O Brasil de hoje é muito melhor que o do passado. Só não vê quem não quer
Carlos Motta - Crônicas do Motta - 30/12/2015
O Brasil vem mudando muito, para melhor, nos últimos anos, em todas as áreas, embora uma pequena parcela da população teime em achar que a vida aqui era melhor nos tempos da privataria e do apagão, ou mais antigamente, quando a ordem era fazer crescer o bolo para depois reparti-lo entre os famélicos.
Essas mudanças são constatadas por todas as pesquisas sérias feitas pelas mais diversas entidades que se dedicam ao estudo social e econômico do país.
Uma das mais abrangentes é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a PNAD, sob a responsabilidade do IBGE.
Os resultados da edição de 2014 da PNAD mereceram estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, o mais respeitado "think tank" brasileiro, que lançou hoje uma Nota Técnica especialmente dedicada ao levantamento do IBGE.
Há números impressionantes no estudo.
Um deles aponta que de 2004 até 2014 houve uma redução de 63% na taxa de extrema pobreza do país.
Outro mostra que a cobertura previdenciária saltou de 63,4% em 2004 para 72,9% em 2014.
Na educação, o Brasil atingiu em 2014 a média de dez anos de estudos da população entre 18 a 29 anos - em 2004 essa média era de 8,4 anos.
No mercado de trabalho, o PNDA 2014 indica que os rendimentos crescem continuamente desde 2004, e a informalidade (39,93% em 2014) e o desemprego (6,9% em 2014) estão muito abaixo do observado no início da série histórica.
Os resultados da PNAD referente a 2015, este ano maldito, só serão conhecidos em 2016.
Mas certamente mostrarão um ponto fora da curva de otimismo e crescimento que marca o Brasil da última década, graças, principalmente, à guerra sem trégua que a oligarquia empreende contra o governo trabalhista, sob o qual o Brasil tem mudado tanto.
E é sob esse ângulo que a análise do Brasil de hoje deve ser feita: o seu desenvolvimento econômico e social parece não interessar ao estrato superior da sociedade, esse que detém o capital, e que vê na melhoria das condições da população uma ameaça ao seu projeto de poder.
A seguir, trecho da apresentação da Nota Técnica do Ipea, com as suas conclusões mais relevantes: