segunda-feira, 29 de julho de 2013

Papa Francisco, durante voo de volta ao Vaticano, diz que gays não devem ser marginalizados. Critica todo tipo de lobbies, não somente o "lobby gay"

“Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-lo?”, diz papa
Sul21 - 29/07/2013


As declarações sobre homossexualidade foram em resposta a recentes revelações de que um assessor próximo seria homossexual e a uma frase atribuída a ele no início de junho, de que havia um “lobby gay” no Vaticano | Foto: ABr
Da Redação
A Igreja não pode julgar os gays por sua opção sexual e nem marginalizá-los. A afirmação é do papa Francisco e pode ser considerada a mais ousada declaração de um pontífice sobre homossexualidade. “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu pra julgá-lo”, declarou. “O catecismo da Igreja explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso, mas devem ser integrados na sociedade”, acrescentou.
As declarações foram dadas em uma entrevista concedida pelo papa aos jornalistas que o acompanharam no avião. As manifestações do papa sobre homossexualidade foram em resposta a recentes revelações de que um assessor próximo seria homossexual e a uma frase atribuída a ele no início de junho, de que havia um “lobby gay” no Vaticano. De acordo com o ele, o problema não é ser gay, mas o lobby em geral.
“Vocês vêm muita coisa escrita sobre o “lobby gay”. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um cartão de identidade dizendo que é gay. Dizem que há alguns. Acho que, quando alguém se encontra com uma pessoa assim, devemos distinguir entre o fato de que uma pessoa é gay de formar um lobby gay, porque nem todos os lobbies são bons. Isso é o que é ruim.”
“O problema não é ter essa tendência [gay]. Devemos ser como irmãos. O problema é o lobby dessa tendência, da tendência de pessoas gananciosas: lobby político, de maçons, tantos lobbies. Esse é o pior problema.”
Francisco também afirmou que, para ele, abusos sexuais contra menores por parte de religiosos não são apenas pecados, mas crimes que devem ser julgados.
Mas se a posição sobre os gays e sobre o abuso sexual pode representar uma mudança, Francisco deixa claro que não haverá uma nova opinião do Vaticano sobre a presença das mulheres na Igreja, sobre o aborto ou sobre o casamento homossexual.
O papa aproveitou a conversa para anunciar que vai exigir transparência e honestidade no Vaticano e garantiu que sua reforma vai continuar. “Esses escândalos fazem muito mal”, disse.
Antes de responder às perguntas, ele elogiou o “grande coração dos brasileiros”, disse que a viagem “fez bem para sua espiritualidade” e ainda disse que a organização do evento foi excelente. “Parecia um cronômetro”.

Com informações da Folha e do Estadão

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