segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

2014, O ANO QUE NUNCA VAI ACABAR - O ANO DA DECADÊNCIA DA REVISTA VEJA - E 2014, que parecia ser o ano da glória de Aécio, termina de forma melancólica para o senador mineiro.

2014, O ANO QUE NUNCA VAI ACABAR

Lelê Teles - 247 - 29/12/2014

O ano em que o Brasil sediou, mais uma vez, uma copa do mundo e tomou uma surra em casa, é um ano para nunca mais se esquecer.

Mesmo porque é inútil tentar apagar a história.

Foi no ano da graça de 2014 que o mundo assistiu, estarrecido, ao desaparecimento de um gigantesco boing 777, lotado de passageiros.

Embora vivamos vigiados diuturnamente, com câmeras em satélites, drones, câmeras subaquáticas, em shoppings, ruas, praças, banheiros e até a novíssima e exclusiva glande angular, que criei para ser usada e introduzida em filmes pornôs, a aeronave esvaiu-se sem deixar rastro.

Com mil diabos!

Mas o Brasil, meus amigos, não ficou pra trás. Na terra do jabuti e da jabuticaba, um helicóptero com meia tonelada de cocaína também virou pó e desapareceu do mapa, embora tenha deixado muitos rastros.

Coisa do capeta.

O ANO DA DECADÊNCIA


A revistaveja, todos sabemos, em 2006 abandonou de vez o jornalismo e entrou no ramo do marketing, pessoal e político, construindo e destruindo reputações. Lembro-me de Alckmin, então candidato à presidência, na capa da revistona, estampada panfleticamente em todas as bancas de jornais e em outdoors, às vésperas das eleições.

Propaganda disfarçada de jornalismo. Mas deram com os burros n’água. Lula meteu vexosos 7x1 em Alckmin.

Em 2010, a revistona foi de Serra. Também na capa, foto meiga, mão no rosto, um doce; um leão comendo alface.

E com esse santinho do santíssimo Serra, deram novamente com os burros n’água. O careca foi surrado por Dilma com o mesmo placar de 7x1.

E em 2014, a superação.

Aécio na capa, olhos esbugalhados e fixos, dentes brancos, riso careta, rasgando a blusa e mostrando no peito a tecla verde das urnas.

Era só confirmar.

Às vésperas do pleito, os descarados mandaram, descaradamente imprimir e distribuir a mais abjeta de todas as capas, só a capa, uma vez que não tinha conteúdo jornalístico a peça, tratava-se simplesmente de um endiabrado santinho.

Com esse inusitado panfleto, a revistaveja esticou a corda, testou até o limite o seu poder de influência e manipulação.

E, novamente, deu com os burros n’água.

Este ano, o PT chegou à quarta vitória consecutiva. Da varanda de casa dava pra ouvir Galvão Bueno gritar eufórico, abraçado ao Rei Pelé: “É tetraaaa, é tetraaaa”.

Durma com um barulho desses.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Saudades dos aviões da Panair: os empresários que não toparam pagar pau para a Ditadura. Empresários que, segundo o relatório da CNV, não fizeram como Roberto Marinho, do jornal “O Globo”, que não hesitou em apoiar a conspiração e o golpe de 1964. Dentre eles, Mario Wallace Simonsen (1909-1965) e Celso da Rocha Miranda (1917-1986) criadores da Panair do Brasil e da TV Excelsior.

Saudades dos aviões da Panair: os empresários que não toparam pagar pau para a Ditadura

Laura Capriglione - Blog da Laura Capriglione - Yahoo - 10/12/2014 


Filme: PANAIR DO BRASIL 
“O medo em minha vida nasceu muito depois
descobri que minha arma é o que a memória guarda dos tempos da Panair
Nada de triste existe que não se esqueça
Alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe e não se esquece
Alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe nesse planeta
Que não se fale aqui na mesa de bar”
(Milton Nascimento, “Saudade dos Aviões da Panair”)

O texto divulgado nesta quarta-feira (10 de dezembro) pela Comissão Nacional da Verdade é um texto histórico tão necessário quanto duro e desagradável. Que fala de torturas e torturadores; de ganância e de empresários ambiciosos; de gente que se empenhou para matar a democracia e que ajudou a financiar os verdadeiros matadouros humanos construídos para calar a oposição.
Mas tem também o relato sobre os heróis que não toparam fazer qualquer negócio para se dar bem. É desses que se quer falar.
Milton Nascimento tem uma música incrivelmente linda chamada “Saudades dos Aviões da Panair”, que apareceu no disco Minas, de 1975, no mesmo ano em que o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado no Doi-Codi (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna de São Paulo), num canto do quartel do II Exército, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
Para quem não conhece esse pedaço hoje supervalorizado da capital paulista, informo: trata-se de um bairro de classe média vizinho ao parque do Ibirapuera, um endereço aprazível. Com sorte ou muito azar, quem naqueles dias estivesse andando pela rua Thomás Carvalhal, quase na esquina com a rua Tutoia, poderia escutar os gritos dos que eram barbarizados ali. Mas não havia para quem pedir socorro.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) concluiu que até dezembro de 1974, 2.148 pessoas haviam sido presas ali para serem interrogadas. Outros 795 presos foram encaminhados de outros órgãos. Somem-se mais 3.276 “elementos [que …] prestaram declarações e foram liberados” e tem-se uma idéia do congestionamento, do entra-e-sai de “suspeitos” naquela esquina. Cinquenta nunca puderam sair dali com vida. Morreram sob tortura.
Henning Albert Boilesen, o sinistro presidente do então poderoso Grupo Ultra, […] foi um dos elementos civis mais identificados com a repressão naquele período, embora não tenha sido o único. Boilesen ficou conhecido como o personagem que cuidava da arrecadação de recursos para a [… repressão]. Frequentava a sede da entidade, observava os presos políticos ali mantidos, assistia a sessões de tortura. Existem evidências de que tenha participado de algumas sevícias de prisioneiros políticos. Sua participação em atos de tamanha crueldade, crimes contra a humanidade, envolveu inclusive a importação de um equipamento para produzir choques nos prisioneiros políticos torturados. Acionado por um teclado, com a estrutura de um piano, o equipamento aumentava a frequência das descargas à medida que notas mais agudas eram tocadas.”
“Descobri que minha arma é o que a memória guarda dos tempos da Panair”, disse a voz mais linda das Geraes. Pois a memória dos tempos da Panair serve para também desenterrar das sombras os invulgares relatos de heroísmo entre os poderosos.
Anote os nomes de alguns homens que dignificam os homens justos:
José Mindlin (1914-2010), empresário, dono da Metal Leve, bibliófilo e escritor.
Antonio Ermírio de Moraes (1928-2014), empresário, dono do grupo Votorantim.
Fernando Gasparian (1930-2006), empresário, editor e político.
Mario Wallace Simonsen (1909-1965), empresário, foi um dos criadores da Panair do Brasil e da TV Excelsior.
Celso da Rocha Miranda (1917-1986), empresário, foi um dos criadores da Panair do Brasil e da TV Excelsior.
Esses são empresários que, segundo o relatório da CNV, não fizeram como Roberto Marinho, do jornal “O Globo”, que não hesitou em apoiar a conspiração e o golpe de 1964, primeiro, e que, depois, na fase mais dura, apoiou diretamente o porão da tortura, das mortes e desaparecimentos.

