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domingo, 14 de junho de 2015

Carta aberta em solidariedade à travesti Viviany Beleboni, por Dom Orvandil. "Entendeste corretamente o significado da cruz e da que tuas amigas feridas e mortas pelo preconceito e pelo ódio de pessoas como esses ditos pregadores, porque são vítimas do desrespeito aos direitos humanos. O ato de representar a crucificação da homofobia é prova de que és uma defensora dos perseguidos pelos preconceitos que mutilam e matam"

Carta aberta em solidariedade à travesti Viviany Beleboni

Dom Orvandil - Cartas Proféticas - 11/06/2015

Minha querida irmã Viviany Beleboni

Permite-me que me apresente resumidamente. Sou bispo anglo-católico. Transitei longo caminho, empunhando desde a minha juventude a agenda da luta pela justiça social.

Graças à luta nunca tive folga na vida. Também sempre fui vítima de enormes preconceitos e discriminações. Mas enfrentei a tudo de cabeça erguida e aprendi a não me iludir com o ser humano, mas sem perder a esperança nas pessoas, principalmente no povo, constantemente massacrado por enormes exclusões.

Na ditadura militar fui preso e condenado a dois anos e meio de prisão pela malfadada “lei” de segurança nacional, uma excrescência que visava dar segurança para o roubo do nosso País. Um tribunal militar serviu de palco para as maiores barbaridades que ouvi sobre um ser humano e noticiado por uma imprensa mentirosa, covarde e servil, desde sempre.

Fui discriminado por igrejas e por cúpulas por não ser conservador nem neoliberal. Mentiram a meu respeito e até me perseguiram, dizendo o que nunca fui nem nunca fiz.

Na verdade, o que muitos grupos ditos cristãos não suportam é um sacerdote e bispo não ser conivente com a barbárie civilizacional capitalista, regime que herdou todos os preconceitos e requintes de exploração da odiosa escravatura.

Um bispo que se reconhece como membro da classe dominada e com ela luta dói nas almas contaminadas de muitas “autoridades” eclesiásticas e instituições confessionais. Um bispo que reconhece a luta de classes e não se presta a servir de bajulador dos opressores, que pregam todos os dias a falsa paz que engambela o povo, é um escândalo para muitas igrejas hoje.

Durante a ditadura a mídia quase semanalmente me atacava com “fatos” inventados para me indispor social e politicamente. Fui alvo de muito ódio. E ainda o sou.

Este sou eu, resumidamente, querida irmã Viviany.

Outrossim, não concordo que os símbolos culturais e religiosos sejam corrompidos, usados para fins que não os seus nem destruídos, pois isso mata a alma de um povo.

Por essas duas razões solidarizo-me contigo. Conheço o que é ser discriminado. Essa lição ninguém precisa me ensinar. Outra, porque não desrespeitaste Cristo nem a cruz, como desonestamente Marcos Feliciano e outros querem fazer crer.

Esse senhor, que é deputado e pastor bem como seu colega, o delgado João Campos aqui de Goiânia, são notórios mentirosos e inimigos do povo.

São membros da atrasada e perversa bancada evangélica. É em nome dela que João Campos alega que te processará por uso indevido dos símbolos religiosos. Eles se colocam no universo do pior espectro político do País nesse momento.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Como desmontar ódio social? Todos devem ser um Simão Cireneu que ajudou o Mestre a carregar a cruz. As igrejas, os caminhos espirituais, os grupos de reflexão e ação, os partidos especialmente a mídia e todas as pessoas de boa-vontade podem colaborar no desmonte desta carga negativa.

Como desmontar ódio social?"

Leonardo Boff - 30/03/2015

Estamos constatando que vigora atualmente muito ódio e raiva na sociedade, seja pela situação particular de corrupção no Brasil, seja pela situação geral de insatisfação que perpassa a humanidade, mergulhada numa profunda crise civilizacional, sem que ninguém nos passa dizer como seria a sua superação e para onde este voo cego nos poderia conduzir. O inconsciente coletivo detecta este mal-estar como já antes Freud o descrevera em seu famoso texto O mal estar na cultura (1929-1930) e que, de alguma forma, previa os sinais de uma nova guerra mundial.

