira - 22/08/18

A socióloga Thais Moya, colunista do 247, apresenta um vídeo do ministro Luís Roberto Barroso em plenária do STF, na qual ele defende de maneira enfática o status supralegal (acima da lei nacional) dos tratados internacionais sobre direitos humanos; Barroso é o relator dos pedidos de impugnação da candidatura Lula no TSE e terá que examinar o tema à luz da liminar concedida pela ONU a Lula com base no Tratado de Direitos Civis e Políticos; assista ao vídeo
Artigo completo: https://goo.gl/36MvYb

Liminar da ONU em favor de Lula suspende efeitos da Lei da Ficha Limpa - 21/08/18

Para a socióloga e colunista do 247 Thaís Moya, a decisão do Comitê Internacional de Direitos Humanos das Organização das Nações Unidas (ONU) que assegura o direito de Lula disputar as eleições "foi um golpe praticamente fatal no Golpe porque o Comitê é fruto e parte do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (1966), tratado internacional ratificado pelo Estado brasileiro", diz;"Se o Estado de direito for respeitado, Lula será candidato e poderá fazer campanha. Não há escapatória jurídica e digna para o Estado brasileiro ignorar ou negar a liminar da ONU. Caso optem pela indignidade, o Golpe ficará nu para o mundo todo", afirma
Artigo completo: https://goo.gl/6RQAHn


STF e Dodge têm consenso sobre Tratados da ONU acima da lei brasileira - 20/08/2018

Está mais do que comprovado que o STF reconhece os tratados internacionais de direitos humanos como, pelo menos, superiores as leis ordinárias. Cabe ressaltar que há um grupo, liderado pelo Ministro Celso de Melo, que defende um caráter ainda mais relevante aos referidos tratados: caráter constitucional.

A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, está alinhada com essa perspectiva e discorreu sobre no parecer acerca da constitucionalidade de candidaturas avulsas, sem partidos.
Artigo completo: https://goo.gl/4T9kwE

domingo, 8 de julho de 2018

Favreto pôs a Lava-Jato de joelhos, ao expor mais uma vez a farsa do Judiciário pretensamente sem lado.

FAVRETO E OS FALSOS MORALISTAS

Por Moisés Mendes - Via Facebook - 08/07/2018

Alguém que teve em algum momento um vínculo formal e orgânico com um partido é apenas um cidadão. Se o partido não expressa posições fascistas, não há nada de errado.

Ao contrário, está tudo certo. As grandes democracias ainda têm partidos fortes com alto índice de engajamento das suas populações.

O juiz Rogério Favreto, que determinou a soltura de Lula, foi ligado ao PT. Jornalistas da assessoria de imprensa do golpe o acusam de ser um juiz sob suspeita.

É uma bobagem. Partidos são, nas democracias, os espaços para a afirmação de posturas políticas de qualquer pessoa, sem distinções.

Partidos são redutos da resistência mesmo nas ditaduras. São os detentores da prerrogativa de apresentarem nomes habilitados a exercer a representação por voto. Partidos não são entidades clandestinas. Sem partidos, não há democracia plena, por mais depreciados que eles estejam.

O juiz Favreto não é mais ou menos juiz por ter tido ligação com um partido. Ele exerceu seu direito de cidadão de forma explícita, sem biombos e negaceios.

Ninguém pode dizer que o desembargador Favreto faz exibições públicas de poder ao lado de poderosos, que tira fotos com corruptos, que frequenta convescotes com golpistas, que divide a mesa de palestras com tucanos.

O juiz Favreto não é um magistrado dissimulado, bajulado, cortejado pelos reacionários brasileiros, eleito amigo da imprensa, considerado parceiro de investigadores e arapongas americanos.

O juiz Favreto não é um deslumbrado de gravata borboleta transformado em celebridade por causa da função que exerce como togado. Talvez nunca tenha usado uma gravata borboleta.

Então, os ataques ao juiz por sua antiga ligação com o PT são apenas uma tentativa de desqualificar sua coragem ao enfrentar a tropa de choque da Lava-Jato, que condenou Lula em tempo recorde. Não haveria esse falso dilema moral se o juiz fosse tucano.

