Por Cynara Menezes - Socialista Morena - 05/10/2015
Tem umas coisas na vida que a gente leva no automático, sem parar para pensar se é ou não o melhor caminho. Como sempre fui assalariada, quem escolhia o banco onde eu ia depositar meu dinheiro eram os meus patrões. As contas correntes que tive ao longo da minha carreira são contas funcionais, ou seja, foram abertas para depositar meu salário. Por preguiça ou desinteresse, continuei com elas, mesmo quando deixei de ter (contra a minha vontade, aliás) carteira assinada. E nunca pensei a fundo nesta questão, embora seja uma crítica ferrenha dos bancos e de suas práticas gananciosas – até março passado, quando anunciei a independência deste blog.
Veja também: Nova política do Itaú pode levar a 30 mil demissões (A política do Itaú Unibanco de atender parte de seus clientes por meio de agências digitais pode levar à demissão de até 30 mil funcionários em dez anos.)
Foram os meus leitores que chamaram a atenção: “mas você tem conta no Itaú, um banco privado?”, “quero colaborar com o seu blog, mas me recuso a dar dinheiro para o Itaú”, “por que você não abre uma conta na Caixa Econômica ou no Banco do Brasil?”, “aqui onde moro não tem banco privado, só tem uma lotérica. Por que você não usa a Caixa?”
Foram os meus leitores que chamaram a atenção: “mas você tem conta no Itaú, um banco privado?”, “quero colaborar com o seu blog, mas me recuso a dar dinheiro para o Itaú”, “por que você não abre uma conta na Caixa Econômica ou no Banco do Brasil?”, “aqui onde moro não tem banco privado, só tem uma lotérica. Por que você não usa a Caixa?”
Vivendo e aprendendo. De fato, eu, uma socialista, ajudando a engordar o cofre de famílias bilionárias com meu dinheirinho suado, em vez de utilizar nossos bancos públicos, onde o dinheiro volta para mim, como cidadã. Fortalecendo uma empresa privada e não um patrimônio do povo brasileiro… Tsc, tsc, tsc.
Não é só isso: como cliente, eu levo vantagem trocando o banco privado pelo público. Os bancos públicos possuem mais agências no Brasil. As tarifas bancárias nos bancos públicos são mais baratas (para os pacotes de serviços básicos) do que as dos bancos privados. Os menores juros do mercado para empréstimo pessoal, inclusive para cheque especial, são da Caixa Econômica. Muita gente reclama que os bancos públicos ainda não são informatizados quanto os privados, mas isto é uma questão de tempo.
Além da economia de dinheiro, ainda há as razões políticas para não se ter uma conta num banco privado. Os bancos têm lucrado com a crise financeira na Europa, onde foram apelidados de “Banksters”, trocadilho com gângsters. Já foi anunciado que este ano terão o maior lucro desde 2011. Enquanto isso, um informe recente da organização internacional contra a pobreza Oxfam revelou que o número de pobres no continente chegou “a níveis inaceitáveis”: entre 2009 y 2013, o número de europeus vivendo com privações materiais severas subiu em 7,5 milhões de pessoas, chegando aos atuais cerca de 50 milhões.
No mês passado, na Espanha, quarto país mais desigual da União Europeia, os bancos privados anunciaram que passariam a cobrar comissões EM DOBRO pelos saques nos terminais eletrônicos. No auge da crise espanhola, meio milhão de famílias perderam suas casas para os bancos privados. Desesperados, muitos pais, mães e avós despejados se suicidaram.
No Brasil, “apesar da crise”, os lucros dos bancos privados cresceram 30% no primeiro trimestre, graças justamente ao aumento das tarifas dos serviços e à redução dos “custos operacionais” (leia-se demissões: 3 mil funcionários foram demitidos pelos bancos no primeiro trimestre). Semana passada, a associação Proteste, de defesa dos direitos do consumidor, divulgou que as tarifas bancárias subiram quase nove vezes acima da inflação em três anos. Como se não bastasse, bancos privados financiam guerras e golpes de Estado.
