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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

PNAD: de 2004 até 2014 houve uma redução de 63% na taxa de extrema pobreza do país.

O Brasil de hoje é muito melhor que o do passado. Só não vê quem não quer

Carlos Motta - Crônicas do Motta - 30/12/2015


O Brasil vem mudando muito, para melhor, nos últimos anos, em todas as áreas, embora uma pequena parcela da população teime em achar que a vida aqui era melhor nos tempos da privataria e do apagão, ou mais antigamente, quando a ordem era fazer crescer o bolo para depois reparti-lo entre os famélicos.

Essas mudanças são constatadas por todas as pesquisas sérias feitas pelas mais diversas entidades que se dedicam ao estudo social e econômico do país.

Uma das mais abrangentes é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a PNAD, sob a responsabilidade do IBGE.

Os resultados da edição de 2014 da PNAD mereceram estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, o mais respeitado "think tank" brasileiro, que lançou hoje uma Nota Técnica especialmente dedicada ao levantamento do IBGE.

Há números impressionantes no estudo.


Um deles aponta que de 2004 até 2014 houve uma redução de 63% na taxa de extrema pobreza do país.

Outro mostra que a cobertura previdenciária saltou de 63,4% em 2004 para 72,9% em 2014.

Na educação, o Brasil atingiu em 2014 a média de dez anos de estudos da população entre 18 a 29 anos - em 2004 essa média era de 8,4 anos.

No mercado de trabalho, o PNDA 2014 indica que os rendimentos crescem continuamente desde 2004, e a informalidade (39,93% em 2014) e o desemprego (6,9% em 2014) estão muito abaixo do observado no início da série histórica.

Os resultados da PNAD referente a 2015, este ano maldito, só serão conhecidos em 2016.

Mas certamente mostrarão um ponto fora da curva de otimismo e crescimento que marca o Brasil da última década, graças, principalmente, à guerra sem trégua que a oligarquia empreende contra o governo trabalhista, sob o qual o Brasil tem mudado tanto.

E é sob esse ângulo que a análise do Brasil de hoje deve ser feita: o seu desenvolvimento econômico e social parece não interessar ao estrato superior da sociedade, esse que detém o capital, e que vê na melhoria das condições da população uma ameaça ao seu projeto de poder.

A seguir, trecho da apresentação da Nota Técnica do Ipea, com as suas conclusões mais relevantes:

sábado, 15 de março de 2014

Eles não são mendigos. Os bem-sucedidos tratam os beneficiários das políticas sociais como pedintes, não sujeitos de direito.

Eles não são mendigos
Os bem-sucedidos tratam os beneficiários das políticas sociais como pedintes, não sujeitos de direito
Por Luiz Gonzaga Belluzzo - CartaCapital - 13/03/2014

Eleições suscitam polarização de opiniões e exageros de pontos de vista. A campanha eleitoral já em curso, como outras, emite sinais de pródigas manifestações de maniqueísmo. O expediente de satanizar o adversário revela, esta é minha opinião, indigência mental e despreparo para a convivência democrática. Intelectuais, incluídos os jornalistas, não escapam desses desígnios: as sagradas funções da crítica e da dúvida sistemática são atropeladas pela paixão política.


Leio sistematicamente as colunas dos jornais brasileiros. Leio sempre com o espírito disposto a considerar os argumentos, mesmo aqueles que não batem com meus juízos e julgamentos.

Pois, embrenhado no cipoal de opiniões, deparei-me com um luminar da sabedoria nativa que, do alto de sua coluna, alertava a nação para os perigos da exploração do “coitadismo”. Imagino que vislumbrasse nas políticas de redução da pobreza uma afronta aos méritos dos cidadãos úteis e eficientes.

Lembrei-me de uma palestra memorável do escritor americano David Foster Wallace. Diante dos estudantes do Kenyon College, Foster Wallace começou sua fala com um apólogo:

“Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário.
Ele os cumprimenta e diz:
– Bom dia, meninos. Como está a água?
Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta:
– Água? Que diabo é isso?”