O nosso mal-estar é singular e se deriva das várias vitórias do PT com suas políticas de inclusão social que beneficiaram 36 milhões de pessoas e elevaram 44 milhões à classe média. Os privilegiados históricos, a classe alta e também a classe média se assustaram com um pouco de igualdade conseguida por aqueles que estavam fora. O fato é que, por um lado vigora uma concentração espantosa de renda e, por outro, uma desigualdade social que se conta entre as maiores do mundo. Essa desigualdade, segundo Marcio Pochmann no segundo volume de seu Atlas da Exclusão social no Brasil (Cortez 2014) diminuiu significativamente nos últimos dez anos mas é ainda muito profunda, fator permanente de desestabilização social.

Como notou bem o economista e bom analista social, do partido do PSDB, Luiz Carlos Bresser Pereira, o que foi assumido em sua coluna dominical ((8/3) por Verissimo, tal fato “fez surgir um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos a um partido e a um presidente; não é preocupação ou medo; é ódio…; a luta de classes voltou com força; não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita”.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nos EUA, crianças 'sem Deus' têm forte senso de moralidade. Um estudo de quase 40 anos da religião e da vida familiar indicou: altos níveis de solidariedade familiar, com proximidade emocional entre pais e jovens não religiosos, e fortes padrões éticos e valores morais transmitidos de uma geração para outra.

Nos EUA, crianças 'sem Deus' têm forte senso de moralidade

Phil Zuckerman - Paulopes - 25/01/2015

Mais crianças estão "crescendo sem Deus" do que em qualquer outro momento na história dos Estados Unidos. Elas são descendentes de uma população secular em expansão que inclui uma relativamente nova e crescente categoria de americanos chamada de nones. São assim apelidados porque afirmam não acreditar em "nada em particular", de acordo com estudo de 2012 pelo Centro de Pesquisas Pew.


O número de crianças sem religião tem aumentado significativamente desde a década de 1950, quando menos de 4% dos americanos relataram que cresceram em uma família não religiosa, segundo estudos recentes.

Esse número atingiu a casa dos dois dígitos quando um estudo de 2012 mostrou que 11% das pessoas nascidas depois de 1970 disseram que tinham sido criadas em lares seculares. Isso pode ajudar a explicar por que 23% dos adultos nos EUA afirmam não ter religião, e mais de 30% entre as idades de 18 e 29 dizem o mesmo.

Então como tem sido a formação moral dessas crianças que não oram antes das refeições nem vão à escola dominical? Vai indo muito bem, ao que parece.


Longe de ser disfuncional, niilista e sem rumo, sem a suposta retidão pregada pela religião, as famílias seculares estão proporcionando aos seus filhos uma sólida base moral, de acordo com o professor de sociologia Vern Bengston.

Por quase 40 anos, Bengston tem supervisionado o Estudo Longitudinal de Gerações, que se tornou o maior estudo da religião e da vida familiar conduzida em várias extratos geracionais nos Estados Unidos.

domingo, 27 de julho de 2014

A grosseria de Israel e o regozijo funesto da grande mídia brasileira. O Globo prefere dar mais espaço à grosseria israelense, do que saudar repúdio do Brasil ao genocídio cometido por Israel em Gaza. Até as tragédias humanas servem de arma política para a grande mídia


A grosseria de Israel e o regozijo funesto da grande mídia brasileira

Cláudio Ribeiro - Blog Palavras Diversas - 26/07/2014
O Globo prefere dar mais espaço à grosseria israelense, do que saudar repúdio do Brasil ao genocídio cometido por Israel em Gaza. Até as tragédias humanas servem de arma política para a grande mídia
Mino Carta, editor da revista Carta Capital, mais uma vez nos brinda com análise precisa dos movimentos políticos internacionais que se movem por detrás de dois acontecimentos recentes: a queda do avião malaio nos céus ucranianos e a ofensiva militar de Israel em Gaza.

Os porta vozes do sionismo mundo afora bradam que Tel Aviv tem o direito [supremo] de se defender dos ataques palestinos. Só não conseguem explicar a opinião pública que “tais ataques”, são, verdade seja dita, ações desesperadas de resistência de um povo massacrado por cerca de sete décadas pela quarta maior potência militar do planeta, que conta com o auxílio dos Estados Unidos, a complacência da ONU e a indiferença de alguns países árabes, como a Arábia Saudita.

Tudo fica muito mais claro, após o governo brasileiro considerar como gravíssimo a continuidade dos ataques em gaza.

