domingo, 24 de janeiro de 2016

"Na Suécia, não se oferece qualquer tipo de benefício extra a magistrados. Auxílios de todo tipo, abonos, prêmios e verbas de representação não existem para juízes suecos. Nenhum magistrado tem direito a plano de saúde privado. E todos sabem que um juiz, por dever moral, não aceita presentes ou convites para viagens, jantares e passeios de jatinho."

A defesa das mamatas de juízes do novo secretário de Alckmin versus a realidade sueca. 

Por : Paulo Nogueira - Diário do Centro Mundo - 24/01/2016

Um vídeo circula intensamente pela internet. Nele, o desembargador José Renato Nalini defende numa entrevista à TV Cultura a aprovação de R$ 1 bilhão em “auxílio-moradia” para os juízes .



Nalini acaba de ser nomeado secretário da Educação por Alckmin.
Disse ele: “Esse auxílio-moradia na verdade disfarça um aumento do subsídio que está defasado há muito tempo. Hoje, aparentemente o juiz brasileiro ganha bem, mas ele tem 27% de desconto de Imposto de Renda, ele tem de pagar plano de saúde, ele tem de comprar terno, não dá para ir toda hora a Miami comprar terno, que cada dia da semana ele tem que usar um terno diferente, ele tem que usar uma camisa razoável, um sapato decente, ele tem que ter um carro”.

Não foi tudo.

“Espera-se que a Justiça, que personifica uma expressão da soberania, tem que estar apresentável. E há muito tempo não há o reajuste do subsídio. Então o auxílio-moradia foi um disfarce para aumentar um pouquinho. E até para fazer com que o juiz fique um pouquinho mais animado, não tenha tanta depressão, tanta síndrome de pânico, tanto AVC etc.”

É tamanho o descaro na defesa de mamatas e privilégios que não surpreende que o vídeo tenha viralizado nas redes sociais.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"Querer exigir que a autoridade monetária do país elevasse uma taxa de juros que já se encontra na estratosfera num mercado onde as causas básicas da inflação no atual cenário não encontra-se exatamente no consumo é exigir que o remédio seja substituído pelo veneno."

A ganância dos agentes que ditam as regras do mercado financeiro. 

Por Carlos Fernandes - Diário do Centro do Mundo - 21/01/2016
Charge: Cicero - Correio Brasiliense

O “Day After” da manutenção da taxa básica de juros da economia nos já obscenos 14,25% pelo Banco Central do Brasil revela a ganância desenfreada dos agentes que ditam as regras no mercado financeiro.

Decepcionados com o fato de que perderam uma grande oportunidade de faturar ainda mais em ganhos de capital que nada produzem enquanto relaxam em seus iates milionários em algum paraíso do Caribe ou do Mediterrâneo, fizeram o dólar atingir um novo recorde na sua cotação frente ao real.

Essa é a lógica dos parasitas internacionais que vivem de manipular cotações ao redor do mundo e ganhar milhões com a especulação financeira, pouco importando a sanidade dos fundamentos econômicos dos países em que atuam.

Querer exigir que a autoridade monetária do país elevasse uma taxa de juros que já se encontra na estratosfera num mercado onde as causas básicas da inflação no atual cenário não encontra-se exatamente no consumo é exigir que o remédio seja substituído pelo veneno.

Incrível como essa gente ainda encontra defensores ardorosos na grande mídia nacional, nos oportunistas da oposição e numa turma de economistas conservadores que parecem desconhecer o mal causado pelo rentismo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

"No Estado de Direito, membros do Ministério Público e da Magistratura investigam e julgam com recato, equilíbrio, isenção e discrição. No estado de direita, eles buscam a luz dos holofotes, aceitam prêmios e homenagens de países estrangeiros ou de empresas particulares, e recebem salários que extrapolam o limite legal permitido, percebendo quase cem vezes o que ganha um cidadão comum."

O ESTADO DE DIREITO E O ESTADO DE DIREITA

Mauro Santayana - 06/01/2016

É curiosa a situação que vive hoje o Brasil.

Estamos em plena vigência de um Estado de Direito?

