Alex Solnik - Brasil 247 - 10/09/2015
Rebaixado, de "castigo", no cantinho da sala, esperando pelo pito do professor Waack e professora Pelajo (assista aqui as perguntas e respostas) |
"Ministro, o senhor assumiu com a missão explícita de evitar que o Brasil perdesse a nota de crédito de uma agência como a Standard & Poor's, mas o Brasil perdeu a nota de crédito. Isso impõe escolhas políticas ao senhor".
Segunda pergunta:
"Ministro, fala-se na recriação de uma contribuição, a CPMF, fala-se no uso da Cide, que vai bater nos combustíveis, atribuiu-se ao senhor, inclusive, durante a sua recente viagem a Paris, a ideia de novas alíquotas do imposto de renda. Afinal, o que o governo quer"?
Terceira pergunta:
"Ministro, governos brasileiros sucessivos, não é questão de colocar a culpa apenas neste, cuja irresponsabilidade fiscal, como eu disse no início do Jornal da Globo, nos levou a ficar com nome sujo na praça. Sucessivos governos brasileiros preferem ir pelo lado da receita quando fazem um ajuste fiscal. Até agora não vimos nada diferente na sua gestão. Estamos indo pelo lado da receita mais uma vez"?
Quarta pergunta:
"Ministro... Chris, perdoe, estou interrompendo a sua vez das perguntas. Ministro, significa, após eu ouvir do senhor dizer que cortes nos programas sociais serão inevitáveis"?
Quinta pergunta:
"Eu volto à minha primeira pergunta: o senhor pensa em consequências políticas do fato do rebaixamento da nota brasileira"?
Sexta pergunta:
"Ministro, de que maneira o senhor encontra tempo em todo esse tiroteio e a explosão dessa bomba como a de hoje em pensar em alguma coisa para o futuro?
Sétima pergunta:
"Ministro, a minha última pergunta, a última pergunta da nossa conversa, se referindo à política, que é o fator mencionado pela Standard & Poor's. Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer disse que um governo com a popularidade tão baixa como a que é registrada pela presidente Dilma dificilmente tem condições de continuar durante muito tempo. A baixa popularidade do governo lhe atrapalha"?
Depois desse fuzilamento verbal e antes do "boa noite" de praxe quase deu para ouvir William Waack decretar:
"Ministro, o senhor está demitido"!
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