Favreto pôs a Lava-Jato de joelhos, ao expor mais uma vez a farsa do Judiciário pretensamente sem lado. O desembargador fez com que a lerda Justiça brasileira fosse de novo repentinamente ágil, para evitar a soltura de Lula.

O juiz a ser imitado pelas novas gerações de operadores do Direito é Favreto, não é o chefe da Lava-Jato. Ele ficou sozinho no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, quando da tentativa de enquadrar Sergio Moro por causa do grampo de Dilma Rousseff. Ninguém o acompanhou.

E agora Favreto reafirmou para o Brasil que Lula é um preso político e que a solução para o impasse do seu encarceramento passa longe dos limites do Judiciário.

A libertação de Lula depende menos da Justiça e mais de gestos políticos decididos, porque é rasteiramente política a decisão que o mantém preso em Curitiba.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

A doença é um ótimo negócio no capitalismo

Coisas do capitalismo

Por Thomas dde Toledo - via Facebook - 03/07/2018

A doença é um ótimo negócio no capitalismo e a coisa funciona assim. 

A Bayer compra a Monsanto, formando um truste. 

A parte Monsanto joga veneno nas frutas, verduras, legumes e cereais. 

As pessoas consomem e ficam doentes. Aí entra a Bayer com o remédio. 

Ela não cura, mas a prolonga o tratamento para ganhar mais. 

Como tem patentes e monopoliza o mercado, ela coloca o preço que quiser. 

Da mesma forma que a agricultura com veneno é subsidiada pelo governo, o sistema público de saúde também pagará pelo tratamento. 

O político bancado por essas empresas trabalha para tirar as restrições ao veneno e para encarecer o custo dos orgânicos. 

Com aumento no número de doentes, ele promete construir hospitais. 

O povo vota e ele trabalha para as empresas. 

Assim, o Estado gira essa roda de envenenamento, doença, político vendido. 

Quem paga para ficar doente e depois ser tratado é o próprio cidadão. 

Coisas do capitalismo. 

Para vencer isto, há três formas: vai pra Cuba, vira hippie ou luta pelos orgânicos, pela quebra de patentes, pelo desenvolvimento da ciência e por um SUS público e de qualidade.


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cuba, um país sem Black Friday, sem coxinhas, sem líderes religiosos... onde TODOS fazem as três refeições diárias

OS COXINHAS DE LÁ MORRERAM AFOGADOS

Por Francisco Costa - Via Facebook - 26/11/2016  


Um coxinha, essa anomalia que substituiu o cérebro por um HD externo, da mídia, veio ao meu chat, navegando em desaforos, para me perguntar porque exalto Cuba.
Meu caro coxinha!

Imagine um país sem shoppings, sem Black Friday, sem roupas de etiqueta, restaurantes de luxo, igrejas promovendo a salvação imediata e curas milagrosas, carros de último modelo, mansões, iates... Uma merda, não é mesmo?

Agora imagine um país onde TODOS fazem as três refeições diárias, TODOS estudam ou estudaram, TODOS têm assistência médica e odontológica, TODOS têm consciência, e os órgãos internacionais classificam esse país como modelo nos sistemas de saúde e educação.

Para que isso seja possível é necessário que não haja uma maioria trabalhando para sustentar os que consomem nos shoppings, aproveitam o Black Friday, vestem roupas importadas, freqüentam restaurantes de luxo, passeiam em seus carrões e iates de luxo e depois vão para suas mansões, descansar, ou para as igrejas, orar, para agradecer a Deus a graça alcançada.

Você falou mais, que Cuba é um país ateu.

Não! É tão laico quanto o Brasil. A diferença está em que lá não existe a profissão de líder religioso, alguém que vive da fé alheia, fazendo fortuna.

Lá o sujeito é médico, engenheiro, pedreiro ou carpinteiro durante a semana, e no final da semana, depois de ter dado o seu quinhão para a sociedade, pode escolher se vai à praia, se vai encher a cara de rum, jogar beisebol, visitar um parente ou ir para uma igreja ou macumba, lá chamada de santaneria.

