Reflexões sobre o cenário econômico e a queda de braço entre esquerda e direta pelos cortes de despesas e criação de novos impostos.
Convido os amigos a darem um giro pelas notícias sobre economia e política. O governo propôs corte de despesas e aumento de impostos.
Lendo a repercussão do pacote recém anunciado, a direita diz que aumento de impostos "não passa no Congresso" e a esquerda promete protestos contra corte de despesas.
O governo tenta conseguir contribuição dos dois lados. Os impostos atingem os mais ricos e o corte de despesas, os mais pobres.
Ninguém quer ceder.
Sem ter como cobrir o déficit nas contas públicas, não haverá investimentos. Sem investimentos, não há geração de empregos. Sem geração de empregos o salário cai por mais oferta de mão de obra que procura.
Sem gente para consumir, a economia encolhe.
Com a economia fraca e o governo sem ter como pagar todas as suas dívidas, quem tem recursos no país manda para o exterior com medo de bancos não restituírem seu dinheiro.
Com dinheiro saindo do país, dolar sobe. Subindo o dolar, sobe a inflação.
A direita manda o governo cortar gastos sociais para economizar e evitar o cenário acima - ela tem maioria no Congresso e o governo pode até propor aumento de imposto, mas não passa.
A esquerda vende que o governo não aumenta imposto porque não quer, mesmo sabendo que não tem como. E aí fica falando em "imposto sobre fortunas" .
A direita quer mais cortes de gastos para enfraquecer o governo junto aos mais pobres, sua base de apoio político.
Enquanto isso, aquele cenário de fuga de capital vai se aproximando. Quem não tem 20 anos sabe o que acontece quando há fuga de divisas. Passamos por isso entre 1999 e 2002.
Estes são os fatos. Não há mágica e ninguém vai conseguir empurrar a conta toda para o outro lado.
Quem diz a você que Dilma corta gastos por maldade ou não aumenta imposto porque é servil à direita, não tem a mínima noção de funcionamento da economia ou está mentindo.
O que você faria se fosse Dilma? Ela já chamou todos os lados para conversar. Ninguém arreda o pé. E se essa situação não for resolvida quem vai se ferrar é você.
Por outro lado, se todos derem sua contribuição em meados do ano que vem estaremos fora dessa situação.
Com equilíbrio fiscal o investimento volta, inflação cai, economia reage, emprego aumenta e salário sobe, como fez Lula em 2003 para termos crescimento nos anos seguintes.
Esses são os fatos. Sem política, sem ideologia, sem enrolação. Agora você decide. Essa queda de braço lhe interessa?
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