Wallace prossegue: “O ponto central da história dos peixes é que a realidade mais óbvia, ubíqua e vital costuma ser a mais difícil de ser reconhecida. ... Os pensamentos e sentimentos dos outros precisam achar um caminho para serem captados, enquanto o que vocês sentem e pensam é imediato, urgente, real. Não pensem que estou me preparando para fazer um sermão sobre compaixão, desprendimento ou outras ‘virtudes’. Essa não é uma questão de virtude – trata-se de optar por tentar alterar minha configuração-padrão original, impressa nos meus circuitos. Significa optar por me libertar desse egocentrismo profundo e literal que me faz ver e interpretar absolutamente tudo pelas lentes do meu ser”.

O povo brasileiro tem manifestado seu desacordo com os bacanas que, como os peixinhos, mergulhados em seu egocentrismo, não conseguem reconhecer o ambiente social em que vivem. Por isso, os bem-sucedidos tratam os beneficiários das políticas sociais como pedintes, não enquanto sujeitos de direito.

Nas últimas décadas, certos liberais brasileiros julgam defender o mercado, desfechando invectivas contra as políticas públicas que, em sua visão, contradizem os critérios “meritocráticos”.

Em 1942, na Inglaterra ainda maltratada pela guerra, o liberal Sir William Beveridge, em seu lendário Relatório, defendeu o mercado ao fincar as estacas que iriam sustentar as políticas do Estado do Bem-Estar.

Associado à ruptura causada nas concepções da economia convencional pela Teoria Geral do Juro, do Emprego e da Moeda – obra magna do também liberal, porém iconoclasta, John Maynard Keynes –, o Relatório Beveridge cuidou dos princípios e políticas que deveriam orientar a ação do Estado britânico do pós-Guerra.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sonegação no Brasil é 20 vezes maior que gasto com Bolsa Família, diz Sinprofaz

Sonegação no Brasil é 20 vezes maior que gasto com Bolsa Família, diz Sinprofaz
11/12/2013 - 15h24
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A sonegação no Brasil é 20 vezes maior do que o valor gasto com o Programa Bolsa Família. O cálculo é do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), que volta a exibir hoje (11), em Brasília, o Sonegômetro, para mostrar os prejuízos que o país tem com a sonegação.

O placar, online, indica que a sonegação fiscal no Brasil está prestes a ultrapassar a casa dos R$ 400 bilhões. Desenvolvido pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), o Sonegômetro apresenta, em tempo real, o quanto o país deixa de arrecadar todos os dias.

Para o presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo, a sonegação caminha em conjunto com a corrupção. “A sonegação e a corrupção caminham juntas porque a corrupção precisa do dinheiro da sonegação para financiar as campanhas de políticos inescrupulosos e fomentar o círculo vicioso da lavagem de dinheiro”, disse ele.

“Infelizmente, o Brasil é leniente”, ressaltou Camargo, porque permite a inscrição, com o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), de empresas localizadas em paraísos fiscais. Segundo o presidente do Sinprofaz, basta procurar em todos os jornais, em notícias recentes e em todas as operações da Polícia Federal.

“É só observar que, em todos os mensalões de todos os partidos, usam-se mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro, e o governo federal não muda essa sistemática de permitir que empresas instaladas em paraísos fiscais sejam donas de hotéis, de restaurantes. São negócios que têm uma fachada lícita, mas muitos deles servem para lavar dinheiro”, reclamou.

Nos cálculos feitos por Camargo, R$ 400 bilhões representam aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riqueza produzidas no país), 25% do que é arrecadado. É 20 vezes mais do que se gasta com o Bolsa Família. De acordo com Camargo, mesmo com os questionamentos sobre esse programa, ele é benéfico para a economia, pois os recursos dele criam um circulo “virtuoso” da economia local. “Imagine se pegássemos 20 vezes esse valor e investíssemos em saneamento básico, na melhoria dos salário dos professores e na estruturação das carreiras de Estado. Seria um outro país, com R$ 400 bilhões a mais do que temos agora.”

Isso sem contar os valores da dívida ativa, que está em R$ 1,4 trilhão, acrescentou Heráclio. Ele destacou que os procuradores sequer têm um servidor de apoio por procurador, enquanto os juízes têm de 15 a 20 servidores. “Os culpados pelo sucateamento da Procuradoria da Fazenda Nacional são o Ministério da Fazenda e a Advocacia-Geral da União.” Para ele, é importante que a sociedade cobre, pois existem 300 vagas em aberto para a carreira de procurador e não há, também, carreira de apoio para combater o que ele considera "sonegação brutal" [R$ 400 bilhões] e tentar arrecadar melhor essa dívida de R$ 1,4 trilhão.

“São quase R$ 2 trilhões que estão aí para ser cobrados, e o governo pune os mais pobres e a classe média com uma tributação indireta alta e, notadamente, com a contrapartida baixa que é dada pelo Estado brasileiro, afirmou.

Edição: Nádia Franco

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O Bolsa Família e os gastadores de gente

O Bolsa Família e os gastadores de gente
Saul Leblon - Carta Maior - 30/10/2013

Hoje são 14 milhões de famílias beneficiadas em todo o país pelo Programa Bolsa Família com direito a uma transferência média de US$ 35 por mês.

‘Aos olhos das nossas classes dominantes, antigas e modernas, o povo é o que há de mais réles. Seu destino e suas aspirações não lhes interessa, porque o povo, a gente comum, os trabalhadores, são tidos como uma mera força de trabalho - um carvão humano- a ser desgastada na produção. É preciso ter coragem de ver este fato porque só a partir dele, podemos romper nossa condenação ao atraso e à pobreza, decorrentes de um subdesenvolvimento de caráter autoperpetuante ...”(Darcy Ribeiro;1986)

Imagem: Facebook
Em janeiro de 2003, quando o programa Fome Zero foi lançado como primeiro ato do primeiro dia útil do governo Lula, havia um clima de terceiro turno no país.

Inconsolável com a derrota de seu eterno candidato José Serra, a mídia conservadora mostrava as garras.

O objetivo do cerco era acuar a gestão petista numa crise de desgoverno para, ato contínuo, retificar o deslize das urnas de forma saneadora.

Da universidade não faltavam contribuições obsequiosas.

Intelectuais de bico longo e ideias curtas pontificavam o despropósito de um programa de combate à fome num país onde, dizia-se de forma derrisória, esse era um problema menor.

O Fome Zero era o nome fantasia de uma ampla política de segurança alimentar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Bolsa Família. Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome desmonta mitos do programa. Homem adulto que recebe o Bolsa trabalha; mulher não engravida para ter o dinheiro.

CAMPELLO DERRUBA OS MITOS CONTRA O BOLSA FAMÍLIA
Conversa Afiada - 29/10/2013
Homem adulto que recebe o Bolsa trabalha ! Mulher não engravida para ter o dinheiro.

O governo lançará nesta quarta-feira (30), na comemoração do aniversário dos dez anos do Bolsa Família, em Brasília, com a Presidenta Dilma e o Nunca Dantes, um livro de 500 páginas com estudos sobre o programa.

O livro desmonta os mitos – preconceitos – contra o Bolsa Família.

O mito de quem recebe o Bolsa Família não trabalha.

Ou seja, o pobre é vagabundo.

O mito de que a mulher engravida para não sair do Bolsa Família.

Ou seja, a mulher pobre é pilantra.

O mito de que o Bolsa Família não tem “porta de saída”.

Ou seja, o Bolsa dá a vara mas não ensina a pescar.

O mito de que o Bolsa Família é um desperdício, “patrimonialista”, “paternalista”.

Ou seja, o Lula criou o Bolsa Família para assegurar os votos do Nordeste.

Paulo Henrique Amorim entrevistou, por telefone, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Ela desmonta os mitos todos.

Eis a entrevista em áudio e texto:

domingo, 20 de outubro de 2013

Bolsa Família faz 10 anos e já vai de Nova York à Suíça. Atacado por muitos no Brasil, ele é considerado, pela ONU e ONGs internacionais um dos principais programas de combate à pobreza do mundo

Bolsa Família faz 10 anos e já vai de Nova York à Suíça
247 - 19/10/2013

Neste domingo 20, completa exatos dez anos o maior programa social do Brasil; odiado por muitos, que o consideram assistencialista, pernicioso e, sobretudo, eleitoreiro, mas pedra de toque dos governos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff, o certo é que o Bolsa Família está se tornando cada vez mais imitado em todo mundo; depois de ser implantado em Nova York, com a colaboração de técnicos brasileiros, chega à Suíça nas próximas semanas, com votação marcada no congresso do país europeu famoso pela riqueza; aqui, benefícios pagos a 13,8 milhões de famílias variam de R$ 32 a R$ 306 por pessoa; lá, em versão 2.0, transferências serão de até R$ 6 mil; repita-se: R$ 6 mil!; neste 2013, investimento total do governo brasileiro é de R$ 24 bilhões; ou você acha que é gasto?



