sábado, 25 de outubro de 2014

Existem diferenças fundamentais entre Dilma e Aécio. É preciso ter olhos para ver

Dilma X Aécio: algumas comparações
Por Cynara Menezes - 25/10/2014

Imagem: Viomundo - Aécio, por ele mesmo: “Mulheres no Brasil têm vida fácil”

Dilma
 Rousseff e Aécio Neves nasceram em Belo Horizonte, Minas Gerais. Dilmaem 1947. Aécio em 1960.
O pai de Dilma era um imigrante búlgaro, Pedro Rousseff, advogado e empresário. Aécio vem de uma família de políticos. Seu avô materno era Tancredo Neves, que foi ministro da Justiça de Getúlio Vargas, governador de Minas Gerais e primeiro presidente civil eleito, ainda no colégio eleitoral, pelo MDB. O pai de Aécio, Aécio Cunha, foi deputado federal pela Arena, partido que apoiava a ditadura militar.
A jovem Dilma lutou como guerrilheira contra a ditadura militar, foi presa e barbaramente torturada. Aécio era criança no período.
Dilma e Aécio se formaram em economia. Dilma pela UFRGS e Aécio pela PUC-MG.
O primeiro emprego de Dilma foi aos 28 anos, como funcionária da FEE (Fundação de Economia e Estatística), de onde seria demitida pela ditadura. Torna-se assessora da bancada do PDT, partido no qual militava junto com o então marido, Carlos Araújo. Em 1986, é indicada secretária municipal da Fazenda do prefeito Alceu Collares, de cuja campanha participara ativamente. Em 1989, indicada pelo PDT, torna-se diretora-geral da Câmara de Vereadores. Retorna à FEE em 1991 como sua presidente, nomeada por Collares, agora governador do Rio Grande do Sul. Em 1993, torna-se Secretária de Minas, Energia e Comunicações do governo gaúcho. Em 1999, indicada pelo PDT, é nomeada Secretária das Minas e Energia do governo Olívio Dutra. Em 2001, Dilma filia-se ao PT e em 2002 integra a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. É indicada por Lula ministra das Minas e Energia e, em 2005, para a Casa Civil. Lula a lança candidata a presidente da República e, em 2010, ela é eleita.
Aos 17 anos, enquanto estudava no Rio, Aécio foi nomeado para seu primeiro emprego: oficial de gabinete do Cade, orgão do ministério da Justiça, com sede na capital federal. Aos 19 anos, ainda estudando e morando no Rio, se tornou assessor do gabinete do próprio pai, deputado federal, em Brasília. Em 1983, se torna secretário particular do avô, o governador Tancredo Neves. Ao se eleger presidente, Tancredo indicou o neto como secretário de Assuntos Especiais da Presidência só em 1990 a prática de manter parentes sob a chefia imediata foi proibida. Após a morte de Tancredo, recém-formado em Economia, aos 25 anos, Aécio é nomeado diretor de loterias da Caixa Econômica pelo presidente José Sarney e por seu primo, o ministro da Fazenda Francisco Dornelles. Em 1986, é eleito deputado federal e reeleito em 1990, 1994 e 1998. Em 2002 foi eleito governador de Minas e em 2006, reeleito.
Dilma é odiada pelos militares que participaram ou aprovam a ditadura. Aéciorecebeu o apoio deles.
Dilma chama o golpe militar de “golpe”. Aécio chama o golpe de “revolução”.
O padrinho político de Dilma é o ex-presidente Lula, do PT, cujo governo foi marcado pelo crescimento, pela valorização das empresas e bancos públicos, pela diminuição da desigualdade e da pobreza, pelo salário mínimo em alta, pelo fim da dívida externa, pelo respeito à soberania nacional, pelo baixo desemprego, pela valorização do ensino superior, pela abertura de novas universidades e pela política externa voltada para a América do Sul, para os países emergentes e para a África.
O padrinho político de Aécio (além de seu avô Tancredo) é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, cujo governo foi marcado pelas privatizações de empresas públicas, pela recessão, pelo desemprego, pela desigualdade, pela fome no Nordeste, pelo salário mínimo em queda, pela dependência do FMI (Fundo Monetário Internacional), pelo sucateamento do ensino superior e pela política externa de subserviência aos Estados Unidos.
Entre os artistas que apoiam Dilma, estão Chico Buarque, Luis Fernando Verissimo e Gilberto Gil. Aécio tem o apoio de Chitãozinho & Xororó, Dado Dolabella e Luciano Huck.
Dilma recebeu o apoio do deputado federal e militante da causa LGBT Jean WyllysAécio tem o apoio dos homofóbicos Marco Feliciano, Pastor Malafaia e Bolsonaro.
No primeiro turno, Dilma teve mais votos entre os mais pobres e negros. Aécio teve mais votos entre os mais ricos e brancos.
Quando Dilma sobe nas pesquisas, os especuladores não gostam e a bolsa cai. Quando Aécio sobe nas pesquisas, os especuladores comemoram e a bolsa sobe.
Dilma é rejeitada pelas multinacionais do petróleo. A possibilidade de Aécio ser eleito já virou motivo de comemoração para as multinacionais do petróleo.
Machistas odeiam Dilma. Machistas adoram Aécio e enumeram suas façanhas amorosas.
Dilma é contra a redução da maioridade penal. Aécio é a favor.
Dilma sofreu oposição ferrenha da imprensa durante a maior parte do seu governo, mas nunca censurou nem perseguiu ninguém, embora o PT seja acusado seguidas vezes pela mesma imprensa de “atentar” contra a liberdade de expressão.
Aécio foi blindado pela imprensa local e nacional durante toda a sua carreira política, mas é acusado de censurar e perseguir jornalistas.


Nos governos do partido de Dilma, o PT, todas as denúncias foram investigadas, permitindo que membros de seu partido fossem punidos. Nos governos do partido de Aécio, o PSDB, todas as denúncias foram engavetadas e ninguém jamais foi punido.
Dilma é a favor das cotas por raça e renda. O vice de Aécio, Aloysio Nunes (PSDB), foi o único senador brasileiro que votou contra as cotas.

domingo, 19 de outubro de 2014

Aécio Neves e o Duping Delight . Para psicólogo, expressões faciais de Aécio Neves em debate da Band mostram “desprezo” por adversária

Para psicólogo, expressões faciais de Aécio Neves em debate da Band mostram “desprezo” por adversária

Por Redação - Revista Forum - 19/10/2014 

De acordo com doutor em Psicologia da UnB, a “excessiva quantidade de microexpressões de desprezo transmite uma ideia de narcisismo, de superioridade presumida, o que não agrada ao eleitor comum”

Por Redação
Sergio Senna Pires é doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) e professor do Instituto Brasileiro de Linguagem Corporal. Atualmente, é servidor efetivo na Câmara dos Deputados como Consultor Legislativo nas áreas de Defesa Nacional, Segurança Pública e Direitos Humanos.  Além disso, Senna Pires desenvolve trabalhos acadêmicos nas temáticas de análise da mentira, linguagem corporal e regulação do comportamento por crenças e valores.
Analisando os debates entre presidenciáveis na disputa eleitoral deste ano, o psicólogo publicou, em sua página profissional, uma análise das expressões faciais do candidato Aécio Neves (PSDB), que tem gerado polêmica por ser considerado “debochado” e “agressivo” em suas colocações. Abaixo, republicamos a análise de Sergio Senna Pires na íntegra:
Aécio Neves e o Duping Delight
Depois do debate do segundo turno na Rede Bandeirantes de Televisão, comecei a notar uma grande movimentação nas redes sociais dando conta do desprezo mostrado pelo candidato à Presidência da República Aécio Neves.
Eu havia identificado diversas expressões de desprezo durante as falas, mas não pensei que fossem causar o impacto que causaram. Hoje, analisaremos essas expressões e explicarei o duping delight.
O que é o duping delight?
O duping delight (não existe uma expressão em Língua Portuguesa) na literatura científica norte-americana é, numa tradução livre, o prazer proveniente do ato de enganar. Penso que é mais adequado entender que é um prazer proveniente do êxito de uma estratégia ou mesmo da antecipação psicológica desse êxito, não necessariamente associado ao ato de enganar.
Vejam:
imagem1
É uma emoção irresistível, inicialmente não consciente também associada ao risco ou à fuga dele. Também aparece nas situações em que há desprezo pelo interlocutor ou pela situação em questão. Outro cenário em que aparece é diante do orgulho soberbo em compartilhar conquistas ou em alguém que busca a admiração pelas suas façanhas. É muito difícil de conter, por isso vale a pena aprender a identificá-la.
Quando uma pessoa sente que seu plano vai dar certo, ela pode mostrar o duping delight. Um exemplo disso é aquele sorrisinho discreto e unilateral que seu algoz no trabalho exibe quando você passa por alguma dificuldade em frente aos colegas. Dessa forma, essa expressão também está associada ao desprezo que alguém sente em relação à outra pessoa…. Veja a figura ao lado e tente lembrar se já viu essa expressão.
Aécio no debate da Band
A quantidade de expressões de desprezo mostradas pelo candidato Aécio Neves durante o debate foi notadamente alta. Sob o ponto de vista comportamental, isso explica o porquê da impressão que as pessoas tiveram. Apesar de não serem técnicos e não conseguirem explicar as suas impressões, o sentimento é que Aécio desprezava Dilma… Esse foi o comentário nas redes sociais. Como expliquei acima, não há uma indicação positiva no uso dessa expressão…. O candidato Aécio Neves só perde com ela.
Vejam as expressões:

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC. Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB.

A mentira do PSDB sobre a inflação no período de FHC

Por João Sicsú - 12/10/2014 - Revista Forum

Leia o post do PSDB na foto e VEJA a mentira e a manipulação grosseira dos números.

Fernando Henrique Cardoso tomou posse em 1º de janeiro de 1995. A inflação caiu em julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco. A nova moeda, o real, teve início em 1º de julho. Aqui foi o momento de queda da inflação. Observe a tabela com as taxas de inflação referentes a 1994, em variação %.
● Janeiro: 41,3
● Fevereiro: 40,3
● Março: 42,8
● Abril: 42,7
● Maio: 44
● Junho: 47,5
☆ Julho: 6,8
☆ Agosto: 1,9
☆ Setembro: 1,5
☆ Outubro: 2,6
☆ Novembro: 2,8
☆ Dezembro: 1.71
A MENTIRA
Em janeiro de 1995, quando houve a posse de FHC, a inflação foi mantida em 1,7%. FHC recebeu de Itamar Franco uma inflação moderada e não uma inflação anual superior a 900% como afirma o PSDB. Basta olhar os números da tabela para se ter a certeza que não existem os tais 900%. AQUI ESTÁ A MENTIRA.
A TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO
Só é possível encontrar o número sugerido pelo PSDB se somarmos a inflação de janeiro a dezembro de 1994, mas não foi exatamente isto que foi herdado. A herança foi a inflação de julho a dezembro de 1994. Houve uma mudança estrutural durante o ano de 1994. FHC herdou a inflação com o Plano Real já implantado. Não podemos somar laranjas com bananas (não podemos somar a inflação antes e depois do Plano Real). AQUI ESTÁ A MANIPULAÇÃO GROSSEIRA.
OS DEMAIS NÚMEROS SÃO CORRETOS
FHC entregou para Lula uma inflação superior a 12,5% e que estourou a meta limite em 2001 e 2002. Nos governos de Lula e Dilma, a inflação voltou para a meta e aí está desde 2004.
Armínio Fraga é o ex-presidente do Banco Central campeão de juros altos: 45% ao ano. Ele foi presidente do BC durante o 2º governo de FHC, de 1999 a 2002.

Inflação: moderada e sob controle ou alta e descontrolada?
Por João Sicsú 09/10/2014 - Revista Forum

A discussão sobre as causas e efeitos da inflação tem sido muito rebaixada. Usa-se qualquer rótulo para classificar a inflação.  Não há compromisso com os fatos, despreza-se a coerência e faz-se o culto à superficialidade.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O candidato Aécio Neves (PSDB) entra no segundo turno com um paradoxo difícil de explicar ao eleitor: foi demitido pelo povo mineiro. No mínimo, muitos vão querer saber melhor as razões de ele ter perdido a eleição justamente onde é mais conhecido.

Vitrine de Aécio Neves quebrou em Minas Gerais

Helena Sthephanowitz - Rede Brasil Atual - 06/10/2014

Comparação direta entre dois candidatos envolve propostas para o futuro, biografia, realizações e confiança a partir do que fez no passado. Quadro mineiro põe em xeque credenciais do tucano

O candidato Aécio Neves (PSDB) entra no segundo turno com um paradoxo difícil de explicar ao eleitor: foi demitido pelo povo mineiro. Teve uma votação nacional acima do que as pesquisas indicavam, ultrapassando com folga Marina Silva (PSB), chegando em segundo lugar na disputa pelo segundo turno, mas sofreu uma derrota acachapante em Minas Gerais, seu reduto eleitoral, onde fez toda sua carreira política.

Aécio entrou na campanha acreditando que largaria com ampla vantagem no seu estado, o segundo maior colégio eleitoral, e esperava equilibrar o resultado em São Paulo, o maior colégio, onde ele era uma incógnita. O resultado foi bem diferente. Em Minas, onde reinou nos últimos 12 anos, mantendo a hegemonia tucana em todas as eleições estaduais, teve uma votação menor do que sua adversária no segundo turno, Dilma Rousseff (PT), e ainda viu seu candidato a governador perder em primeiro turno para o candidato Fernando Pimentel (PT), aliado de Dilma. Enquanto isso, de São Paulo veio sua maior vitória, casada com o bom desempenho nas urnas do PSDB paulista.

Esse quadro dificulta a campanha do candidato tucano no segundo turno. Sua maior credencial a ser exibida ao eleitor era justamente os governos de Minas, onde foi governador por oito anos. Ao perder a eleição onde é bem conhecido, parte do eleitorado que votou nele onde era desconhecido, pode ficar com a pulga atrás da orelha.

No mínimo, muitos vão querer saber melhor as razões de ele ter perdido a eleição justamente onde é mais conhecido.