sábado, 29 de novembro de 2014

"Compartilhar riqueza com o mundo é obrigação moral", diz papa Francisco - “Qualquer um, a quem falta o pão de cada dia e um trabalho decente, sabe bem disso“, disse. Francisco salientou ainda que os mendigos nas ruas, resguardados de seu direito civil por uma alimentação saudável, pedem dignidade, e não esmolas.

"Compartilhar riqueza com o mundo é obrigação moral", diz papa Francisco

DW - Via Pragmatismo Político - 21/11/2014

Papa Francisco pede mais solidariedade à luta contra a fome. Pontífice criticou ainda a visão capitalista do alimento como mercadoria. "Não temos problema de calorias, mas de produção, abastecimento e organização"

Charge Mário Tarcitano - Tribuna de Minas

Na Conferência Internacional sobre Nutrição (ICN2) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o papa Francisco pediu mais solidariedade e ações concretas no combate à fome mundial. Segundo o pontífice, é “obrigação moral compartilhar a riqueza econômica com o mundo“. O discurso, realizado nesta quinta-feira (20/11) em Roma, foi aplaudido de pé pelas autoridades presentes.

“Nossas sociedades são caracterizadas por um crescente individualismo e por uma cisão“, disse o argentino aos delegados de mais de 150 países. Isso faz com que os mais fracos sejam privados de uma vida digna, prosseguiu.

Apesar dos avanços, “o número de pessoas que sofrem de fome e desnutrição segue inaceitavelmente alto“, afirmou o pontífice. Ele considera viável a exigência de reduzir a fome mundial pela metade. “Não temos um problema de calorias. Nós temos um problema de produção, abastecimento e organização“, definiu.

Segundo o papa, os desafios hoje são a falta de solidariedade e de uma distribuição justa dos recursos no mundo. Ele também falou numa crescente desconfiança entre países e entre cidadãos. “Qualquer um, a quem falta o pão de cada dia e um trabalho decente, sabe bem disso“, disse. Francisco salientou ainda que os mendigos nas ruas, resguardados de seu direito civil por uma alimentação saudável, pedem dignidade, e não esmolas.

O papa reconheceu que a comunidade internacional deu muito pouca atenção ao tema no passado. Em sua primeira visita a uma agência da ONU, ele também renovou sua crítica ao capitalismo. Segundo ele, o combate à fome e a desnutrição é dificultada pelo mercado, que é gerido pela premissa primária de lucro. Os alimentos foram degradados a uma mercadoria como outra qualquer, que também se transformou em objeto de especulação financeira, reclamou o líder da Igreja Católica.

Francisco citou ainda o papa João Paulo 2º, que, na Cúpula Mundial de Alimentação de 1992, também em Roma, advertiu para um “paradoxo da abundância“. “Há comida suficiente para todos, mas nem todos podem comer“, disse então o pontífice polonês. Há desperdício, consumo excessivo e a utilização de alimentos para outros fins. “Infelizmente, esse ‘paradoxo’ segue sendo atual“, lamentou Francisco.

Medidas contra a fome precisam levar em conta a produção e o acesso aos alimentos, além da mudança climática e do comércio agrícola. “Mas a primeira preocupação precisa ser o próprio ser humano. Todos aqueles que sofrem com a falta de alimentação diária“, pediu o papa.

Além disso, o tema da fome está envolto em corrupção, manipulações e desinformações que precisam ser superadas, disse.

Francisco também chamou a atenção para a preservação ambiental. “Deus perdoa sempre; as pessoas, às vezes; mas a natureza, nunca. Precisamos nos preocupar com o meio ambiente, senão ele reage com destruição.”

A conferência em Roma, que tem convidados ilustres como a rainha Letizia da Espanha, o economista americano Jeffrey Sachs e Melinda Gates, esposa do fundador da Microsoft, vai decorrer até esta sexta-feira. No primeiro dia, quarta-feira, os participantes acordaram uma declaração internacional que prevê o acesso seguro e suficiente a alimentos nutritivos para todas as pessoas do mundo. De acordo com dados da ONU, cerca de 805 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer.

Obesidade também é sinal de má nutrição

sábado, 22 de novembro de 2014

O tucano que iluminou o Brasil. Ricardo Semler, autor do artigo "Nunca se roubou tão pouco neste país", "constitui uma reserva de sensatez e espírito público em uma agremiação que vem se perdendo em hipocrisia e cegueira política, ideológica e social." - "ter gente como Semler dentro do PSDB ajuda a impedir que o partido piore ainda mais, mesmo que esse empresário provavelmente tenha pouca influência junto às hostes tucanas."

O tucano que iluminou o Brasil

Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania - 22/11/2014

Charge Facebook - Humor Inteligente
Ricardo Semler tem o perfil tucano padrão. Rico, 55 anos, paulista, empresário de renome, é hoje vice-presidente da Fiesp, além de CEO (executivo-chefe) e sócio majoritário da empresa Semco S/A. E não tem apenas perfil tucano; é filiado ao PSDB. E das antigas. Filiou-se quando Franco Montoro presidia o partido.

Semler tornou-se conhecido por ter implantado em sua empresa fórmulas inovadoras de gestão empresarial. Sob sua gestão, o faturamento da empresa subiu de quatro milhões de dólares em 1982 para 212 milhões de dólares em 2003.