Já existe em alguns países um movimento incentivando as pessoas a guardarem suas economias em instituições públicas ou locais e não em bancos privados, cujos donos geralmente são uma única e multimilionária família, os famosos 1%. A campanha “Mova Seu Dinheiro” (Move Your Money) começou há mais de 10 anos nos EUA, e foi seguida por uma iniciativa idêntica no Reino Unido, Move Your Money. Na Espanha também há o Remueve Tu Dinero. Este movimento também defende que a pessoa simplesmente opte por guardar seu dinheiro em casa em vez de guardar no banco. O risco pode ser maior, mas a tarifa é zero…
Bem, eu estou movendo o meu dinheiro do Itaú para a Caixa Econômica Federal. Quem optar por assinar o blog em depósito bancário, já conta agora com esta opção. Obrigada aos leitores pela conscientização que me proporcionaram. Espero que outras pessoas sigam o mesmo caminho: com os bancos estatais fortalecidos por nós, diminui o risco de a direita conseguir acabar com eles, como desejam.
(Agora só falta eu me livrar do Paypal. Vamos ver se aparece algo prático e bacana.)
Não é só isso: como cliente, eu levo vantagem trocando o banco privado pelo público. Os bancos públicos possuem mais agências no Brasil. As tarifas bancárias nos bancos públicos são mais baratas (para os pacotes de serviços básicos) do que as dos bancos privados. Os menores juros do mercado para empréstimo pessoal, inclusive para cheque especial, são da Caixa Econômica. Muita gente reclama que os bancos públicos ainda não são informatizados quanto os privados, mas isto é uma questão de tempo.
Além da economia de dinheiro, ainda há as razões políticas para não se ter uma conta num banco privado. Os bancos têm lucrado com a crise financeira na Europa, onde foram apelidados de “Banksters”, trocadilho com gângsters. Já foi anunciado que este ano terão o maior lucro desde 2011. Enquanto isso, um informe recente da organização internacional contra a pobreza Oxfam revelou que o número de pobres no continente chegou “a níveis inaceitáveis”: entre 2009 y 2013, o número de europeus vivendo com privações materiais severas subiu em 7,5 milhões de pessoas, chegando aos atuais cerca de 50 milhões.
No mês passado, na Espanha, quarto país mais desigual da União Europeia, os bancos privados anunciaram que passariam a cobrar comissões EM DOBRO pelos saques nos terminais eletrônicos. No auge da crise espanhola, meio milhão de famílias perderam suas casas para os bancos privados. Desesperados, muitos pais, mães e avós despejados se suicidaram.
No Brasil, “apesar da crise”, os lucros dos bancos privados cresceram 30% no primeiro trimestre, graças justamente ao aumento das tarifas dos serviços e à redução dos “custos operacionais” (leia-se demissões: 3 mil funcionários foram demitidos pelos bancos no primeiro trimestre). Semana passada, a associação Proteste, de defesa dos direitos do consumidor, divulgou que as tarifas bancárias subiram quase nove vezes acima da inflação em três anos. Como se não bastasse, bancos privados financiam guerras e golpes de Estado.
Já existe em alguns países um movimento incentivando as pessoas a guardarem suas economias em instituições públicas ou locais e não em bancos privados, cujos donos geralmente são uma única e multimilionária família, os famosos 1%. A campanha “Mova Seu Dinheiro” (Move Your Money) começou há mais de 10 anos nos EUA, e foi seguida por uma iniciativa idêntica no Reino Unido, Move Your Money. Na Espanha também há o Remueve Tu Dinero. Este movimento também defende que a pessoa simplesmente opte por guardar seu dinheiro em casa em vez de guardar no banco. O risco pode ser maior, mas a tarifa é zero…
Bem, eu estou movendo o meu dinheiro do Itaú para a Caixa Econômica Federal. Quem optar por assinar o blog em depósito bancário, já conta agora com esta opção. Obrigada aos leitores pela conscientização que me proporcionaram. Espero que outras pessoas sigam o mesmo caminho: com os bancos estatais fortalecidos por nós, diminui o risco de a direita conseguir acabar com eles, como desejam.
(Agora só falta eu me livrar do Paypal. Vamos ver se aparece algo prático e bacana.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário