O "ministério" de Temer, a Lava Jato, a corrupção e o faz de conta
Por Bob Fernandes - Facebook - 27/04/2016
A divulgação de listas de ministeriáveis de Temer tem seus objetivos e motivações.
Por um lado, é procedimento habitual. Candidatos ao poder futuro vão se fortalecendo, ou se queimando, a cada rodada de divulgação.
Mas no caso há outro objetivo e clara motivação: a repetição do noticiário sobre o futuro vai concretizando como já passado, como "já era" o mandato da presidente Dilma.
Dentro e fora do país foi e é enorme o estrago provocado pela "Operação impeachment". Inclusive para Temer. Portanto, é preciso mudar de assunto.
Buscando apagar digitais nessa história, o moralismo de ocasião, e seus "especialistas", "descobrirão" que Eduardo Cunha sempre foi, é e será um... Eduardo Cunha.
Por isso é que agora, enfim, Eduardo Cunha corre riscos.
Como se o PMDB que chega ao poder, e Cunha, não fossem grandes acionistas, sócios em escândalos de corrupção do PT e demais partidos.
O que dizem os "especialistas", arautos da moralidade, quando veem Romero Jucá, Padilha, Geddel, Kassab, Moreira Franco, Ricardo Barros... nas listas de ministeriáveis?
Ou quando ouvem Paulinho da Força e Agripino Maia, já reus no Supremo, pontificando sobre corrupção petista e futuro governo?
No máximo lembrarão que vários deles foram do governo, ou apoiaram governos de Dilma, Lula e Fernando Henrique.
Mas o impeachment, tudo isso não era contra corrupção até apenas 10 dias atrás?
Revoltados, on line ou nas "ruas", movimentos que se diziam contra a corrupção o que têm a dizer agora sobre a lista de ministeriáveis e o Temer?
O que têm a dizer as manchetes sobre o prontuário, a capivara de tantos dos que "pelo futuro do Brasil" têm ido a Temer em romaria?
Por que o silêncio sobre isso e esses? Por que o faz de conta que tantos desses não estão atolados na Lava Jato, ou em outros escândalos?
Em meio à crise avassaladora, aos sacrifícios que serão inevitavelmente impostos, imaginam que esse faz de conta resistirá até quando?
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