A revista TIME elegeu o executivo paulista como um dos “100 Jovens Líderes Globais”, em 1994. O Fórum Econômico Mundial também o apontou em trabalhos semelhantes. Foi exaltado como gestor pelo Wall Street Journal – como “Empresário do Ano na América Latina”, em 1990, e “Empresário do Ano no Brasil”, em 1992.

Semler formou-se em Direito na USP e estudou Administração em Harvard. Além disso, escreveu livros que se tornaram sucesso em vendas no Brasil e exterior.

Na última sexta-feira (21), o empresário surpreendeu o país com um artigo no jornal Folha de São Paulo na linha super sincero. No texto, reconheceu que, apesar da gritaria hipócrita entoada hoje sobre corrupção – sobretudo na imprensa –, nunca se roubou tão pouco neste país.

O artigo em questão se espalhou como fogo e provocou polêmica apesar de não conter novidade. Tivesse sido escrito por um petista ou mesmo por um cidadão sem coloração partidária, teria passado batido. O que fez o texto repercutir tanto foi o fato de seu autor, declaradamente tucano, contrariar o discurso de seu partido.

O artigo de Semler gerou polêmica a partir do título: “Nunca se roubou tão pouco”. Dali em diante, sem abrir mão do discurso tucano contra o PT – de que, ao longo dos governos Lula e Dilma, houve corrupção e barbeiragens na economia –, o empresário tucano demonstrou que é possível defender as próprias bandeiras políticas e ideológicas sem cair no mau-caratismo.

O discurso de Semler em um texto literalmente antológico e que, a esta altura, quem se interessa por política com certeza já leu, se fosse entoado por Fernando Henrique Cardoso faria dele alguém que seria respeitado pela maioria, em vez de repudiado.

Infelizmente, à diferença do correligionário no PSDB, FHC se entregou à politicagem mais barata que se possa conceber, causando surtos de indignação quando se dá ao desfrute de fazer acusações de corrupção aos adversários políticos. Justamente ele, FHC…

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Paulo Francis, um fantasma nas redações. Em 1997 Paulo Francis afirmou que diretores da Petrobras engordavam contas bancárias na Suíça com dinheiro de propinas obtidas na compra de equipamentos. A lembrança de sua denúncia vem agora assombrar antigos dirigentes da empresa petroleira e colocar a imprensa brasileira diante de um dilema.

Trecho do filme "Caro Francis" de Nelson Hoineff

Paulo Francis não morreu

Luciano Martins Costa - Observatório da Imprensa - 17/11/2014

Os jornais do fim de semana registram o que pode vir a ser o ponto de inflexão das relações viciadas entre a política e os interesses privados no Brasil. A prisão de 24 altos executivos, entre os quais quatro presidentes de grandes empresas e um ex-diretor da Petrobras, coloca nas mãos da Justiça o material necessário para aprofundar as investigações sobre a corrupção e passar a limpo o sistema de financiamento de campanhas eleitorais.

A última etapa da ação policial está sendo chamada de “Juízo Final”. Os jornais dizem que serão citados pelo menos 70 senadores e deputados. Também está publicado que todos os partidos, com exceção do PSOL, foram financiados pelas empreiteiras acusadas no escândalo.

O evento coloca o Brasil diante da possibilidade de levar à frente uma “Operação Mãos Limpas” como a que sacudiu as instituições italianas nos anos 1990. O alto risco dessa operação reside no fato de que sua continuidade pode depender do empenho da imprensa em dividir com equilíbrio e de forma equânime as responsabilidades, sem omitir ou dissimular as culpas conforme a filiação partidária dos acusados. Deve-se lembrar também que o esquema descrito pelos jornais na segunda-feira (17/11) é uma cópia exata do “clube de fornecedores” revelado no escândalo do metrô de São Paulo.

Entre as muitas páginas publicadas desde sábado (15), apenas a Folha de S. Paulo dá espaço para os dois pontos que irão definir o alcance da ação policial. Num deles, o colunista Luiz Fernando Viana (ver aqui) critica a omissão da imprensa em buscar as origens do esquema de corrupção que envolve gestores públicos e fornecedores de produtos e serviços ao Estado. O jornalista questiona: “Por que passamos a achar que nos cabe apenas noticiar os acontecimentos mais recentes, sonegando ao leitor informações que ampliariam sua capacidade de discernimento?”

No outro exemplo, o articulista Ricardo Melo observa (ver aqui), muito a propósito, que, em 1997, o jornalista Paulo Francis afirmou, em comentário no programa Manhattan Connection, que havia um esquema de roubalheira na Petrobras. O então presidente da empresa, Joel Rennó, em vez de tomar alguma providência, abriu um processo de US$ 100 milhões contra Francis, lembra o articulista da Folha.

Um fantasma nas redações

Portanto, está definido o ponto mínimo de movimentação da imprensa diante do escândalo, sem o qual o noticiário deixa de merecer credibilidade: quais eram os fatos a que se referia o polêmico comentarista.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Seca em São Paulo ou Indústria da Seca Sudestina? Tudo indica que a seca não migrou para o planalto paulista. O que migrou para São Paulo foi a indústria da seca?

Seca em São Paulo ou Indústria da Seca Sudestina?

Fábio de Oliveira Ribeiro - Jornal GGN - 14/11/2014 

Charge: Moesio Fiuza - Tribuna do Ceará
A crise hídrica no sudeste é grave e, curiosamente, ocorre exatamente no momento em que o governo federal está otimizando os recursos federais aplicados no nordeste para combater a seca. A construção de cisternas familiares e de pequenos reservatórios para captar água da chuva, a manutenção dos açudes e a transposição do São Francisco estão revolucionando o nordeste, fixando o nordestino na região. Nos próximos anos o governo Dilma Rousseff proporcionará uma significativa melhora da economia e no padrão de vida no semi-árido. O relevante papel do Exército e dos engenheiros militares nesta revolução não pode ser esquecido.

Ainda é cedo, mas pelo menos no nordeste parece que a indústria da seca chegou ao fim.

“Indústria da seca é um termo utilizado no Brasil para designar a estratégia de certos segmentos das classes dominantes que se beneficiam indevidamente de subsídios e vantagens oferecidos pelo governo a partir do discurso político da seca. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado, que denunciava no Correio da Manhã os problemas da região do semi-árido brasileiro.

O Governo Federal Brasileiro dispõe de alguns programas, como a Operação Carro-pipa desenvolvida pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com o Exército Brasileiro, que buscam contornar os efeitos da seca e minimizar a falta de investimento em infra-estrutura básica em determinadas regiões do país.

