sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Disparada de Lula nas pesquisas põe direita em pânico

Disparada de Lula nas pesquisas põe direita em pânico

Por Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania - 17/02/2017

Xico Graziano, o eterno assessor de FHC, entrou em pânico ao ler a 133ª pesquisa CNT-MDA simplesmente porque a CNT é controlada pelo tucanérrimo Clésio Andrade. Ou seja, é um dos institutos de pesquisa mais insuspeitos de ser petistas.

Graziano é uma figura bastante conhecida no meio político por sua verborragia e pelas demonstrações desabridas de vassalagem para com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Nos últimos anos, Graziano têm se metido em várias polêmicas.

Em 2014, seu filho Daniel Graziano, então coordenador do departamento Administrativo, Financeiro e de Recursos Humanos do Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), foi convocado a depor em uma delegacia de São Paulo em inquérito sobre informações falsas publicadas na Internet contra Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-04-24/filho-de-assessor-de-fhc-e-convocado-para-explicar-boatos-contra-lulinha.html

O caso terminou em acordo, mas o pai de Daniel continuaria dando demonstrações públicas de “lealdade” ao ex-chefe. Porém, só o desespero pode levar esse sujeito a propor a volta de um político que apareceu com 13% dos votos em pesquisa recente do Datafolha sobre quem foi o melhor presidente que o Brasil já teve.

Detalhe, Lula apareceu com 40%.

Ano passado, em novembro, Xico Graziano faz publicar na Folha de São Paulo um artigo propondo, entrelinhas, a pura e simples nomeação de FHC como presidente da República.

Naquele artigo, o ex-chefe de Gabinete da Presidência no governo FHC aproveitou a onda que pregava eleição indireta de um presidente da República substituto caso Michel Temer fosse derrubado pelo TSE, e “sugeriu” que o tucano fosse nomeado presidente pelo Congresso, como se estivéssemos na ditadura militar.

Outro que “pirou” com a disparada de Lula nas pesquisas foi Reinaldo Azevedo, colunista da Folha de São Paulo, conhecido por seu antipetismo amalucado. Apesar de ter afirmado que Lula estaria “morto”, agora está dizendo que ele não só está vivo como pode se reeleger presidente.

Aliás, o jornal onde Reinaldo escreve não está menos desorientado com a disparada de Lula. A pesquisa CNT/MDA foi divulgada na tarde de quarta-feira, mas só foi aparecer na Folha nesta sexta-feira simplesmente porque Reinaldo Azevedo divulgou em sua coluna que comunica ao distinto público que, declarado morto por si, anteriormente, Lula “ressuscitou”.

O que espanta é o espanto dessa gente. Há quase três anos que a mídia, a Lava Jato, os partidos de direita, os movimentos antipetistas e uma militância histérica e canalha praticam toda sorte de atrocidades com o ex-presidente.

Nas últimas semanas, fascistas chegaram a organizar manifestações para comemorar a agonia da falecida esposa de Lula em seu leito de morte e, pelo lado da Justiça, Sergio Moro chegou a intimar dona Marisa Letícia a depor na Lava jato no dia de sua missa de sétimo dia. E ainda estão espantados por a população estar enxergando essa campanha infame contra aquele que pesquisas mostram que o Brasil considera o melhor presidente da história.

A Lava Jato, a mídia, os partidos de direita, os movimentos antipetistas e essa militância doentia que ataca Lula sem piedade, sem parar, a toque de golpes baixos vai acabar elegendo-o presidente no primeiro turno, em 2018.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A reforma trabalhista do governo (sic) Temer pode desobrigar empregadores a pagar o piso de categorias ou até mesmo o salário mínimo

Brasileiro poderá trabalhar 14 horas diárias sem receber horas extras

Por André Campos | 09/02/17 - Repórter Brasil

Reforma trabalhista permite que sindicatos e empregadores estendam a jornada de trabalhadores sem aumento da remuneração

A reforma trabalhista do governo Michel Temer pode permitir que horas de trabalho antes remuneradas como horas extras sejam incorporadas à jornada normal sem pagamento adicional. Atualmente, todo empregado que faz hora extra tem direito a receber um adicional de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal.

Isso acontece porque a proposta permite que sindicatos e empregadores negociem jornadas de até 220 horas mensais, mas não estabelece critérios claros para diferenciar o que seria, dentro desse limite, horário regular ou trabalho extraordinário.

“A intenção é justamente permitir acordos coletivos com jornadas longas, de 10, 12 ou até 14 horas num dia, sem o pagamento de horas extras”, avalia Valdete Severo, juíza do Trabalho no Rio Grande do Sul.