Lá, liderança religiosa como atividade principal é sinônimo de charlatanismo e vagabundagem.
Depois você apontou as filas. É verdade, lá há fila para quase tudo.

Não sei onde você mora, coxinha, mas imaginemos que no seu bairro morem cinco mil pessoas.
O açougueiro do seu bairro compra carne suficiente para quinhentos fregueses, para não encalhar, e a carne é vendida sem filas.

Já em Cuba forma-se uma fila de cinco mil pessoas, e todos compram a carne.

Aqui o poder econômico determina quem vai comer carne. Lá, a ordem de chegada na fila determina quem vai comer carne primeiro, entre TODOS.

E vem você com a conversa que em Cuba não há liberdade.

O que é a liberdade, o direito de ambicionar uma jóia e comprar uma bijuteria, desejar ir à Europa e não ter dinheiro para tomar um ônibus e ir ao bairro vizinho, sonhar bacalhoada e comer ovo frito, consultar o índice da Bolsa, o mercado de capitais, a cotação do dólar, como quem lê livro de ficção?
Ser livre é ter o direito de admirar o iate alheio, a mansão alheia, as viagens alheias, o carrão alheio, sabendo que nunca terá igual, ou desejar o que está ao seu alcance porque ao alcance de todos, igualitariamente?

Lá, não procure por joalherias, agências de câmbio, corretoras de valores, shoppings... Os cubanos não conhecem isso. Como não pode ser para todos, não é para ninguém.

Achei interessante como você cobrou de Cuba (e de Fidel), como se fosse um país gigantesco, super armado.

Saiba que Cuba é uma ilha menor que o estado de Santa Catarina, com uma população aproximadamente igual à da cidade de São Paulo, mais próxima dos Estados Unidos (Flórida) que o Rio de Janeiro de São Paulo, e no entanto ousou desafiar e resistir à maior potência bélica do planeta, mesmo sob boicote internacional, sem poder comprar nada e vender nada para nenhum país, buscando a auto suficiência em tudo. Isso por meio século.

Fosse um povo infeliz ou revoltado e teria mais facilidade de se entregar aos algozes que um país maior e mais distante. Se não o fizeram é porque estão satisfeitos.

Quanto a Fidel, leia a sua biografia, ultrapassa muitos heróis de ficção, fabricados nos laboratórios do capitalismo.

Por fim, você sabe do que mais gosto em Cuba?

Lá não tem coxinhas, morreram todos afogados em livros, reencarnando seres conscientes.

Francisco Costa
Rio, 26/11/2016.

Banco Mundial diz que Cuba tem o melhor sistema educativo da América Latina e do Caribe





domingo, 29 de abril de 2018

Lula, você já está no pódio da História, ao lado de Ghandi, Mandela, Luther King, Che...

CARTA ABERTA AO MAIOR DE NÓS

Por Francisco Costa - via Facebook - 29/04/2018

Charge: Osmani Simanca
Meu companheiro Lula

Posso imaginar como você está se sentindo aí.

Não me refiro ao confinamento físico, este sei que você tira de letra e calcanhar, mas à condição psicológica, a de se sentir injustiçado.

Não pedirei para você pensar positivo, você é mestre nisso também, mas há males que vêm para o bem. Fosse eu religioso e diria que Deus escreve certo por linhas tortas.

Você já está no pódio da História, ao lado de Ghandi, Mandela, Luther King, Che... E só lhe faltava uma cadeia injusta, para se igualar a eles em todos os detalhes, com uma ressalva: Ghandi era de casta nobre, estudou na Inglaterra, o mesmo acontecendo com Mandela, da elite em seu povo. King era filho de pastor nacionalmente conhecido, e com estudos superiores, Che era médico, enquanto você... Um Paraíba pau de arara, fruto da terra, criado sem pai, proleta em linha de montagem de automóveis... E hoje... Cidadão do mundo.

Hoje amanheci pensando em que brasileiro eu poderia comparar com você, e só encontrei um: Pelé.

Não me refiro ao Edson Arantes, ao qual tenho restrições, mas ao Pelé, o filho do Dondinho e da miséria brasileira, que se transformou em sinônimo de Brasil.