A problemática da seca remonta aos tempos de Dom Pedro II, que chegou inclusive a afirmar que venderia as jóias da coroa, fato que não aconteceu, para acabar com o problema, agravado pela grande seca do Nordeste em 1877."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Seca_no_Brasil#Ind.C3.BAstria_das_secas

O problema da seca no sudeste preocupa. O Estado de São Paulo não realiza obras para melhorar a captação de água há 20 anos. Há 10 anos o primeiro sinal de alerta foi dado, mas os governos tucanos nada fizeram além de privatizar a Sabesp e permitir a distribuição dos lucros auferidos pela companhia. No ano passado os reservatórios paulistas quase secaram. Neste ano, eles estão ficando secos meses antes do início do período das chuvas.

Apavorado pelo problema que criou, Alckmin pediu aproximadamente 3,5 bilhões de reais ao governo federal para sanar a crise hídrica em São Paulo. O governo Dilma Rousseff reclama que o governador paulista não detalhou como e onde pretende usar o dinheiro público dos brasileiros.

domingo, 9 de novembro de 2014

Estelionato eleitoral foi o que FHC fez em 1999. Em 1998, o país estava à beira da bancarrota, mas a propaganda eleitoral tucana vendia outro mundo ao eleitor e garantia que estava tudo bem.

Estelionato eleitoral foi o que FHC fez em 1999

Eduardo Guimarães - Blog da Cidadania - 09/11/2014

Na semana passada, após anúncios de aumentos da taxa Selic e de 3% no preço da gasolina, lideranças do PSDB e os jornais de sempre qualificaram a medida como “estelionato eleitoral” que teria sido praticado pela presidente Dilma Rousseff porque, durante a campanha de sua reeleição, teria negado que o governo fosse aumentar juros e combustíveis.



Em primeiro lugar, há que dizer que é mentira. Dilma nunca disse que deixaria de fazer política monetária. Aliás,até abril deste ano o governo dela aumentou a taxa Selic NOVE vezes consecutivas. Quanto à gasolina, o último aumento foi de 4% e ocorreu em novembro do ano passado. E a presidente jamais disse, durante a campanha deste ano, que não haveria aumento.

Detalhe: a inflação do ano passado e deste girou em torno de 6%, bem maior que os aumentos dos combustíveis.

O mais curioso, porém, é ver o jornal Folha de São Paulo publicar, em sua última edição dominical (9/11),editorial em que chama de “estelionato eleitoral” os aumentos de juros e combustíveis – que já estavam previstos –, a divulgação da oscilação do percentual de miseráveis no país e um aumento do desmatamento.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Para quem quer fugir do "bolivarianismo" no Brasil, tem 20 motivos para NÃO ir para a Austrália.

20 RAZÕES PARA QUEM QUISER FUGIR DO "BOLIVARIANISMO" NO BRASIL ‪#‎NÃO‬ VIR PARA A AUSTRÁLIA

Por André Levy - Facebook - 02/11/2014
1. Para tudo há conselhos de movimentos sociais (peak bodies), e os governos os consultam e prestam-lhes satisfação regularmente (bit.ly/1san6Qa).

2. O governo paga até R$1562 de Bolsa Família (Parenting Payment, bit.ly/1pgKakt), sem qualquer exigência como frequência escolar ou vacinação (no Brasil os beneficiários recebem em média R$5 por dia para a família toda).

3. Não se pode fazer reforma em casa sem submeter seu projeto à consulta pública, através da prefeitura, exigindo que se pendure um aviso na porta da tua casa por duas semanas ou mais para quem quiser consultá-lo e apresentar objeções. Se os teus vizinhos não gostarem da ideia, a prefeitura não aprova (bit.ly/10jbDX2).

4. Há piscinas públicas nas praias e churrasqueiras nos parques de uso gratuito, pagas com o bolso do contribuinte.

5. As cláusulas dos contratos de aluguel residencial são ditadas pelo governo do estado (bit.ly/1phlBE4).

6. Não se pode trabalhar de barman sem licença específica para servir álcool (RSA, onlinersa.com.au).

7. Não se pode vender álcool em mercados e supermercados; só em lojas licenciadas pelo Estado (bottle shops, bit.ly/1DWVymW).

8. Não é permitido trabalhar de eletricista, encanador ou pedreiro sem licença do Estado (professional license, bit.ly/1e43SWa).

9. Não é permitido abrir um cabeleireiro sem licença específica do Estado (business license, bit.ly/1pgLuEb).

10. Tem ciclovia para todo lado e é proibido andar de bicicleta sem capacete ou na calçada. A multa por não usar capacete é R$115 em Sydney (bit.ly/1uounCc), R$332 em Adelaide (bit.ly/1go9IaK) e R$400 em Melbourne (bit.ly/1x2Ojsb).

11. Todos os filmes exibidos em cinemas, festivais e instituições de ensino precisam passar pela censura (Classifications Board, classification.gov.au).

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Quem tem medo do povo? Senador Requião defende participação popular prevista em decreto de Dilma. "Os monopolistas da mídia não querem conselhos populares cobrando o fim da propriedade cruzada dos meios de comunicação, como é regra em países dominados pelo “bolivarismo” como os Estados Unidos e a Inglaterra. …..Não querem o direito de resposta. Não querem o contraditório. Não querem a democratização das informações."

Requião defende participação popular prevista em decreto de Dilma
Roberto Requião - 04/11/2014 


