247 – O principal programa social do governo, iniciado durante a gestão do ex-presidente Lula e pedra de toque da administração Dilma Rousseff, completa 10 anos neste domingo 20 - e se globaliza. Atacado por muitos no Brasil, ele é considerado, pela ONU e ONGs internacionais um dos principais programas de combate à pobreza do mundo, tendo sido nomeado como "um esquema anti-pobreza originado na América Latina que está ganhando adeptos mundo afora" pela revista The Economist. Governos de todo mundo estão de olho", registra o Wikipédia. Para o jornal francês Le Monde, "o bolsa família amplia, sobretudo, o acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza".
Nas próximas semanas, informa o governo da Suíça, o modelo Bolsa Família será implantado em uma pequena região do pais. Mas numa versão 2.0, com benefícios equivalentes a R$ 6 mil (abaixo). Nos Estados Unidos, Nova York foi a primeira cidade a adotar o programa, hoje atingindo cerca de 3 mil famílias, com ajuda de técnicos brasileiros.
Para a pesquisadora italiana Francesca Bastagli, da London School of Economics, o programa foi "desenhado" de forma a permitir a emancipação dos beneficiados. "O bolsa família tem uma estrutura que vai em direção contrária ao assistencialismo", acrescenta Francesca, que estuda ações de diversos países direcionadas à transferência de renda para os pobres.
No Brasil, pode-se amá-lo ou odiá-lo. Nos 10 anos de implantação do programa, sobrou pouco espaço para o meio termo da oposição. Denúncias sobre irregularidades pontuais aparecem com frequência na mídia, mas uma coisa se reconhece: ele mudou a face do Brasil, ao atingir milhões de famílias.
"O Bolsa Família acomoda a população pobre", analisou certa vez a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Para a entidade, o programa seria "só uma ajuda pessoal e familiar. É verdade que 11 milhões de famílias recebem no Nordeste e no Norte, mas isso levou a uma acomodação, a um empanzinamento".
ESTUDO INÉDITO - Mas para o governo, é mesmo a sua menina dos olhos. Em estudo inédito divulgado na terça-feira 15 em comemoração ao aniversário de uma década do programa, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada) revelou que a iniciativa implantada no governo Lula reduziu a extrema pobreza em 28% nos últimos dez anos, superando em 70% o patamar estabelecido pela meta do milênio da ONU.
Atualmente, o Bolsa Família atende a cerca de 13,8 milhões de famílias – quase 80 milhões de pessoas. Para a ministra Tereza Campello, o programa traz melhorias, principalmente, na redução da pobreza e na redução da desigualdade. "Nós temos dados, estatísticas robustas que comprovam os benefícios que o Bolsa Família trouxe para as famílias ao aliviar a pobreza, ao levar crianças para salas de aula, ao melhorar o desempenho escolar e a reduzir a mortalidade infantil", afirmou a ministra.
Segundo Marcelo Neri, presidente do Ipea, a cada 2% gasto com o Bolsa Família, 12,5% são transformados em benefício para a população, ou seja, o programa ajuda não só a reduzir a pobreza, mas também a estimular a economia a partir do consumo da população mais pobre. "O Bolsa Família tem um efeito multiplicador na economia, cada real que você gasta no Bolsa Família, ele faz a economia girar R$ 2,40. Ele tem um impacto sobre a pobreza, com impacto direto de 36%, ou seja, a pobreza cai de 4,9% para 3,6% com o Bolsa Família sem levar em conta os efeitos multiplicadores", afirmou.
Os dados do impacto do programa também apontam que a renda dos mais pobres cresceu em torno de quatro vezes mais rápido do que a renda dos mais ricos. O investimento pelo governo federal no Bolsa Família em 2013 é de R$ 24 bilhões, o que representa 0,46% do Produto Interno Bruto (PIB). "Ele (o Bolsa Família) gasta apenas 0,5% do PIB, então ele consegue fazer muito na pobreza e na desigualdade. Ele consegue fazer muito, gastando relativamente pouco", disse Neri.
Com informações do Ipea e do Blog do Planalto
Abaixo, notícia do portal Infomoney, parceiro_247:
Suíça votará projeto de Bolsa Família no valor de quase R$ 6.000 por pessoa
InfoMoney