247 – O principal programa social do governo, iniciado durante a gestão do ex-presidente Lula e pedra de toque da administração Dilma Rousseff, completa 10 anos neste domingo 20 - e se globaliza. Atacado por muitos no Brasil, ele é considerado, pela ONU e ONGs internacionais um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, tendo sido nomeado como "um esquema anti-pobreza originado na América Latina que está ganhando adeptos mundo afora" pela revista The Economist. Governos de todo mundo estão de olho", registra o Wikipédia. Para o jornal francês Le Monde, "o bolsa família amplia, sobretudo, o acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza".

Nas próximas semanas, informa o governo da Suíça, o modelo Bolsa Família será implantado em uma pequena região do pais. Mas numa versão 2.0, com benefícios equivalentes a R$ 6 mil (abaixo). Nos Estados Unidos, Nova York foi a primeira cidade a adotar o programa, hoje atingindo cerca de 3 mil famílias, com ajuda de técnicos brasileiros.

Para a pesquisadora italiana Francesca Bastagli, da London School of Economics, o programa foi "desenhado" de forma a permitir a emancipação dos beneficiados. "O bolsa família tem uma estrutura que vai em direção contrária ao assistencialismo", acrescenta Francesca, que estuda ações de diversos países direcionadas à transferência de renda para os pobres.

No Brasil, pode-se amá-lo ou odiá-lo. Nos 10 anos de implantação do programa, sobrou pouco espaço para o meio termo da oposição. Denúncias sobre irregularidades pontuais aparecem com frequência na mídia, mas uma coisa se reconhece: ele mudou a face do Brasil, ao atingir milhões de famílias.

"O Bolsa Família acomoda a população pobre", analisou certa vez a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Para a entidade, o programa seria "só uma ajuda pessoal e familiar. É verdade que 11 milhões de famílias recebem no Nordeste e no Norte, mas isso levou a uma acomodação, a um empanzinamento".

ESTUDO INÉDITO - Mas para o governo, é mesmo a sua menina dos olhos. Em estudo inédito divulgado na terça-feira 15 em comemoração ao aniversário de uma década do programa, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada) revelou que a iniciativa implantada no governo Lula reduziu a extrema pobreza em 28% nos últimos dez anos, superando em 70% o patamar estabelecido pela meta do milênio da ONU.

Atualmente, o Bolsa Família atende a cerca de 13,8 milhões de famílias – quase 80 milhões de pessoas. Para a ministra Tereza Campello, o programa traz melhorias, principalmente, na redução da pobreza e na redução da desigualdade. "Nós temos dados, estatísticas robustas que comprovam os benefícios que o Bolsa Família trouxe para as famílias ao aliviar a pobreza, ao levar crianças para salas de aula, ao melhorar o desempenho escolar e a reduzir a mortalidade infantil", afirmou a ministra.

Segundo Marcelo Neri, presidente do Ipea, a cada 2% gasto com o Bolsa Família, 12,5% são transformados em benefício para a população, ou seja, o programa ajuda não só a reduzir a pobreza, mas também a estimular a economia a partir do consumo da população mais pobre. "O Bolsa Família tem um efeito multiplicador na economia, cada real que você gasta no Bolsa Família, ele faz a economia girar R$ 2,40. Ele tem um impacto sobre a pobreza, com impacto direto de 36%, ou seja, a pobreza cai de 4,9% para 3,6% com o Bolsa Família sem levar em conta os efeitos multiplicadores", afirmou.

Os dados do impacto do programa também apontam que a renda dos mais pobres cresceu em torno de quatro vezes mais rápido do que a renda dos mais ricos. O investimento pelo governo federal no Bolsa Família em 2013 é de R$ 24 bilhões, o que representa 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB). "Ele (o Bolsa Família) gasta apenas 0,5% do PIB, então ele consegue fazer muito na pobreza e na desigualdade. Ele consegue fazer muito, gastando relativamente pouco", disse Neri.

Com informações do Ipea e do Blog do Planalto

Abaixo, notícia do portal Infomoney, parceiro_247:

Suíça votará projeto de Bolsa Família no valor de quase R$ 6.000 por pessoa

InfoMoney

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Bolsa Família é modelo para programa que atende cinco mil famílias em Nova York

Bolsa Família é modelo para programa que atende cinco mil famílias em Nova York

Além dos EUA, Honduras, El Salvador, Gana, Quênia e África do Sul criaram programas similares . Governo diz que 63 países enviaram equipes para conhecer o Bolsa

"Este é um inovador programa de transferência de renda com condicionalidades que visa auxiliar os novaiorquinos a romper o ciclo de pobreza e é baseado em programas bem sucedidos ao redor do mundo", disse o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ao anunciar o Opportunity NYC, em 2007.