Ano passado, quando a Constituição de 1988  fez 25 anos, sessões especiais nos legislativos de todo o país, conferências, seminários, debates, programas de rádio e televisão, encartes em jornais e revistas,   paradas e desfiles cívicos, documentários, filmes,  missas solenes, Te Deum  e até bailes homenagearam a ilustríssima aniversariante pelo jubileu de prata.
Uma festa de discursos e adjetivos altissonantes, rimbombantes.
Essas comemorações vieram-me fortemente à memória na terça-feira, dia 28, quando a Câmara dos Deputados sustou o decreto presidencial que previa  a criação dos conselhos populares.
Houve quem visse no episódio o troco, a vingança do presidente da Câmara pela derrota nas eleições estaduais no Rio Grande do Norte. Pode ser que, como diz o povo, que a fome e a vontade de comer tenham se irmanado na decisão de derrubar o decreto. Pode ser.
A verdade é que  o decreto já estava condenado. E a Câmara não fez mais que confirmar uma verdade: é permitido que se façam todos os elogios à Constituição Cidadã, desde que seu conteúdo verdadeiramente cidadão, democrático e popular não seja regulamentado.
É bom que a gente se lembre, e se lembre sempre: a tão versejada  Constituição de 88 que, na minha opinião,  não chega a ser a maravilha das maravilhas, mas representou um avanço, é resultado de determinada conjuntura, de um balanço de forças circunstancial.
Fazia pouco que o país emergira da ditadura e era natural que a pressão por avanços democráticos, pelo alargamento da participação popular, fosse absorvida pela Constituição.  Além do que, some-se a mobilização das organizações populares e sindicais à época. E a composição do Congresso Constituinte, bem menos conservadora que Câmara e Senado de hoje.
Se a composição da Constituinte de 1988 fosse a do Congresso atual, temos todas as razões para duvidar que, por exemplo, o Sistema Único de Saúde fosse aprovado .  E os títulos VII, Da Ordem Econômica e Financeira; e o Capítulo VIII, Da Ordem Social, certamente teriam conteúdos e redações absolutamente diferentes.
Ora, assim sendo, toda a regulamentação da Constituição que faça cócegas, por mais leves que sejam,  nos conservadores parlamentares, nos conservadores mediáticos, nos conservadores religiosos reproduzirá a forte resistência que vimos no dia 28 de novembro.
É ocioso, é perda de tempo argumentar que alguns conselhos a que se refere o decreto que institui a Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social já vigoram, já existem. Por exemplo, o Conselho de Comunicação Social.
É bem verdade que este Conselho levou um bom tempo para ser instalado. Regulamentado em de dezembro de 1991, só foi instalado onze anos depois, em 2002. Funcionou por quatro anos e ficou inativo até julho de 2012,  quando foi reinstalado. Aliás, ao que parece, a ressurreição apenas se deu porque sua composição  favorece claramente a representação empresarial, a imprensa-empresa.
De todo modo, o Conselho de Comunicação Social é prova de que os conselhos, mesmo que de forma tímida e, às vezes, desvirtuada, já fazem parte da vida brasileira. Na esteira da criação do Conselho de Comunicação Social  foram criados os Conselhos estaduais do Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Para quem não sabe, o Conselho de Comunicação Social reúne-se  nas dependências desta Casa  toda primeira segunda-feira do mês, é presidido pelo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta e tem como vice ex-secretário de Comunicação do Senado, o nosso amigo  Fernando César Mesquita.
E pelo que sabemos, a existência deste Conselho não abalou, não subverteu, não “venezualizou”, não “boliviarianizou” nossa pátria amada.
Na verdade, a criação dos conselhos de participação popular antecede, em décadas, a Constituição de 88. O primeiro dos conselhos a ser criado, o Conselho de Educação, foi instalado em 1936, portanto, há 78 anos. E nem o Estado Novo de 1937 e o golpe militar de 1964 suprimiram o Conselho de Educação.
Registre-se que até mesmo os militares criaram conselhos aos moldes do decreto da presidente Dilma, por exemplo, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, instalado em 1966.
Evidentemente, a participação nesses conselhos, durante o Estado Novo e a ditadura de 64, era selecionada e vigiada.
Pergunto aos senhores deputados que derrubaram o decreto 8.243 e aos senadores que prometem fazê-lo o mesmo nesta Casa se também vão cancelar o Conselho de Educação e o Conselho do FAT.
Mais ainda, pergunto o que vão fazer fulminar os 5.553 Conselhos de Saúde existentes no país.
As senhoras e os senhores senadores sabiam que apenas 17 dos 5.570 municípios brasileiros não têm Conselhos de Saúde? E que existem 3.784 Conselhos de Meio Ambiente?
E que há mais de cinco mil Conselhos de Educação?
Ora, revogue-se de vez  a tão incensada Constituição Cidadã; cancele-se o princípio da Democracia Participativa; dê-se nova redação ao artigo 14 da Constituição que diz: “A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo, iniciativa popular”.
Chega de hipocrisia, chega de cinismo, chega de impostura.
O que incomoda e provoca urticária na velha e na nova direita brasileira, o que deixa a grande mídia empresarial com comichões autoritários são as pequenas, as modestíssimas brechas da Constituição de 88 à participação popular.
A possibilidade de conjugação da democracia representativa com mecanismos de participação popular, tornando viável a democracia direta, é isso que está por trás da reação furiosa dos conservadores ao decreto presidencial. É contra isso, é contra essa conjugação que se insurgem a velha e a nova direita.
Houve tempo em que Norberto Bobbio era o autor preferido dos que se opunham a uma leitura marxista ou gramsciana da política.  Os nossos liberais adotaram-no como profeta. Pois bem, é a Bobbio que recorro para recuperar um dos pilares de seu pensamento: quanto maior a soberania popular, mais verdadeira, mais efetiva a democracia, diz ele.

sábado, 25 de outubro de 2014

Existem diferenças fundamentais entre Dilma e Aécio. É preciso ter olhos para ver

Dilma X Aécio: algumas comparações
Por Cynara Menezes - 25/10/2014

Imagem: Viomundo - Aécio, por ele mesmo: “Mulheres no Brasil têm vida fácil”

