domingo, 13 de março de 2016

"Ironia das ironias... Imaginar que a oposição daria hoje o passo que faltava para a sua pertinaz articulação golpista e ver a própria massa conservadora avisar ao país que, da parte dela, não será bem assim não..."

RESET

Por Gabriel Priolli - Via Facebook - 13/03/2016

O fato político que emerge dos atos de hoje não é a renovação do clamor pelo impeachment de Dilma, que nunca chegou a esmorecer no segmento social que se manifesta.

É a vaia aos cardeais oposicionistas, como Aécio, Alckmin, Paulinho da Força e Marta Suplicy, que julgavam chegar para a apoteose de seus esforços golpistas e saíram com o rabo entre as pernas, corridos pelo povo que eles mesmos convocaram às ruas.

O recado dado pelos manifestantes conservadores foi bem claro: seu alvo é a corrupção, seu governo é a Lava-Jato e seu herói incontestável é Sergio Moro.

Qualquer outro terá de se qualificar para merecer estima - e entre os candidatos viáveis ao posto não estão, aparentemente, os políticos da oposição, que também entraram na linha de tiro.

O fato terá repercussões, necessariamente. Ele pressiona, em primeiro lugar, o próprio Sergio Moro, que não poderá seguir na seletividade punitiva que demonstrou até agora.

Punir petistas, a massa adora, mas não considera suficiente. Ela quer, de fato, prisão geral, para todos que julga corruptos.

Em segundo lugar, complica-se a vida da oposição. Ela agora ficará entre a cruz e a caldeirinha.

Se derrubar Dilma, poderá enfrentar o imponderável em seguida, com rejeição popular a seus candidatos "naturais" à sucessão - o que abre forte chance de algum aventureiro entrar na disputa da coroa. Um nome novo, limpo, disposto a desempenhar o script salvacionista.

Se não derrubar, se considerar que é mais prudente cozinhar Dilma mais dois anos nesse fogo brando que a desmancha aos poucos, a oposição vira de vez alvo conjunto da fúria popular. Até porque a economia se desmancha mais ainda e romper o impasse político é condição para recuperá-la.

O que vai ser? Quais serão os próximos movimentos no tabuleiro político, que fica cada vez mais complicado - e fascinante?

Ironia das ironias... Imaginar que a oposição daria hoje o passo que faltava para a sua pertinaz articulação golpista e ver a própria massa conservadora avisar ao país que, da parte dela, não será bem assim não...

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