Nas décadas de 60 e 70, esta sonora e simples palavra, Pelé, ecoava no mundo todo, entre os agricultores no interior da China e os doutorandos de Coimbra e da Sorbonne; nas tribos africanas e nos palácios europeus; entre os pescadores do Adriático e os extrativistas da Amazônia, nas coberturas em bairros nobres e nas favelas, nas palafitas e nas mansões, como se irmanasse o mundo, com judeus, cristãos, islamitas, budistas, ateus... Pronunciando Pelé, com os mais diversificados e variados sotaques: Pelé!

Nós vivemos essa época e nos lembramos disso, companheiro.

Pois você hoje é o Pelé da hora, Lula.

Os que pensaram te encarcerar, por entre grades, mais não fizeram que expô-lo ao mundo, que hoje pronuncia Lula como um dia pronunciou Pelé.

Você hoje é símbolo nacional, emblemática imagem de um país, como Mandela para a África do Sul, Ghandi para a Índia, Lincoln para os Estados Unidos... Capítulos a parte na História dos povos, ou como disse um poderoso, você é o cara.

Você tinha tudo contra: as origens, miséria e carências; a falta de escolaridade, numa sociedade de classe dominante preconceituosa e prepotente, telespectadora da Globo e pretensamente culta; uma voz rouquenha, dificultando a oratória; a estatura baixinha... Como Pelé, que mal falava, teve problemas de saúde na infância, apontando para a inadaptabilidade aos esportes, o pouco estudo...

Em comum, o talento inato, aquela centelha diferenciadora e ocasional, que acomete a poucos e só raramente, fazendo com que você faça na política e na administração pública o que ele fez no futebol: ter a capacidade de jogar em qualquer posição do time, com a mesma eficiência e rendimento, levando ao desespero os adversários cometendo faltas, agredindo, contundindo, sem perceberem que com isso estavam e estão confessando as próprias limitações, a inferioridade, medíocres diante do talento.

Não se considere preso, companheiro, mas apenas contundido, pronto para logo voltar ao campo, quando, mais que o Brasil, o mundo inteiro vai vibrar em uníssono, como um dia vibrou com um gol de Pelé, em final de Copa do Mundo.

Francisco Costa
Rio, 23/04/2018

sexta-feira, 27 de abril de 2018

RUDÁ RICCI: REFORMAS ULTRALIBERAIS DESMONTAM ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO SOCIAL

Resumo básico sobre o desastre que o pós-impeachment causou ao Brasil

Por Rudá Guedes Ricci - Via Facebook - 27/04/2018

1) Os dados:

INVESTIMENTO LÍQUIDO NEGATIVO
Investimento público cai para 1,17% do PIB e atinge o menor nível em 50 anos. Tesouro revela que os R$ 76,9 bilhões aplicados pelo setor público no ano passado não cobriram a depreciação (perda de valor) dos ativos públicos, provocando um “desinvestimento” de R$ 36,5 bilhões. Isso significa que além de a infraestrutura pública estar prejudicada pela falta de novos investimentos, os gastos não são suficientes sequer para manter o que já existe.

EXTREMA POBREZA
O número de pessoas em situação de extrema pobreza no país passou de 13,34 milhões em 2016 para 14,83 milhões no ano passado.

QUEDA NÚMERO DE LEITOS
10 mil leitos hospitalares a menos, de 2016 para cá.

MORADIA DE FAVOR
Entre 2016 e 2017 cresceu em 7% o total de domicílios ocupados mediante empréstimo no país. Aluguel aumentou somente 1,5% no mesmo período.

2) Os motivos:

REFORMAS ULTRALIBERAIS DESMONTAM ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO SOCIAL 
Não dá mais para tapar o sol com a peneira. A histeria ultraliberal que gerou surtos psicóticos em algumas ruas e nas redes sociais gerou esta situação de retrocesso a dados sociais e de investimento de meio século atrás. A política de austeridade vem gerando seus frutos de desarticulação social, precarizando o emprego e a segurança social. O importante é que fica nítido que o desemprego - ao contrário do discurso sem eira nem beira dos ultraliberais - não é fruto de descaso ou inaptidão individual. A precarização afeta postos que exigem qualificação universitária.

DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE DE INVESTIMENTOS
Outro grave gargalo causado pelo PMDB e PSDB nesses dois anos de (des) governo é a forte instabilidade que afeta duramente a expectativa de investidores e aumenta o grau de especulação, depreciando o real. A insegurança jurídica e a judicialização da disputa de projetos para o país criaram uma dança das cadeiras infindável. Basta citar o caso de Minas Gerais, onde a política local virou um grande "strike" na eleição deste ano: PSDB abatido pelo "caso Aécio"; PT abatido pela greve dos professores estaduais e possibilidade de impeachment do governador, MDB abatido por sua esperteza de sempre (correndo por fora a ponto de quase sair do campo de jogo). .

PAÍS FUNDADO NA COMERCIALIZAÇÃO DE COMMODITIES
Finalmente, continuamos sem forças e vontade para conduzir uma reconversão produtiva. Um país desindustrializado e alicerçado na produção e comercialização de commodities é dependente do humor e especulações do mercado externo. Pior: como o setor primário exige baixa qualificação profissional, pressiona a média salarial geral para baixo. Novamente, Minas Gerais é ilustração desta tragédia: Estado que, como o Espírito Santo, depende da exportação de commodities (o café foi responsável por 43% das exportações de MG no ano passado; seguido pelos produtos do complexo sucroalcooleiro que representaram 16,5% das exportações e o complexo soja, responsável por 13,9% das exportações). 
Minas que possui o terceiro maior PIB estadual (atrás de SP e RJ), tem a 10a média salarial nacional.

O (des) governo está destruindo nosso presente e futuro.


quinta-feira, 22 de março de 2018

"Deus criou Adão e Eva e não Adão e Ivo"

"Deus criou Adão e Eva e não Adão e Ivo".

Por Miguel Rios - via Facebook - 20/03/2015

Deus tava entediado, fez um curso de cerâmica e resolveu moldar um boneco. Soprou e deu-lhe vida. Vê que bafo da gota. Aí Adão entediado exigiu uma companheira. Vê a carência. Deus arrancou uma costela dele (tipo o que Thalia fez) e PAM! Eva na área. Viviam eles com os bichinhos, sem trabalhar, nem bater um prego em um sabonete Dove molhado (ninguém reclama que o governo sustentava, né?), no maior paraíso. Só não podiam comer de uma fruta que Deus proibiu, era dele. Vê a proteção de privilégios exclusivos. 

Aí Adão e Eva, depois de usarem alguma ervinha mais aditiva, bateram um papo com uma cobra e resolveram desobedecer. Foram lá e mandaram a fruta pro bucho. Adão botou a culpa em Eva, que havia lhe seduzido, como se ele não fosse maior de idade. Vê o machismo, a criancice e a falta de responsabilidade em assumir os erros.

Deus deu piti e expulsou eles do bem-bom. Viraram sem-teto por causa de uma fruta roubada. Vê a crueldade. A família perder hospedagem e ajuda de custo porque fez um ato que qualquer maloqueiro faz. No máximo, uma pena alternativa de replantar árvores.

Mas Adão e Eva tiveram de começar a ralar e ralar e rolar pra botar menino no mundo. Tiveram dois pirraias. Abel era todo limpinho, comportadinho, santinho, roupinha transada, cabelinho escovado e recebia os elogios. Caim era mais sapeca, desajustado, malamanhado e sobravam as lapadas pra ele. Ou seja, o mais rebelde, problemático, que deveria ter acompanhamento e mais atenção, era desprezado. O mais equilibrado era posto nas alturas, ganhava os afagos, o preferido até de Deus. Vê a meritocracia.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Os coxinhas ficaram com vergonha de falar de política depois do Golpe de 16?

EXISTE UM MEDO DE FALAR DE POLÍTICA. 

Por Cris Penha - via Facebook - 12/03/2018

Quando vou às festas que ainda me convidam (kkk), política virou assunto proibido. As vezes até combinam: "ó, ninguém fala de política", pelo menos não na mesa, só ao pé do ouvido. Vamos falar apenas de esportes, cinema, culinária e do clima? 