Dilma
 Rousseff e Aécio Neves nasceram em Belo Horizonte, Minas Gerais. Dilmaem 1947. Aécio em 1960.
O pai de Dilma era um imigrante búlgaro, Pedro Rousseff, advogado e empresário. Aécio vem de uma família de políticos. Seu avô materno era Tancredo Neves, que foi ministro da Justiça de Getúlio Vargas, governador de Minas Gerais e primeiro presidente civil eleito, ainda no colégio eleitoral, pelo MDB. O pai de Aécio, Aécio Cunha, foi deputado federal pela Arena, partido que apoiava a ditadura militar.
A jovem Dilma lutou como guerrilheira contra a ditadura militar, foi presa e barbaramente torturada. Aécio era criança no período.
Dilma e Aécio se formaram em economia. Dilma pela UFRGS e Aécio pela PUC-MG.
O primeiro emprego de Dilma foi aos 28 anos, como funcionária da FEE (Fundação de Economia e Estatística), de onde seria demitida pela ditadura. Torna-se assessora da bancada do PDT, partido no qual militava junto com o então marido, Carlos Araújo. Em 1986, é indicada secretária municipal da Fazenda do prefeito Alceu Collares, de cuja campanha participara ativamente. Em 1989, indicada pelo PDT, torna-se diretora-geral da Câmara de Vereadores. Retorna à FEE em 1991 como sua presidente, nomeada por Collares, agora governador do Rio Grande do Sul. Em 1993, torna-se Secretária de Minas, Energia e Comunicações do governo gaúcho. Em 1999, indicada pelo PDT, é nomeada Secretária das Minas e Energia do governo Olívio Dutra. Em 2001, Dilma filia-se ao PT e em 2002 integra a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. É indicada por Lula ministra das Minas e Energia e, em 2005, para a Casa Civil. Lula a lança candidata a presidente da República e, em 2010, ela é eleita.
Aos 17 anos, enquanto estudava no Rio, Aécio foi nomeado para seu primeiro emprego: oficial de gabinete do Cade, orgão do ministério da Justiça, com sede na capital federal. Aos 19 anos, ainda estudando e morando no Rio, se tornou assessor do gabinete do próprio pai, deputado federal, em Brasília. Em 1983, se torna secretário particular do avô, o governador Tancredo Neves. Ao se eleger presidente, Tancredo indicou o neto como secretário de Assuntos Especiais da Presidência só em 1990 a prática de manter parentes sob a chefia imediata foi proibida. Após a morte de Tancredo, recém-formado em Economia, aos 25 anos, Aécio é nomeado diretor de loterias da Caixa Econômica pelo presidente José Sarney e por seu primo, o ministro da Fazenda Francisco Dornelles. Em 1986, é eleito deputado federal e reeleito em 1990, 1994 e 1998. Em 2002 foi eleito governador de Minas e em 2006, reeleito.
Dilma é odiada pelos militares que participaram ou aprovam a ditadura. Aéciorecebeu o apoio deles.
Dilma chama o golpe militar de “golpe”. Aécio chama o golpe de “revolução”.
O padrinho político de Dilma é o ex-presidente Lula, do PT, cujo governo foi marcado pelo crescimento, pela valorização das empresas e bancos públicos, pela diminuição da desigualdade e da pobreza, pelo salário mínimo em alta, pelo fim da dívida externa, pelo respeito à soberania nacional, pelo baixo desemprego, pela valorização do ensino superior, pela abertura de novas universidades e pela política externa voltada para a América do Sul, para os países emergentes e para a África.
O padrinho político de Aécio (além de seu avô Tancredo) é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, cujo governo foi marcado pelas privatizações de empresas públicas, pela recessão, pelo desemprego, pela desigualdade, pela fome no Nordeste, pelo salário mínimo em queda, pela dependência do FMI (Fundo Monetário Internacional), pelo sucateamento do ensino superior e pela política externa de subserviência aos Estados Unidos.
Entre os artistas que apoiam Dilma, estão Chico Buarque, Luis Fernando Verissimo e Gilberto Gil. Aécio tem o apoio de Chitãozinho & Xororó, Dado Dolabella e Luciano Huck.
Dilma recebeu o apoio do deputado federal e militante da causa LGBT Jean WyllysAécio tem o apoio dos homofóbicos Marco Feliciano, Pastor Malafaia e Bolsonaro.
No primeiro turno, Dilma teve mais votos entre os mais pobres e negros. Aécio teve mais votos entre os mais ricos e brancos.
Quando Dilma sobe nas pesquisas, os especuladores não gostam e a bolsa cai. Quando Aécio sobe nas pesquisas, os especuladores comemoram e a bolsa sobe.
Dilma é rejeitada pelas multinacionais do petróleo. A possibilidade de Aécio ser eleito já virou motivo de comemoração para as multinacionais do petróleo.
Machistas odeiam Dilma. Machistas adoram Aécio e enumeram suas façanhas amorosas.
Dilma é contra a redução da maioridade penal. Aécio é a favor.
Dilma sofreu oposição ferrenha da imprensa durante a maior parte do seu governo, mas nunca censurou nem perseguiu ninguém, embora o PT seja acusado seguidas vezes pela mesma imprensa de “atentar” contra a liberdade de expressão.
Aécio foi blindado pela imprensa local e nacional durante toda a sua carreira política, mas é acusado de censurar e perseguir jornalistas.


Nos governos do partido de Dilma, o PT, todas as denúncias foram investigadas, permitindo que membros de seu partido fossem punidos. Nos governos do partido de Aécio, o PSDB, todas as denúncias foram engavetadas e ninguém jamais foi punido.
Dilma é a favor das cotas por raça e renda. O vice de Aécio, Aloysio Nunes (PSDB), foi o único senador brasileiro que votou contra as cotas.

domingo, 19 de outubro de 2014

Aécio Neves e o Duping Delight . Para psicólogo, expressões faciais de Aécio Neves em debate da Band mostram “desprezo” por adversária

Para psicólogo, expressões faciais de Aécio Neves em debate da Band mostram “desprezo” por adversária

Por Redação - Revista Forum - 19/10/2014 

De acordo com doutor em Psicologia da UnB, a “excessiva quantidade de microexpressões de desprezo transmite uma ideia de narcisismo, de superioridade presumida, o que não agrada ao eleitor comum”