Na ponta do lápis, o prejuízo ao trabalhador pode ser grande. Alguém que ganha dois salários mínimos, R$ 1.874,00, pode perder cerca de R$ 366,28 por mês – o equivalente a 20% da renda. Isso aconteceria no caso desse funcionário trabalhar todas as 220 horas mensais previstas na proposta, o que soma 2.640 horas ao ano. De acordo com as regras atuais, ao menos 344 horas na jornada anual desse funcionário seriam horas extras.

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Esta é, na verdade, uma estimativa conservadora. As perdas do trabalhador seriam ainda maiores se levássemos em conta os feriados e os casos de trabalho aos domingos, quando as horas extras precisam ser pagas com 100% de acréscimo.

Menos que o salário mínimo

Outra mudança importante será na remuneração por produtividade, que passa a ficar sujeita aos arranjos feitos em acordos e convenções coletivas. O maior receio é que isso desobrigue empregadores a pagar o piso de categorias ou até mesmo o salário mínimo. Para Jorge Ferreira dos Santos Filho, coordenador da Articulação dos Empregados Rurais do Estado de Minas Gerais, esses são problemas que já acontecem na prática no meio rural, mas que são passíveis de punição pela justiça.

A reforma pode desobriar empregadores a pagar o piso de categorias ou até mesmo o salário mínimo

Um exemplo é a colheita do café. Trabalhadores recebiam menos do que o salário mínimo em ao menos metade de 30 cafezais inspecionados pelo Ministério Público do Trabalho na região sul da Bahia entre maio e agosto de 2016. Segundo o procurador Ilan Fonseca, que coordenou as ações, a remuneração da lata – medida de aproximadamente 60 litros onde os empregados colocam o café colhido – gira em torno de R$ 2 a R$ 4, dependendo do local. “Muitos, especialmente os mais idosos, não conseguem receber mais do que R$ 500 ou R$ 600”, relatou o procurador.

Esta reportagem foi realizada com o apoio da DGB Bildungswerk.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Janio de Freitas: Não há panelaços e bonecos infláveis para os acusados do governo Temer

Não há panelaços e bonecos infláveis para os acusados do governo Temer

Janio de Freitas - Folha de São Paulo - 12/02/2017


Charge Osmani Simanca
Agora ficou mais fácil compreender o que se tem passado no Brasil. O poder pós-impeachment compôs-se de sócios-atletas da Lava Jato e, no entanto, não há panelaço para o despejo de Moreira Franco, ou de qualquer outro da facção, como nem sequer houve para Geddel Vieira Lima. Não há panelaços nem bonecos inflados com roupa de presidiário.

Logo, onde não há trabalhador, desempregado, perdedor da moradia adquirida na anulada ascensão, também não há motivo para insatisfações com a natureza imoral do governo. Os que bancaram o impeachment desfrutam a devolução do poder aos seus servidores. Os operadores políticos do impeachment desfrutam do poder, sem se importar com o rodízio forçado, que não afeta a natureza do governo.

Derrubar uma Presidência legítima e uma presidente honesta, para retirar do poder toda aspiração de menor injustiça social e de soberania nacional, tinha como corolário pretendido a entrega do Poder aos que o receberam em maioria, os geddeis e moreiras, os cunhas, os calheiros, os jucás, nos seus diferentes graus e especialidades.

Como disse Aécio Neves a meio da semana, em sua condição de presidente do PSDB e de integrante das duas bandas de beneficiários do impeachment: “Nosso alinhamento com o governo é para o bem ou para o mal”. Não faz diferença como o governo é e o que dele seja feito. Se é para o mal, também está cumprindo o papel a que estava destinado pela finalidade complementar da derrubada de uma Presidência legítima e de uma presidente honesta.

Não há panelaço, nem boneco com uniforme de presidiário. Também, não precisa. Terno e gravata não disfarçam.
(...)

POLÍTICA, SIM
Ficou comprovado que a Lava Jato e mesmo o seu juiz programavam vazamentos nas vésperas dos dias importantes na campanha contra Dilma e Lula. Só por "interesse político" – evidência que ninguém na Lava Jato tem condições honestas de negar.
(...) 

Artigo completo no link 

sábado, 11 de fevereiro de 2017

"(...) a “elite” (aspas) brasileira comete suicídio: não bastasse estampar a iniquidade dessas instituições que ela, historicamente, impôs ao país, a classe dominante, ao predar a classe média, bota a perder os alicerces que (também historicamente) lhe dão sustentação."

A elite brasileira suicida-se

Por Ruben Bauer Naveira - GGN - 07/02/2017

​“Nós vamos, um dia, amadurecer como povo e realizar nossa potencialidade. E vamos então varrer a canalha” (Darcy Ribeiro)

Essa frase curta, “a elite brasileira suicida-se”, contém dois erros.