Israel responde de forma grosseira, não dá importância para o que pensa o coletivo internacional de países e o que se nota, não disfarçadamente, em seguida é um regozijo funesto de parte de nossa imprensa em destacar a estupidez “diplomática” de Israel e tripudiar sobre a condenação brasileira dos atos insanos que já mataram centenas de pessoas, grande maioria civis e muitas delas, crianças indefesas.

Para tudo há oportunismo, vontade de tirar uma lasca do adversário, até nas tragédias humanas.

Os covardes se valem da força, quando, claro, são mais fortes que o oponente, e da ajuda de outros valentões para fazer valer suas vontades na base da violência.

Suas atitudes agressivas costumam prosperar em um ambiente de silêncio medroso, de quem presencia a covardia e nada fala, consente.

O que o Brasil, outros países e manifestações da sociedade mundo afora já fizeram é o correto para uma situação delicada como esta. É preciso constranger os agressores e mostrar a opinião pública que certos comportamentos são inadequados para que haja coexistência pacífica entre os diferentes. Tem que haver condenação pública de governos e sociedade a uma barbárie como esta, para que pensem nas consequências políticas, sociais e econômicas que podem gerar a si mesmos.

Os vira latas de plantão que se abrigam na imprensa, estes se alimentam do ódio e cultivam sórdida desfaçatez para transformar ações diplomáticas legítimas em nome da paz, como a manifestação do governo brasileiro em reprovar os atos desumanos de Israel, em objeto para a disputa política, na trincheira que se alinham, interna e externamente.

Não valem nada.

O silêncio oportunista
Por que, para a paz mundial, a derrubada do avião malaio é muito menos ameaçadora do que a invasão de Gaza
Não pergunto aos meus botões em que mundo vivemos, temo a resposta. A crise mundial dispensa maiores apresentações. Moral e intelectual antes que econômica, embora esta confirme aquelas precedentes. Por que a humanidade rendeu-se à religião do deus mercado? Por que aceitou passivamente as leis de uma fé que aproveita a poucos e infelicita os demais?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Hitler teve o apoio de católicos e protestantes. Anticomunismo era provavelmente mais fundamental para a ideologia nazista do que antissemitismo. Muitos alemães estavam com medo do comunismo e viram Hitler como sua salvação cristã. A ameaça dos vermelhos parecia muito real.

Partido Nazista dizia se basear em um 'cristianismo positivo'
Do Blog Paulo Lopes - 03/02/2014


Hitler teve o apoio de católicos e protestantes

por Austin Cline -para About

A impressão generalizada é de que o nazismo era anticristão e que os cristãos eram antinazistas. A verdade é que os cristãos alemães apoiaram o nazismo porque acreditavam que Adolf Hitler tinha sido um presente de Deus para o povo.

A doutrina cristã alemã combinou seus dogmas com o caráter alemão de então de uma maneira única: o verdadeiro cristianismo era alemão e o verdadeiro nazista tinha de ser cristão.

Isso em parte está no programa do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores ou em alemão Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (NSDAP).

Diz: “Exigimos a liberdade para todas as confissões religiosas, na medida em que elas não coloquem em perigo a existência do Estado ou entrem em conflito com os costumes e os sentimentos morais da raça germânica. O partido, como tal, representa o ponto de vista de um cristianismo positivo, sem estar ligado a uma confissão em especial”.

Esse tipo de cristianismo pregava na época que a religião devia ter um efeito prático na vida das pessoas — um efeito positivo.

Antissemitismo cristão

O antissemitismo era um aspecto importante do Estado nazista, mas os nazistas não o inventaram. Eles se basearam em séculos de antissemitismo cristão e na teologia da comunidade cristã da Alemanha.

Os nazistas acreditavam que o judaísmo era mais do que uma religião, no que foram apoiados por líderes religiosos que lhes forneciam informações sobre batismos e registros de casamento para ajudar na identificação dos judeus convertidos ao cristianismo.

Cristãos anticomunistas

Anticomunismo era provavelmente mais fundamental para a ideologia nazista do que antissemitismo. Muitos alemães estavam com medo do comunismo e viram Hitler como sua salvação cristã. A ameaça dos vermelhos parecia muito real. Os comunistas tinham chegado ao poder na Rússia no final da Primeira Guerra Mundial, além de assumirem momentaneamente o controle na Baviera. Os nazistas também eram intensamente antissocialistas. Eles se opunham ao socialismo tradicional porque se tratava de uma ideologia ateia e supostamente apoiada por intelectuais de origem judaica.