Ou de um “estado” de direita, que está nos levando, na prática, a um estado de exceção?

Afinal, no Estado de Direito, você tem o direito de ir e vir, de freqüentar um bar ou um restaurante, ou desembarcar sem ser incomodado em um aeroporto, independente de sua opinião.

No estado de direita, você pode ser reconhecido, insultado e eventualmente agredido, por um bando de imbecis, na saída do estabelecimento ou do avião.

No Estado de Direito, você pode cumprimentar com educação o seu vizinho no elevador, desejando-lhe um Feliz Ano Novo.

No estado de direita, você tem grande chance de ouvir como resposta: “tomara que em 2016 essa vaca saia da Presidência da República, ou alguma coisa aconteça com essa cadela, em nome do Senhor.”

No Estado de Direito, você pode mandar “limpar” o seu computador com antivírus quando quiser.

No estado de direita, você pode ficar preso indefinidamente por isso, até que eventualmente confesse ou invente alguma coisa que atraía o interesse do inquisidor.

No Estado de Direito, você tem direito a ampla defesa, e o trabalho dos advogados não é cerceado.

No estado de direita, quebra-se o sigilo de advogados na relação com seus clientes.

No Estado de Direito, a Lei é feita e alterada por quem foi votado para fazer isto pela população.

No “estado” de direita, instituições do setor público se lançam a promover uma campanha claramente política – já imaginaram a Presidência da República colhendo assinaturas na rua para aumentar os seus próprios poderes? – voltada para a aprovação de um conjunto de leis que diminui – em um país em que 40% dos presos está encarcerado sem julgamento - ainda mais as prerrogativas de defesa dos cidadãos.

No Estado de Direito, você é protegido da prisão pela presunção de inocência.

No estado de direita, inexistem, na prática, os pressupostos da prisão legal e você pode ser detido com base no “disse me disse” de terceiros; em frágeis ilações; do que “poderá” ou “poderia”, teoricamente, fazer, caso continuasse em liberdade; ou subjetivas interpretações de qualquer coisa que diga ao telefone ou escreva em um pedaço de papel - tendo tudo isso amplamente vazado, sem restrição para a “imprensa”, como forma de manipulação da opinião pública e de chantagem e de pressão.

No Estado de Direito, você pode expressar, em público, sua opinião.

No estado de direita, você tem que se preocupar se alguém está ouvindo, para não ter que matar um energúmeno em legítima defesa, ou “sair na mão”.

No Estado de Direito, os advogados se organizam, e são a vanguarda da defesa da Lei e da Constituição.

No estado de direita, eles deixam agir livremente – sem sequer interpelar judicialmente - aqueles que ameaçam a Liberdade, a República e os cidadãos.

No Estado de Direito, membros do Ministério Público e da Magistratura investigam e julgam com recato, equilíbrio, isenção e discrição.

No estado de direita, eles buscam a luz dos holofotes, aceitam prêmios e homenagens de países estrangeiros ou de empresas particulares, e recebem salários que extrapolam o limite legal permitido, percebendo quase cem vezes o que ganha um cidadão comum.

No Estado de Direito, punem-se os corruptos, não empresas que geram riquezas, tecnologia, conhecimento e postos de trabalho para a Nação.

No estado de direita, “matam-se” as empresas, paralisam-se suas obras e projetos, estrangula-se indiretamente seu crédito, se corrói até o limite o seu valor, e milhares de trabalhadores vão para o olho da rua, porque a intenção não parece ser punir o crime, mas sabotar o governo e destruir a Nação.

No Estado de Direito, é possível fazer acordos de leniência, para que companhias possam continuar trabalhando, enquanto se encontram sob investigação.
No estado de direita, isso é considerado “imoral”.

Não se pode ser leniente com empresas que pagam bilhões em impostos e empregam milhares de pessoas, mas, sim, ser mais do que leniente com bandidos contumazes e notórios, com os quais se fecha “acordos” de “delação premiada”, mesmo que eles já tenham descumprido descaradamente compromissos semelhantes feitos no passado com os mesmos personagens que conduzem a atual investigação.

