Por que só agora?
CNN - Coxinha News Network - 30/07/2013
Por que só agora polícia, saúde, educação e transporte preocupam?
Weden Alves, no Facebook
Essa é uma pergunta que se tende a ignorar, porque a resposta aponta como uma lança para nossa hipocrisia de cada dia. Sinceramente, estou muito pouco preocupado com a preocupação que certos grupos sociais passaram a ter com a violência policial contra eles. Porque estes mesmos grupos sempre ignoraram (e até motivaram) a violência policial contra os outros. Também não acredito nesta enorme insatisfação com a saúde pública, com a educação, com os aeroportos, com o transporte público, que, de uma hora para outra, as velhas classes médias começaram a ter. Por quê? Explico, a começar pela saúde.
Por muito tempo o SUS foi "coisa de pobre". E merecia piadas e não preocupação. Isso há muito pouco tempo. Vi gente por aqui mesmo se vangloriar de que nunca usaria o SUS. Pobres tolos. Lógico que usam. Da Samu à Anvisa, passando pelas vacinações em massa, e aquela operação do coração ressarcida pelo sistema aos planos de saúde, o SUS, como a Geni de Chico Buarque, sempre foi a puta a quem se recorreu na hora do sufoco. Para ser desprezada logo depois.
Aliás, estas "classes conscientes de última hora" não só usaram como ajudam, todo ano, a tirar dinheiro dele através daquela boa renúncia fiscal, o modo mais esdrúxulo de transferir dinheiro do estado para o mercado, e de quem não tem para quem tem.
O que incomoda hoje é que a ascensão das novas classes médias lotaram os ambulatórios garantidos pelos planos de saúde. O conforto foi para o espaço, porque a patuleia começou a dividir a agenda dos médicos antes exclusivos. É por isso que agora há tanta indignação com a saúde pública. Se essa massa, que incomoda tanto, voltar para o serviço público, sem plano, logo se esquecerá que temos problemas na saúde. Logo se esquecerá, mas a Geni estará lá, esperando...
Com o transporte público, não é diferente. Que tal fazer as novas classes médias devolverem os carros que encheram as ruas. Por que até então, elas lotavam os ônibus, os trens, as vãs, motivos de escárnio.
E os aeroportos? Que tal voltarem a ser espaços de elite, de novo? E quem sabe não se possa impedir que os pobres concorram com sua vaguinha naquela universidade federal, pelas ações afirmativas?
Há um chiste popular para este tipo de atitude: "Me engana que eu gosto!
Weden Alves, no Facebook
Essa é uma pergunta que se tende a ignorar, porque a resposta aponta como uma lança para nossa hipocrisia de cada dia. Sinceramente, estou muito pouco preocupado com a preocupação que certos grupos sociais passaram a ter com a violência policial contra eles. Porque estes mesmos grupos sempre ignoraram (e até motivaram) a violência policial contra os outros. Também não acredito nesta enorme insatisfação com a saúde pública, com a educação, com os aeroportos, com o transporte público, que, de uma hora para outra, as velhas classes médias começaram a ter. Por quê? Explico, a começar pela saúde.
Por muito tempo o SUS foi "coisa de pobre". E merecia piadas e não preocupação. Isso há muito pouco tempo. Vi gente por aqui mesmo se vangloriar de que nunca usaria o SUS. Pobres tolos. Lógico que usam. Da Samu à Anvisa, passando pelas vacinações em massa, e aquela operação do coração ressarcida pelo sistema aos planos de saúde, o SUS, como a Geni de Chico Buarque, sempre foi a puta a quem se recorreu na hora do sufoco. Para ser desprezada logo depois.
Aliás, estas "classes conscientes de última hora" não só usaram como ajudam, todo ano, a tirar dinheiro dele através daquela boa renúncia fiscal, o modo mais esdrúxulo de transferir dinheiro do estado para o mercado, e de quem não tem para quem tem.
O que incomoda hoje é que a ascensão das novas classes médias lotaram os ambulatórios garantidos pelos planos de saúde. O conforto foi para o espaço, porque a patuleia começou a dividir a agenda dos médicos antes exclusivos. É por isso que agora há tanta indignação com a saúde pública. Se essa massa, que incomoda tanto, voltar para o serviço público, sem plano, logo se esquecerá que temos problemas na saúde. Logo se esquecerá, mas a Geni estará lá, esperando...
Com o transporte público, não é diferente. Que tal fazer as novas classes médias devolverem os carros que encheram as ruas. Por que até então, elas lotavam os ônibus, os trens, as vãs, motivos de escárnio.
E os aeroportos? Que tal voltarem a ser espaços de elite, de novo? E quem sabe não se possa impedir que os pobres concorram com sua vaguinha naquela universidade federal, pelas ações afirmativas?
Há um chiste popular para este tipo de atitude: "Me engana que eu gosto!
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