Só quando o PT governava que se falava de política, onde a classe média das festas que eu frequentava reclamava de tudo, até da tapioca de R$ 10. 

Uma vez cheguei numa festa e o anfitrião na frente de todos: "este é o único petista legal que eu conheço". Como assim? O resto é bandido e a direita é 100% honesta? Ou "bolsa família é pra comprar o voto dos pobres". Achei que isso era quando davam cesta básica na véspera da eleição e depois sumiam deixando todos morrerem de fome por 4 anos. 

E no elevador: "calor hoje né?" ou "que esfriada que deu". Hoje, ninguém mais toca no assunto, reclama da corrupção, do preço dos combustíveis, da tentativa descarada de abafarem tudo num grande acordo nacional e muito menos batem panela.

As pessoas estão aceitando passivamente perderem aposentadorias, pensões, direitos trabalhistas, programas sociais, o sonho de viver num país desenvolvido para todos e sem corrupção sem nem ao menos discutir alternativas. Isso talvez seja um misto de vergonha por parte de alguns e de indiferença por parte dos que queriam apenas tirar o PT. 

Mas toda essa passividade diante da perda dos próprios direitos e da destruição do Brasil? O que explica isso? 

Provavelmente o poder da mídia que diz 24 horas por dia que estamos no caminho certo, que não há outro jeito, que esses que tomaram o poder são honestos, que a Justiça não entrou no Acordo Nacional. Como no texto de Bertold Brecht, o Brasil parece cada vez mais um país de analfabetos políticos, vide a expressiva intenção de votos em Bolsonaro e a quantidade de seguidores do MBL.

Por isso que todos nós temos que fazer a nossa parte, falar sim de política, discutir em todos lugares, abrir os olhos da população por que ninguém fará isso por nós. E não só nas redes, mas em todos os lugares. 

A política precisa ser discutida sempre por que quem não gosta ou não acompanha de perto será governado pelos que gostam até demais, pelos motivos que sabemos. 

Nós, que não somos políticos profissionais mas cidadãos, não somos inimigos nem adversários. Todos nós queremos o melhor para o Brasil. 

Como no futebol, cada um tem a sua receita para esse país vencer. Mas não se iludam que esse é o objetivo dos que tomaram o poder no Brasil, por que nunca foi e nunca será. A história é a prova!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Brizola para Lula: "Confio que algo de positivo ainda vai de acontecer." - "Se não for pela ação do Judiciário, será pelo poder das ruas."

Brizola: ‘Julgamento de Lula foi um teatro’

Por Marceu Vieira - 25/01/2018

Em nova alucinação, o cronista digital voltou a entrevistar sua lembrança de Leonel Brizola – desta vez, no dia da condenação de Lula em segunda instância.

Brizola pula a fogueira - Campanha eleitoral de 1982 - Irajá, Rio de Janeiro - foto Aguinaldo Ramos

Governador, daí onde está agora, o senhor acompanhou o julgamento do Lula?

Sim, Romeu. Eu, de cá onde estou, a tudo assisto e tudo ouço. Vi tudo isso com grande apreensão e tristeza. Francamente, sinto muita tristeza. Este velho coração, já parado, ficou mais engelhado, tu podes acreditar. Vi tudo isso, principalmente, com a preocupação de quem não pode mais estar aí para manifestar a sua indignação. Por isso, mais uma vez, pedi permissão aos líderes do universo, que um dia tu, que és novilho precoce, também saberás quem são, para acompanhar mais esse calvário, que não é só do Lula, creias, mas de todo o povo brasileiro. Pedi permissão também para dizer através de ti, novilho precoce, como tantos que aí vejo, algumas palavras.

Novilho precoce?