Bloomberg só não especificou que "ao redor do mundo", no caso, significa o Brasil. Antes de implantar o Opportunity NYC, que hoje beneficia cinco mil famílias em bairros como Harlem e Bronx, o prefeito de Nova York enviou uma equipe a Brasília para estudar o Bolsa Família, programa que serviu de inspiração para a administração novaiorquina.

Pouco depois, em entrevistas à imprensa brasileira, a vice de Bloomberg, Linda Gibbs, admitiu que o exemplo nacional foi a principal inspiração do Opportonuty NYC devido à exigência de contrapartidas como a permanência de jovens na escola.

Dez anos depois de sua criação, o Bolsa Família é o maior produto de exportação da chamada tecnologia social brasileira. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 63 países já enviaram equipes a Brasília para conhecer melhor o programa.

Do total, 25 países são africanos. Outros 20 são da América Latina e do Caribe. Mas o Bolsa Família também chama atenção de países desenvolvidos que historicamente foram objeto de inspiração para os brasileiros, como Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Reino Unido, Alemanha e até a Noruega, uma das nações socialmente mais avançadas do planeta.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bolsa Família vence prêmio ISSA, o Nobel social.

Bolsa Família vence prêmio ISSA, o Nobel social
247 - 15/10/2013

Fundada na Suíça, em 1927, e reconhecida por 157 países e 330 ONGs, Associação Internacional de Seguridade Social concede seu maior prêmio ao Bolsa Família; reconhecimentos ocorrem apenas de três em três anos; atacado no Brasil, programa foi julgado como "experiência excepcional e pioneira na redução da pobreza"; em entrevista coletiva no Ipea, nesta manhã, ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirma que "premiação internacional reconhece o esforço do país para construir uma rede de proteção social"; estudo inédito do instituto sobre o impacto da iniciativa na economia revela que se o Bolsa Família fosse extinto, a pobreza passaria de 3,6% para 4,9%; além disso, cada real gasto com o programa, que completa 10 anos, faz a economia girar 240%

Imagem: MDS
247 – O governo não tem como não comemorar. Polêmico no Brasil, onde é alvo de ataques em razão de falhas pontuais e, também, pelo que é visto por muitos como 'caráter assistencialista', o programa Bolsa Família acaba de receber aquele que é considerado o prêmio Nobel da seguridade social.

Trata-se do Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social. Com sede na Suíça, essa entidade foi fundada em 1927 e é reconhecida por 157 países e 330 organizações não governamentais. O grande prêmio, concedido depois de uma série de pesquisas in loco, só é concedido a cada três anos.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os Filhos do Bolsa Família. Em dez anos, Bolsa Família beneficia 50 milhões de brasileiros e acaba com a extrema pobreza

Em dez anos, Bolsa Família beneficia 50 milhões de brasileiros e acaba com a extrema pobreza
Blog do Planalto - Terça-feira, 3 de setembro de 2013 às 16:01 (Última atualização: 03/09/2013 às 17:22:12)
Quase dez anos depois de sua criação, o Bolsa Família já beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros e é recomendado por organizações internacionais como exemplo de sucesso na redução da pobreza. Para alcançar o objetivo, o governo federal adotou soluções simples e modernas, como o cartão magnético da Caixa Econômica Federal, que facilita o controle e torna as relações impessoais, reduzindo interferências políticas.

O cartão ainda colocou o benefício na mão das famílias, fortalecendo a autonomia, desburocratizando o programa e injetando o dinheiro na economia. O impacto do Bolsa Família vai além do alívio imediato da pobreza, proporcionado pelo complemento à renda das famílias. Resulta em ganho para o próprio crescimento econômico do país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para cada real investido pelo Bolsa Família, há um retorno para a economia de R$ 1,78.


