Prisão de Delcídio deflagra o "Petrolão Tucano"
Zé Augusto - Blog Amigos do Presidente Lula - 29/11/2015Esqueçam o que o PIG publica. É questão de dias para o "Petrolão Tucano" explodir.
Nas cerca de 1 hora e meia de gravação da conversa do senador Delcídio Amaral (PT-MS) gravadas por Nestor Cerveró, ele não cita absolutamente nada de maracutaia envolvendo Lula e Dilma. Nem mesmo cita nada envolvendo o PT. E era uma conversa privada com parceiros dele nas maracutaias, portanto poderia falar à vontade de malfeitos, como falou de alguns.
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Mas conversou sobre negociatas com a Alstom dos tempos em que era diretor de Gas e Energia da Petrobras no governo FHC (entre 1999 e 2001), antes de virar a casaca para o PT em 2002.
Fala também sobre o senador José Serra (PSDB-SP) ter jantado com ele para sondar se Gregório Preciado (ex-sócio e casado com uma prima de Serra) estava na delação de Cerveró e Fernando Baiano. Delcídio comenta que Gregório é quem está por trás de Baiano.
Conversa sobre propinas na compra de Pasadena ter sido uma "operação interna" da diretoria internacional "sem ter política" no meio. Cerveró teria pego uma parte da propina e disse que doou para campanha eleitoral de Delcídio sem o senador saber de malfeitos, coisa que os procuradores não acreditaram, segundo a conversa.
Além da gravação, pelo menos quatro ex-diretores e gerentes da Petrobras que foram subordinados a Delcídio e Cerveró são acusados de receberem propinas em Pasadena.
É curioso como Delcídio em nenhum momento fala que vai conversar com Dilma ou com Lula para aliviar Cerveró e outros diretores corruptos na Lava Jato. Fala em conversar com Temer, com Renan e com ministros do STF.
A única citação à Dilma é sobre ter visto na delação premiada de Cerveró vazada conter o tópico "Dilma sabia de todos os movimentos de Passadena" (uma afirmação dúbia, que não serve para incriminar). E Delcídio não faz nenhuma interferência para retirar isto da delação, só se preocupa em retirar seu próprio nome e o do banqueiro André Esteves. Logo, é ridículo jornalistas do PIG dizerem que Delcídio estaria ali no interesse de Dilma.
Com relação à Lula, acontece a mesma coisa. Delcídio comenta que Fernando Baiano pegou o "roteiro" da delação de Cerveró que falava do Bumlai e usou antes de Cerveró. Ou seja, Delcídio sabia que o nome de Lula seria usado e também não tava nem aí, só preocupando consigo e com André Esteves.
No final Delcídio ainda fala de Dilma, mas comentando achar que nem o Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), apita na Petrobras, indicando que Dilma não está deixando haver ingerência política. E demonstra ter pouco conhecimento do que se passa dentro da Petrobras hoje.
As capas dos jornalões de sábado são sintomáticas. Globo, Folha e Estadão já começam a jogar Delcídio para segundo plano. Não fazem ataques a Lula no caso Delcídio.
E só Estadão dá algum destaque em Delcídio ter falado em depoimento na Polícia Federal que Dilma o teria consultado sobre a indicação de Cerveró em 2003. Dilma desmentiu prontamente.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social, "a presidenta Dilma Rousseff nunca consultou o senador Delcídio Amaral ou qualquer outra pessoa acerca da nomeação de Nestor Cerveró, para a diretoria da Petrobras" e "no período em que exerceu a função de ministra de Minas Energia, nunca sequer foi consultada ou mesmo participou, em qualquer medida, dessa indicação".
O Planalto informa que "aliás, como é público e notório, a presidenta da República não manteve relações pessoais com Nestor Cerveró, seja antes ou depois da sua designação para a diretoria da Petrobras".
Na cúpula das redações já sabem: o Petrolão Tucano vem aí.
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