Por Redação
Sergio Senna Pires é doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) e professor do Instituto Brasileiro de Linguagem Corporal. Atualmente, é servidor efetivo na Câmara dos Deputados como Consultor Legislativo nas áreas de Defesa Nacional, Segurança Pública e Direitos Humanos.  Além disso, Senna Pires desenvolve trabalhos acadêmicos nas temáticas de análise da mentira, linguagem corporal e regulação do comportamento por crenças e valores.
Analisando os debates entre presidenciáveis na disputa eleitoral deste ano, o psicólogo publicou, em sua página profissional, uma análise das expressões faciais do candidato Aécio Neves (PSDB), que tem gerado polêmica por ser considerado “debochado” e “agressivo” em suas colocações. Abaixo, republicamos a análise de Sergio Senna Pires na íntegra:
Aécio Neves e o Duping Delight
Depois do debate do segundo turno na Rede Bandeirantes de Televisão, comecei a notar uma grande movimentação nas redes sociais dando conta do desprezo mostrado pelo candidato à Presidência da República Aécio Neves.
Eu havia identificado diversas expressões de desprezo durante as falas, mas não pensei que fossem causar o impacto que causaram. Hoje, analisaremos essas expressões e explicarei o duping delight.
O que é o duping delight?
O duping delight (não existe uma expressão em Língua Portuguesa) na literatura científica norte-americana é, numa tradução livre, o prazer proveniente do ato de enganar. Penso que é mais adequado entender que é um prazer proveniente do êxito de uma estratégia ou mesmo da antecipação psicológica desse êxito, não necessariamente associado ao ato de enganar.
Vejam:
imagem1
É uma emoção irresistível, inicialmente não consciente também associada ao risco ou à fuga dele. Também aparece nas situações em que há desprezo pelo interlocutor ou pela situação em questão. Outro cenário em que aparece é diante do orgulho soberbo em compartilhar conquistas ou em alguém que busca a admiração pelas suas façanhas. É muito difícil de conter, por isso vale a pena aprender a identificá-la.
Quando uma pessoa sente que seu plano vai dar certo, ela pode mostrar o duping delight. Um exemplo disso é aquele sorrisinho discreto e unilateral que seu algoz no trabalho exibe quando você passa por alguma dificuldade em frente aos colegas. Dessa forma, essa expressão também está associada ao desprezo que alguém sente em relação à outra pessoa…. Veja a figura ao lado e tente lembrar se já viu essa expressão.
Aécio no debate da Band
A quantidade de expressões de desprezo mostradas pelo candidato Aécio Neves durante o debate foi notadamente alta. Sob o ponto de vista comportamental, isso explica o porquê da impressão que as pessoas tiveram. Apesar de não serem técnicos e não conseguirem explicar as suas impressões, o sentimento é que Aécio desprezava Dilma… Esse foi o comentário nas redes sociais. Como expliquei acima, não há uma indicação positiva no uso dessa expressão…. O candidato Aécio Neves só perde com ela.
Vejam as expressões:

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC. Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB.

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC

Por João Sicsú - 12/10/2014 - Revista Forum

Leia o post do PSDB na foto e VEJA a mentira e a manipulação grosseira dos números.

Fernando Henrique Cardoso tomou posse em 1º de janeiro de 1995. A inflação caiu em julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco. A nova moeda, o real, teve início em 1º de julho. Aqui foi o momento de queda da inflação. Observe a tabela com as taxas de inflação referentes a 1994, em variação %.
● Janeiro: 41,3
● Fevereiro: 40,3
● Março: 42,8
● Abril: 42,7
● Maio: 44
● Junho: 47,5
☆ Julho: 6,8
☆ Agosto: 1,9
☆ Setembro: 1,5
☆ Outubro: 2,6
☆ Novembro: 2,8
☆ Dezembro: 1.71
A MENTIRA
Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB. Basta olhar os números da tabela para se ter a certeza que não existem os tais 900%. AQUI ESTÁ A MENTIRA.
A TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO
Só é possível encontrar o número sugerido pelo PSDB se somarmos a inflação de janeiro a dezembro de 1994, mas não foi exatamente isto que foi herdado. A herança foi a inflação de julho a dezembro de 1994. Houve uma mudança estrutural durante o ano de 1994. FHC herdou a inflação com o Plano Real já implantado. Não podemos somar laranjas com bananas (não podemos somar a inflação antes e depois do Plano Real). AQUI ESTÁ A MANIPULAÇÃO GROSSEIRA.
OS DEMAIS NÚMEROS SÃO CORRETOS
FHC entregou para Lula uma inflação superior a 12,5% e que estourou a meta limite em 2001 e 2002. Nos governos de Lula e Dilma, a inflação voltou para a meta e aí está desde 2004.
Armínio Fraga é o ex-presidente do Banco Central campeão de juros altos: 45% ao ano. Ele foi presidente do BC durante o 2º governo de FHC, de 1999 a 2002.

Inflação: moderada e sob controle ou alta e descontrolada?
Por João Sicsú 09/10/2014 - Revista Forum

A discussão sobre as causas e efeitos da inflação tem sido muito rebaixada. Usa-se qualquer rótulo para classificar a inflação.  Não há compromisso com os fatos, despreza-se a coerência e faz-se o culto à superficialidade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O candidato Aécio Neves (PSDB) entra no segundo turno com um paradoxo difícil de explicar ao eleitor: foi demitido pelo povo mineiro. No mínimo, muitos vão querer saber melhor as razões de ele ter perdido a eleição justamente onde é mais conhecido.

Vitrine de Aécio Neves quebrou em Minas Gerais

Helena Sthephanowitz - Rede Brasil Atual - 06/10/2014

Comparação direta entre dois candidatos envolve propostas para o futuro, biografia, realizações e confiança a partir do que fez no passado. Quadro mineiro põe em xeque credenciais do tucano

O candidato Aécio Neves (PSDB) entra no segundo turno com um paradoxo difícil de explicar ao eleitor: foi demitido pelo povo mineiro. Teve uma votação nacional acima do que as pesquisas indicavam, ultrapassando com folga Marina Silva (PSB), chegando em segundo lugar na disputa pelo segundo turno, mas sofreu uma derrota acachapante em Minas Gerais, seu reduto eleitoral, onde fez toda sua carreira política.

Aécio entrou na campanha acreditando que largaria com ampla vantagem no seu estado, o segundo maior colégio eleitoral, e esperava equilibrar o resultado em São Paulo, o maior colégio, onde ele era uma incógnita. O resultado foi bem diferente. Em Minas, onde reinou nos últimos 12 anos, mantendo a hegemonia tucana em todas as eleições estaduais, teve uma votação menor do que sua adversária no segundo turno, Dilma Rousseff (PT), e ainda viu seu candidato a governador perder em primeiro turno para o candidato Fernando Pimentel (PT), aliado de Dilma. Enquanto isso, de São Paulo veio sua maior vitória, casada com o bom desempenho nas urnas do PSDB paulista.

Esse quadro dificulta a campanha do candidato tucano no segundo turno. Sua maior credencial a ser exibida ao eleitor era justamente os governos de Minas, onde foi governador por oito anos. Ao perder a eleição onde é bem conhecido, parte do eleitorado que votou nele onde era desconhecido, pode ficar com a pulga atrás da orelha.

No mínimo, muitos vão querer saber melhor as razões de ele ter perdido a eleição justamente onde é mais conhecido.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Curso de Desintoxicação do Ódio Político. O Curso ensina os nossos alunos a saírem do transe manipulativo criado pela grande mídia nesses últimos anos

Curso de Desintoxicação do Ódio Político


Já saiu e está disponível para download gratuito o novo Curso de Desintoxicação do Ódio Político, oferecimento da equipe CBJM a seus alunos.

