"Lula não pode ser inocente"
Os que acreditam que "Lula não pode ser inocente" até ontem acreditavam que Aécio era o "único caminho contra a corrupção nas eleições de 2014".
Por Fernando Horta - Via Facebook - 21/05/2017 (374º dia do Golpe de 16)
Veja como a linguagem trai. Os "anti" têm certeza "de que Lula não pode ser inocente". Veja que a certeza não é de que Lula é culpado. A diferença não é pequena.
Dizer que ele é culpado, surge como conclusão racional após algum tipo de raciocínio. Dizer que ele "não pode ser inocente" remete a uma profissão de fé que coloca o desejo como conclusão das ações. Pouco importa se Lula é inocente, "ele não pode ser".
A construção narrativa é a mesma feita sobre Goulart que não poderia se candidatar, em se candidatando, não poderia se eleger, em se elegendo não poderia governar.
Esta construção implica no ensejo de ações sociais com vistas ao fim de declarar Lula culpado. Faça-se tudo, mas ele "não pode ser inocente". É o convite ao abuso, à injustiça e à perseguição.
Tudo numa frase.
Fazer alguém que tem certeza da culpa de Lula perceber que não há nada contra ele é fácil. As provas inexistem.
Fazer alguém que tem certeza de que Lula "não pode ser inocente" é impossível. A vontade supera a racionalidade. Mesmo se o auto-convencido for um juiz.
Agora imagine confiar no julgamento de alguém que até quinta acreditava que Aécio era o "único caminho contra a corrupção nas eleições de 2014".
Será que quem votou em Aécio não ligou ao menos uma luzinha na consciência reconhecendo que seus julgamentos são falhos e mal embasados?
Se erraram tão claramente com Aécio, não entendem que estão errando novamente afirmando que Lula "não pode ser inocente"?
Nenhum comentário:
Postar um comentário