Tu me perdoes. Não te ofendas, Orfeu. Novilho precoce é aquele abatido quando ainda não completou 30 meses. É como vejo os sonhos da tua geração. A tua geração foi abatida em tantos sonhos desde que esses facínoras, não é verdade?, se aferraram ao poder no fim da ditadura. Deu-se, então, a ditadura econômica, comandada por esses filhotes da ditadura militar. Houve a vitória do povo com Lula, depois com a dona Dilma, mas, no fundo, tisc, no fundo, eles, os facínoras, estiveram sempre ali, de prontidão, o tempo todo, comandando os carreiros com suas varas finas, a guiar a boiada rumo ao abatedouro da ditadura econômica. Francamente, acredito que o PT, num dado momento, achou que a fatura já estava ganha e deu rédeas a esta gente. Eu sinto pena de ti e de tantos novilhos precoces abatidos em seus sonhos. E sinto, sobretudo, creias, uma profunda dó do Brasil.

O julgamento do Lula foi injusto?

Só a maldição do Coisa Ruim poderia fazer alguém, em sã consciência, acreditar que o que se passou com o Lula transcorreu de uma maneira limpa e justa. Francamente! Lula, vá lá, cometeu por aí os seus equívocos. Pecados veniais. Francamente, Lula costeou o alambrado algumas vezes, e até ultrapassou a cerca em ocasiões importantes, fazendo festa de cusco interessado num naco de carne, ou mesmo cegando os olhos para os donos do poder econômico e político, que ameaçavam a sua governabilidade. Mas, a rigor, não vejo em nada um crime que justifique esse calvário imposto pelo juiz Louro ao ex-presidente.

O senhor fala do juiz Moro?


Alfeu, perdoes este velho já morto, que vem de longe, e ainda não se habituou ao nome do magistrado. Mas, francamente, com todo o respeito aos louros, ele, o juiz, está mais para Louro, a ave, não é verdade?, aquela que reproduz o que o dono repete e não pensa nem sabe o que diz. Só reproduz o que lhe ensinam na repetição.

O juiz Moro estaria a serviço de que dono?

Francamente, a rigor, não vejo de outra forma. Ele, o Mouro, não parece ter a virtude da isenção, que se presume que os magistrados devam ter. Está claro, nas suas decisões, a quem ele serve. Veja como ele se comporta com os do lado de lá! Chega a ser perigoso para o Judiciário ter o destino do Brasil nas mãos desse jovem juiz, cujo objetivo, a mim me parece, é apenas o de esmagar Lula e suas possibilidade de retorno à Presidência. E a quem interessa que Lula esteja fora da disputa?! Não sei quais são as convicções políticas do meritíssimo, o que ele supõe como país ideal para os seus filhos. Mas se tem tem rabo de jacaré, dente de jacaré, couro de jacaré, só pode ser jacaré! Vejo essa artilharia contra o Lula diferente do bombardeio daquele cantor, por exemplo, o Tigrão, francamente, que ataca, ataca, ataca com sua língua afiada, e nada propõe para pôr no lugar do que deseja desconstruir. Essa gente a que o juiz Louro serve sabe muito bem o que quer perpetuar.

Quem é esse Tigrão, governador?

O cantor… Eu não saberia classificar. Funkeiro talvez não seja. Acho que é do iê-iê-iê, uma espécie de astro do iê-iê-iê brasileiro, que anda apartado da grande mídia. Ele tem uma música que admiro, que diz: “A vida passa na TV.” Nem sempre a vida real passa na TV. Mas este verso desse Tigrão, na verdade, diz um pouco do meu sentimento.

Governador, não seria Lobão?

Sim, é esse. Peço perdão a ele pelo meu engano, Aristeu.

Marceu, governador.

Ah, quanto a ti, já me desculpei muitas vezes. Sempre troquei teu nome. Tu me desculpes, Marcel. Mas deixe-me concluir. O juiz não é como esse Tigrão, que expõe seu desejo de demolir tudo isso que aí está sem oferecer uma alternativa capaz de estancar o sangue do povo brasileiro. Tu sabes que eu também jamais morri de amores pelo Lula. Há questões fundamentais nas quais divergimos ao longo de toda a minha passagem por este plano. Mas não vejo no Brasil alternativa melhor neste momento do que o Lula. O povão humilde, as nossas crianças de pés descalços e canelas ruças, as mulheres oprimidas, os nossos irmãos negros, quem melhor para olhar por eles? Penso que esse seja o Lula. Por isso, os interésses econômicos o temem tanto, porque querem o leite da vaca só para si! Quem melhor para estancar as perdas internacionais que mantêm tudo isso que aí está?! No meu entendimento, honestamente, o Lula.