Primeiro: jamais houve elite neste país. O que temos aqui não passa de uma classe dominante que, por preguiça intelectual, volta e meia é chamada de elite – conceito que, em qualquer país, diz respeito a um extrato social que avoca para si a responsabilidade de traçar o destino da sua nação e fazê-lo cumprir. Nunca houve nada assim no Brasil, lugar em que os horizontes da classe dominante não passam da acumulação predatória e do consumo ostentatório.

Segundo: no curto prazo, a classe dominante não corre risco de morte. Não há então nenhum suicídio iminente. Será, porém, no médio-longo prazo, que a classe dominante brasileira acabará por perceber, da pior maneira possível, que terá sido a sua própria natureza que lhe terá conduzido a seu fim.

Darcy Ribeiro sonhou com um povo que, por tomada de consciência, completava o seu processo de formação. O que ele não podia imaginar era que tal salto seria induzido de forma tão paradoxal, pela inconsequência da própria classe dominante. Mesmo que ainda demore muitos anos, o ponto-de-não-retorno foi ultrapassado, é então questão de tempo.

Antes de mais nada, nenhum país vive sem instituições, e as nossas se inviabilizam a olhos vistos. Instituições que, historicamente, foram construídas segundo os interesses da classe dominante: Charles Darwin, em sua estada no Brasil em 1832, registrou, repugnado, que “não importa a monta das acusações que possam pesar contra um homem de posses, é certo que em pouco tempo ele estará livre”.

Para que servem as instituições?

Ao menos a título formal, instituições existem para servir à sociedade e para edificar o futuro da nação. Como foi dito, no Brasil isso jamais aconteceu (como poderia, se não temos elite?) mas, pelo menos, ainda se guardavam as aparências. Agora, esfrega-se na cara da sociedade que as instituições existem tão somente para servir a si próprias.

Nossas instituições funcionam normalmente. Elas cumprem seus ritos e protocolos, executam seus orçamentos, nelas se tomam decisões e se definem políticas públicas. Mas, perante a sociedade, instituições vivem de veracidade ou, ao menos, de verossimilhança. Instituições até podem servir a si próprias enquanto fingem que servem ao bem comum, mas não podem simplesmente se cansar de fingir e estampar perante a sociedade uma realidade que ela preferiria não conhecer. Desencanto é sem volta.

As instituições brasileiras têm funcionalidade, o que elas não têm é sentido.

Para que se cumpra a antevisão de Darcy, o mais difícil já aconteceu. Graças à insegurança, cegueira, afobamento, inconsequência e ganância sem freios da classe dominante (mais uma vez passando recibo de não ser merecedora de ser vista como elite), o conjunto da sociedade vai se dando conta que essas instituições são imprestáveis, e terão que ser transmutadas.

Falta ainda algo já não tão difícil, na medida em que depende de nós: a unificação da sociedade em torno de um projeto para essa transmutação.

Ora, o atributo número um para tal projeto será sua qualidade de, justamente, unificar a sociedade. Terá que ser este o ponto de partida para a concepção do projeto.

O propósito deste artigo é apresentar três propostas concretas nesse sentido, respectivamente formuladas em torno dos conceitos de Constituinte dos Cidadãos, de Grupos de Diálogo e de Democracia Direta, as quais serão descritas ao final do texto.

A paixão não-correspondida da classe média pela classe dominante

Previsivelmente, a classe dominante lança mão do expediente clássico de dividir para governar. Por via da manipulação, ela atiçou preconceitos latentes da dita classe média, com duplo propósito: jogá-la contra as classes desfavorecidas e contra quem governasse em favor destas; e alinhá-la aos seus interesses, ainda que contrários aos dela própria.

(Nota: este processo se encontra descrito em profundidade no recente livro de Jessé de Souza, A Radiografia do Golpe: Entenda como e porque você foi enganado. Para uma introdução ao argumento de Jessé, ver https://www.facebook.com/souza.jesse225/posts/10203070013027649).

Muito simplificadamente, a classe média, desde sempre inconformada com os privilégios dos “de cima” (em especial o privilégio de fazer leis para serem cumpridas por todos, menos eles próprios), privilégios que ela condena da boca para fora mas que intimamente inveja e anseia para si, ficou ainda mais desconfortável a partir do momento em que os “de baixo” passaram também a contar com acesso, por mínimo que fosse, à Terra Prometida (leia-se, aos recursos do Estado). “Todo mundo mama, menos eu!”, foi como ela sentiu.

A classe média é hoje, possivelmente, a mais numerosa no país:

- a classe E são os miseráveis;

- a classe D são os pobres;

- a classe C é a classe média baixa;

- a classe B é a classe “média-média”;

- a classe A é a classe média alta.

Nenhuma dessas é classe dominante.