» Veja especial sobre os 10 anos do Bolsa Família

Para servir e acompanhar os beneficiários, o governo federal mobilizou três redes: a de assistência social, responsável por cadastrar e apoiar famílias em situação de maior vulnerabilidade; a de educação, que acompanha a frequência escolar; e a de saúde, para acompanhar a vacinação e a nutrição de crianças, além de fazer o pré-natal das gestantes.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Severinas: as novas mulheres do sertão. Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.

"Luzia conseguiu realizar o sonho de diversas das mulheres ouvidas pela socióloga Walquiria Leão. Ela juntou R$ 50 e seguiu para o hospital da cidade vizinha, de São Raimundo Nonato para fazer laqueadura das trompas: “se tivesse mais filho a vida ia ser mais pior”. Segundo Walquíria, o desejo de controlar a natalidade foi manifestado por diversas das mulheres que ela entrevistou entre 2006 e 2011 em Alagoas, Vale do Jequitinhonha, Piauí, Maranhão e Pernambuco.
Serena, uma das filhas de Luzia, tem 8 anos e está na terceira série. Ela ajuda a arrumar a casa, já sabe cozinhar, ajuda na roça. Mas não perde suas aulas. Logo depois de cantar o alfabeto e os números, diz que quer ser “advogada e médica”. Quando perguntada sobre casamento, a pequena afirma, com a mão na cintura: “eu não vou casar, vou ser sol-tei-ra…”, diz, demorando nas sílabas."

Severinas: as novas mulheres do sertão
Eliza Capai - Carta Maior - 28/08/2013

Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria.

Por Eliza Capai, da Agência Pública.

“Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior.” É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). “O homem é o gigante da mulher”, completa “Chefe”, como é conhecido Horacio Alves da Rocha na comunidade.
Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero. Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o país com pior IDH do mundo é Burundi, na África com índice 0,355. Hoje, Guaribas tem 4.401 habitantes, 87% deles recebendo o Bolsa Família. São 933 famílias beneficiadas, com renda média mensal de R$ 182. O IDH saltou para 0,508.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Contra o estigma da pobreza. O livro 'Vozes do Bolsa Família – Autonomia, dinheiro e cidadania' traz pesquisa que mergulha no universo dos beneficiários do programa do governo

"Os autores partem da hipótese que os mitos que culpam o acaso ou os próprios pobres pela pobreza secular herdada legitimam a indiferença dos ricos e humilham os pobres até levá-los à resignação ou, mais raramente, à violência. No Brasil, o predomínio de uma visão liberal que culpa os pobres por sua pobreza tem raízes históricas profundas. Seus antecedentes são os estereótipos que taxaram homens livres e pobres como vagabundos depois da Abolição, e que estigmatizavam o escravo como preguiçoso, leniente, lascivo e que, portanto, só trabalharia sob a coerção mais absoluta. "

  
Contra o estigma da pobreza
CartaCapital - Pedro Paulo Zahluth Bastos — publicado 21/08/2013 08:33, última modificação 21/08/2013 08:59
O livro 'Vozes do Bolsa Família – Autonomia, dinheiro e cidadania' traz pesquisa que mergulha no universo dos beneficiários do programa do governo

Durante os protestos de junho, alguns cartazes pediam a revogação do direito de voto dos beneficiários do programa Bolsa Família. Tratava-se de um eco dos preconceitos veiculados nas redes sociais depois das eleições de 2010, segundo os quais Dilma só se elegera por causa dos votos das famílias beneficiárias, alegação fartamente desmontada por analistas eleitorais. É provável, contudo, que o BF tenha contribuído para a perda de influência de políticos que aproveitavam a dependência de eleitores extremamente pobres para formar clientelas com favores eventuais e personalizados, financiados com recursos públicos. O caráter universalista e regular do BF despersonifica o benefício e o transfere doregistro da caridade pessoal para o campo da institucionalidade de Estado.

A desinformação não se restringe ao campo das paixões políticas. Empresários já manifestaram a opinião que o BF reduz a procura por empregos e dificulta a contratação, como se desconhecessem que o valor máximo do benefício é bem inferior ao salário mínimo e que quase metade dos beneficiários é de trabalhadores por conta própria. Alguns estudos mostram, ao contrário, que o BF tem um efeito muito positivo sobre o emprego ao animar mercados locais de bens e serviços de baixa renda. Também há indícios que o programa contribuiu para a redução da migração de regiões pobres para grandes cidades, mas o déficit de capacitação dos beneficiados não os permitiria disputar vagas oferecidas, por exemplo, pela indústria paulista caso forçados à migração.