Governador, o presidente Temer disse que…

Um momento, Argeu! Tu me desculpes interromper. Não quero falar desse Temer. Esse Temer, a rigor, não é nada! É um rito de passagem, um bonecão do posto, não é verdade?, tu me entendes, um bonecão do posto que está ali, tisc…, está ali só para cumprir a tarefa de quem de fato comanda as ações, que é o poder econômico, que é essa elite apodrecida, que, daqui onde estou eu pressinto, um dia vai morrer de velha sem que ninguém vá ao seu funeral! A rigor, é o que vai acontecer! A elite brasileira vai morrer de velha, podre, sem que ninguém vá ao seu funeral!

Voltando ao julgamento, o senhor acreditava na possibilidade de absolvição do Lula?

Veja, Pirineu. Como se diz nos pampas, o cenário sempre esteve mais feio do que o diabo chupando limão, não é verdade? Tudo se deu como o grande poder desejava que as coisas sucedessem. Mas, honestamente, mantenho a minha fé no bom senso dos juízes que ainda julgarão novos recursos do ex-presidente. A mim, sempre pareceu improvável o cenário de 3 a 0 a favor do Lula. Mas acreditava numa análise mais equilibrada nessa segunda instância do que os 3 a 0 contra ele. Eu me recolho com grande tristeza depois de assistir ao que assisti em Porto Alegre.

O aumento da pena de Lula, na sua opinião, sinaliza que…


Permita-me concluir. O tempo é o maior de todos os juízes. O tempo também julgará esses desembargadores, como também julgará o juiz Louro. Os regentes dessa sustentação ao juiz, a meu ver, são mais assanhados do que lambari de sanga. São mais ásperos do que língua de gato. Mas, a rigor, esse julgamento do Lula não passa de uma bazófia para o juiz Mouro. Na verdade, foi um teatro apenas! Um teatro! A rigor, foi um teatro, com final já previsto. Lula, para eles, já estava esgualepado que nem cincha de bagual. Mas lhe asseguro, Doalcei, Lula é forte e resistirá. Disso, creias, eu não tenho dúvidas. Confio que algo de positivo ainda vai de acontecer.

No Judiciário?


Se não for pela ação do Judiciário, será pelo poder das ruas.

O senhor acompanhou o comício do Lula e da Dilma em Porto Alegre na véspera do julgamento?

Sim. Confesso que assisti a tudo com muita alegria e saudade daquele cenário. Eu mesmo já estive ali, diante de multidão até maior, modéstia à parte, proferindo as minhas crenças e as minhas verdades. No meu último quarto de hora neste ambiente terreno de vocês, era do que mais sentia falta, de falar co franqueza para o nosso povão.

O senhor ainda acredita que Lula consiga se candidatar?


Veja, Ateneu. Quando eu estava no exílio, e aqui ainda mal se falava em abertura política, ninguém acreditava que o Leonel Brizola pudesse voltar e se eleger governador. Sobretudo de um estado como o Rio de Janeiro, onde funcionava o intestino da ditadura, não é verdade? No Rio de Janeiro, estava o intestino grosso da ditadura! Mas este velho combatente, como tu sabes, desembarcou na Guanabara e derrotou até mesmo a fraude! E tiveram de nos engolir! De modo que não duvido das possibilidades do Lula. Uma nuvem escura se precipitou sobre o campo popular, que é o nosso, que é o do Lula, mas a tempestade, tu creias, tisc…, não dura para sempre. Nem o dilúvio de Noé durou para sempre. De modo que mantenho a minha crença.

Marceu Vieira é jornalista, compositor, ficcionista e cronista do cotidiano. Iniciou-se no jornalismo na extinta "Tribuna da Imprensa" e seguiu na profissão, sempre repórter em tempo integral, nas redações de "O Nacional", "Veja", "O Dia", "Jornal do Brasil", "Época" e "O Globo". Hoje, é jornalista independente.