No Estado de Direito, existe liberdade e diversidade de opinião e de informação.

No estado de direita, as manchetes e as capas de revista são sempre as mesmas, os temas são sempre os mesmos, a abordagem é quase sempre a mesma, o lado é sempre o mesmo, os donos são sempre os mesmos, as informações e o discurso são sempre os mesmos, assim como é sempre a mesma a parcialidade e a manipulação.

No Estado de Direito você pode ensinar história na escola do jeito que a história ocorreu.

No estado de direita, você pode ser acusado de comunista e perder o seu emprego pela terceira ou quarta vez.

No Estado de Direito você pode comemorar o fato de seu país ter as oitavas maiores reservas internacionais do planeta, e uma dívida pública que é muito menor que a dos países mais desenvolvidos do mundo.

No estado de direita você tem que dizer que o seu país está quebrado para não ser chamado de bandido ou de ladrão.

No Estado de Direito, você pode se orgulhar de que empresas nacionais conquistem obras em todos os continentes e em alguns dos maiores países do mundo, graças ao seu know-how e capacidade de realização.

No estado de direita, você deve acreditar que é preciso quebrar e destruir todas as grandes empresas de engenharia nacionais, porque as empresas estrangeiras – mesmo quando multadas e processadas por tráfico de influência e pagamento de propinas em outros países – “não praticam corrupção.”

No Estado de Direito você pode defender que os recursos naturais de seu país fiquem em mãos nacionais para financiar e promover o desenvolvimento, a prosperidade e a dignidade da população.

No estado de direita você tem que dizer que tudo tem que ser privatizado e entregue aos gringos se não quiser arrumar confusão.

No Estado de Direito, você pode defender abertamente o desenvolvimento de novos armamentos e de tecnologia para a defesa da Nação.

No estado de direita, você vai ouvir que isso é um desperdício, que o país “não tem inimigos”, que as forças armadas são “bolivarianas”, que o Brasil nunca vai ter condições de enfrentar nenhum país poderoso, que os EUA, se quiserem, invadem e ocupam isso aqui em 5 minutos, que o governo tem que investir é em saúde e educação.

No Estado de Direito, é crime insultar ou ameaçar, ou acusar, sem provas, autoridades do Estado e o Presidente da República.

No estado de direita, quem está no poder aceita, mansamente, cotidianamente, os piores insultos, adjetivos, acusações, insinuações e mentiras, esquecendo-se que tem o dever de defender a Democracia, a liturgia do cargo, aqueles que o escolheram, a Nação que representam e teoricamente, comandam, e a Lei e a Constituição.

No Estado de Direito, você pode interpelar judicialmente quem te ameaça pela internet de morte e de tortura ou faz apologia de massacre e genocídio ou da quebra da ordem institucional e da hierarquia e da desobediência à Constituição.

No estado de direita, muita gente acha que “não vale a pena ficar debatendo com fascistas” enquanto eles acreditam, fanaticamente, que representam a maioria e continuam, dia a dia, disseminando inverdades e hipocrisia e formando opinião.

No Estado de Direito você poderia estar lendo este texto como um jogo de palavras ou uma simples digressão.

No estado de direita, no lugar de estar aqui você deveria estar defendendo o futuro da Liberdade e dos seus filhos, enfrentando, com coragem e informação, pelo menos um canalha por dia no espaço de comentários – onde a Democracia está perdendo a batalha - do IG, do Terra, do MSN, do G1 ou do UOL.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Fernando Brito: "Barriga, para quem não conhece o jargão jornalístico, é notícia falsa, errada, grosseiramente errada, absurda. Todo jornalista está sujeito a ela, sobretudo em duas situações: ou quando apura mal, não checa e não pensa por descuido. Ou quando faz tudo isso movido pelo ódio. No caso da mídia brasileira, porém a segunda hipótese tornou-se patológica."