É um curso teórico-prático. Teórico porque expõe conceitos e princípios relativos à arte da manipulação política, além de fazer uma análise precisa da função da raiva ou do ódio em seus resultados.

E prático porque apresenta técnicas eficientes para conhecer, controlar e, depois, eliminar totalmente os sentimentos agressivos motivados por questões políticas.

Na parte teórica (denominada “explicativa”), nossos alunos terão acesso a revelações inéditas extraídas do ultrassecreto Curso Avançado de Jornalismo Manipulativo.

Na parte prática, conhecerão mais de 20 técnicas de desintoxicação do ódio destinadas a eliminar, em si mesmos, esse efeito colateral indesejável (no caso dos manipuladores) que vem prejudicando sua atividade jornalística.

Aliás, o novo Curso surgiu exatamente da constatação deste problema: além de, corretamente, estimular o ódio nos verdadeiros alvos de sua manipulação política (isto é, os leitores), nossos alunos estavam se contaminando com esse sentimento. Os efeitos psicológicos e sociais da contaminação geraram vários problemas em sua vida pessoal e profissional. Hora de fazer algo a respeito. E nós, cada vez mais preocupados com essa situação imprevista, decidimos agir. O Curso de Desintoxicação do Ódio Político é a nossa resposta.

Um destaque na parte explicativa: a fórmula da manipulação política usada para produzir o ódio na psique dos manipulados. Essa fórmula é responsável pelo chamado “transe manipulativo” (na parte prática, o Curso ensina os nossos alunos a saírem do transe manipulativo criado pela grande mídia nesses últimos anos). O transe manipulativo é o estado no qual nossos leitores pensam sinceramente que estão vivendo num mundo fantasioso (e horrendo), bem diferente do seu mundo real (o cotidiano). Embora a maioria dos brasileiros, na prática, se sinta satisfeita com os caminhos de sua própria vida, vê-se irremediavelmente perdida ao pensar na situação atual do país e no destino trágico que nos espera.

Um destaque na parte prática: a “bala mágica”. Essa técnica praticamente desconhecida pode eliminar o sentimento de ódio em poucos minutos – muitas vezes, para sempre.

Agora, o inevitável legalês, sugerido (isto é, imposto) por nossa equipe jurídica. É bem rápido:

“As técnicas da parte prática deste Curso foram criadas por psicólogos capacitados e visam proporcionar bem-estar emocional a pessoas que se tornaram dependentes da vivência diária de raiva e ódio, por motivos políticos. Apesar disso, não podemos garantir que elas farão somente o bem, em todos os casos, dado que cada sistema psicológico difere bastante dos demais. Aplique as técnicas com critério, parando imediatamente caso sinta ou pressinta qualquer incômodo psicológico além do normal. Não podemos nos responsabilizar pelos possíveis efeitos, caso você continue a aplicar uma técnica nessa situação. Respeite o seu sistema e os seus limites psicológicos.”

sábado, 27 de setembro de 2014

Marina desdenha da luta dos mais pobres por políticas públicas governamentais. Marina, "Governos populares não dão coisas como se fossem caridade, eles atendem o que a população necessita, reivindica e reclama."

"Quando Marina desdenha destas conquistas sociais realizadas em governos populares, Marina está negando a política como instrumento de transformação da sociedade. No fundo, ela está fazendo apologia neoliberal de que cada um deve se virar apenas por si mesmo, individualmente, dançando como a banda do livre mercado tocar, sem batalhar por conquistas coletivas e por direitos através da organização do Estado."

Marina desdenha da luta dos mais pobres por políticas públicas governamentais
Helena Sthephanowitz - Rede Brasil Atual - 27/09/2014

Candidata do PSB faz declaração desastrosa no Rio de Janeiro desprezando as políticas transformadoras para ascensão social ocorridas no país
Charge Vitor Teixeira

Antes do Minha Casa, Minha Vida, por mais que trabalhassem duro, famílias não conseguiam comprar a casa própria

Assustadora a declaração da candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) desdenhando das políticas públicas transformadoras para ascensão social da população mais pobre.

Na sequência de encontro com presidenciáveis promovido pela Central Única das Favelas (Cufa) no Rio de Janeiro, Marina visitou a sede da entidade na quinta-feira (25), e disse: "Não é correto o governo, de quem quer que seja, se apropriar do esforço das pessoas e tentar passar a ideia de que tudo o que você conquistou foi porque o governo te deu".

Óbvio que o esforço individual de cada um é fundamental. Não adianta haver oportunidades se a pessoa não souber aproveitá-las. Mas também não há esforço que chegue quando o trabalhador, o estudante, o empreendedor só encontra portas fechadas à sua frente, por não existir oportunidade.

Com essa declaração desastrosa, a candidata do PSB deseduca politicamente a população mais pobre a não participar da disputa para influir nas decisões governamentais.

Cada cidadão precisa de leis e políticas públicas que valorizem seu esforço. O mesmo trabalhador de salário mínimo que lutava para ganhar US$ 100 por mês, hoje ganha mais de US$ 300, graças a políticas de valorização do trabalhador. Da mesma forma, sem política de crédito que só bancos públicos oferecem, e sem incentivos para vender alimentos, o agricultor tem dificuldade para produzir.

O estudante pobre que, muitas vezes, se esforçava mais do que um rico, podia até passar no vestibular, mas se a faculdade era particular, muitos deles não conseguiam prosseguir nos estudos, antes de haver políticas públicas como o ProUni, o Fies e cotas nas universidades para alunos que estudaram em escolas públicas.

Antes de ter uma política pública como o "Minha Casa, Minha Vida", tinha famílias que passavam a vida toda se esforçando para conseguir a casa própria e, por mais que trabalhassem duro, não conseguiam.

Faz parte do esforço do cidadão a consciência para se organizar e fazer a luta política para obter conquistas, inclusive escolhendo qual governo quer na hora de votar, e pressionando os poderes legislativo e executivo durante os mandatos.

Políticas governamentais e governos, na verdade, são disputados tanto por banqueiros que estão com Marina, como por trabalhadores, e pelos mais diversos segmentos da sociedade. Cada um com suas reivindicações, cada grupo puxa a brasa para sua sardinha e cada um vota, apoia, pressiona e participa para ter suas demandas atendidas.