Cristão antimodernistas

A chave para entender a popularidade do nazismo entre os cristãos é que uns e outros condenavam tudo que era moderno.

sábado, 23 de novembro de 2013

Eleições 2014. A cruzada anti-aborto já começou. Estreia "Bood Money - Aborto Legalizado"

"Nos EUA, o objetivo da peça panfletária é tentar reverter a decisão da Suprema Corte que legalizou o aborto. Por aqui, me parece haver três metas claras: primeiro, derrubar a decisão do STF sobre o aborto de anencéfalos, que o filme sobre Vitória irá reforçar; em segundo lugar, aprovar no Congresso o absurdo estatuto do nascituro, que estabelece pena de prisão para quem abortar e dá pensão aos filhos de mulheres que não abortarem, inclusive em caso de estupro; e, por último, influir na eleição de 2014 contra qualquer possibilidade de discussão da legalização do aborto no País como uma questão de saúde pública."

A cruzada anti-aborto já começou
Cynara Menezes - Socialista Morena - 23/11/2013

Enquanto o PSDB e o PT se digladiam pelo poder, os fundamentalistas já estão pavimentando o caminho para, novamente, mergulhar a disputa presidencial e o País no obscurantismo. E temo que nenhum dos dois partidos terá a coragem necessária para romper de uma vez por todas com a dependência, com fins meramente eleitoreiros, das lideranças religiosas medievais, erguendo a bandeira do estado laico que a modernidade exige.

No último final de semana tive uma experiência sinistra. Entrei ao acaso no cinema para ver o filme Blood Money – O Aborto Legalizado. A curta resenha que li dizia se tratar de um documentário contra o aborto. Fiquei curiosa. Ao comprar o bilhete, pensei: “Deve estar vazio”. Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que havia no máximo meia dúzia de lugares vagos na sala do Espaço Itaú, cinema onde normalmente entram em cartaz filmes considerados “cult”. Ou entravam, sei lá.

Vi o documentário inteiro boquiaberta. Para começar, não é um filme religioso, mas a religião aparece como subtexto todo o tempo: uma Bíblia na mesa aqui, uma cruz detrás do entrevistado acolá, uma imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus ao fundo… Para dar um verniz “humanista” à coisa, quem apresenta o documentário, dirigido por David Kyle, é a sobrinha de Martin Luther King, a pastora conservadora Alveda King, empenhada em espalhar a mentira de que o tio era contrário à legalização do aborto.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fundamentalismo midiático: a religião ocupando as concessões públicas. O avanço de setores religiosos na programação da TV aberta

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Fundamentalismo midiático: a religião ocupando as concessões públicas
Revista Forum - 14/08/2013 11:55 am

Bia Barbosa e Helena Martins, integrantes do Setorial de Mulheres do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação, comentam o avanço de setores religiosos na programação da TV aberta

Por Bia Barbosa e Helena Martins, no Geledés

A maioria da população brasileira não sabe, mas o espaço ocupado pela transmissão dos sinais de rádio e televisão é público, o que dá às emissoras o dever de respeitarem, em sua programação, os princípios constitucionais. E o Brasil é um Estado laico. Não é demais, portanto, esperar que a programação do rádio e da TV não privilegie nenhuma religião e tampouco seja espaço para o proselitismo religioso.

Porém, se você já cansou de “zapear” em busca de conteúdo não-religioso na TV, prepare-se para usar ainda mais o controle remoto. Desde o ano passado, a Rede Globo tem estabelecido uma forte parceria com o setor evangélico, o que foi expresso na cobertura do musical “Festival Promessas”, na contratação de artistas gospel para a gravadora do grupo, a Som Livre, e na inclusão de personagens evangélicas na teledramaturgia – Ivone (Kika Kalache), de “Cheias de Charme”, e Dolores (Paula Burlamaqui), de “Avenida Brasil”. Líderes evangélicos reunidos em 2012 com a maior emissora do Brasil pediram mais: uma heroína evangélica no horário nobre.

A parceria com a emissora é mais uma mostra da penetração das igrejas na mídia, um fenômeno que não é recente, mas que ganha proporções cada vez mais significativas. Levantamento realizado por Figueredo Filho, apoiando-se em dados de 2006, revela que 25,18% das emissoras de rádio FM e 20,55% das AM nas capitais brasileiras são evangélicas – muitas neopentecostais que, hoje, concorrem com a Igreja Católica, antes liderança no número de altares eletrônicos.