As barrigas de 2015, as besteiras que o ódio produz

Por Fernando Brito - Tijolaço  04/01/2016

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Cheio de problemas, acabei quase não postando durente o dia e, para não me demorar mais, me redimo com obra alheia, retirada do engraçadíssimo Barrigas 2015.
A elas, por minha conta, acrescento a obra de arte de Lauro Jardim, que estreou em O Globo com um “mico” antológico: a denúncia do delator sobre as “contas do filho do Lula” que  não foram  mencionas  hora alguma pelo sujeito e que, com todo o “desmerecimento”, vai ilustrando o post, como hors concours.
Barriga, para quem não conhece o jargão jornalístico, é notícia falsa, errada, grosseiramente errada, absurda.
Todo jornalista está sujeito a ela, sobretudo em duas situações: ou quando apura mal, não checa e não pensa por descuido. Ou quando faz tudo isso movido pelo ódio.
No caso da mídia brasileira, porém a segunda hipótese tornou-se patológica.
É isso dá ares trágicos a esta comédia de erros

1. Falando grego com o PT

Em julho de 2015 o jornalista Carlos Sardenberg da Globo/CBN vira piada na internet após atribuir a crise da Grécia ao PT. Segundo o brilhante comentarista, em 2012, Dilma e Lula teriam convencido o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras a adotar o programa anti-austeridade que causou toda a confusão. (não apenas a crise precede o governo de Tsipras, como sua posição já era conhecida muito antes de 2012… é cada uma!)
Em julho de 2015 o jornalista Carlos Sardenberg da Globo/CBN vira piada na internet após atribuir a crise da Grécia ao PT. Segundo o brilhante comentarista, em 2012, Dilma e Lula teriam convencido o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras a adotar o programa anti-austeridade que causou toda a confusão. (não apenas a crise precede o governo de Tsipras, como sua posição já era conhecida muito antes de 2012… é cada uma!)

2. A queda dos que não caíram

Em junho a Revista Época publicou mais uma de suas “bombas” de 2015. E até hoje estamos esperando: Marcelo Odebrecht não delatou. A República não caiu. A história das celas ficou na ficção.

Em junho a Revista Época publicou mais uma de suas “bombas” de 2015. E até hoje estamos esperando: Marcelo Odebrecht não delatou. A República não caiu. A história das celas ficou na ficção.

3.Cunha, Cuba e a bunda errada

Bob Fernandes: Quem são os autores, arautos, ou críticos que estão faturando com a "Crise"?

Bob Fernandes: O que chegou ou não chegou às manchetes neste 2016 E por quê

Via Facebook - 04/01/2016




Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner é muito próximo, é amigo da presidente Dilma. Em entrevista a Marina Dias e Valdo Cruz, da Folha, Wagner reconheceu:

-Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza.

Referia-se, sem citar, a esquemas de financiamento de campanha, e corrupção, com digitais do PT. Obviamente, aos chamados "Mensalão" e "Petrolão".

No "Estadão", Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo e Rodrigo Burgarelli rastrearam ligações do PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha.

Uma emenda parlamentar foi incluída por Cunha na nova Lei de Portos. Ao final, o grupo Libra, que tem disputa de mais de R$ 500 milhões com o governo federal, saiu-se bem.

Único beneficiário de uma nova brecha (legal, registre-se), o grupo renovou por 20 anos o contrato que vem desde 98, no Porto de Santos.

Em seus últimos dias no comando da Secretaria Especial de Portos, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), auxiliou na renovação.

Edinho afastado dos Portos foi um dos motivos dos queixumes de Temer na já histórica "Carta a Dilma".

Mesmo candidato a vice, em 2014 Temer abriu conta jurídica. E dois sócios do Libra, arrendatário no Porto de Santos, doaram R$ 1 milhão para campanha.

Noticia apurada é dever publicar, como fez Rubens Valente, na Folha.

Carlos Alexandre, vulgo Ceará, disse ter repassado R$ 300 mil, da empreiteira UTC, que teriam Aécio Neves como destinatário final.

A denúncia do delator soa frágil, como várias outras de delatores. Se não tiver provas não resistirá.

Levou 6 meses para vazar. E isso é incomum, estranho, para padrões atuais. Mas não é estranho, como cobram, não ter sido berrado no título principal.

Estranho, ou revelador, têm sido denúncias muito mais frágeis, e sem eventuais provas conhecidas, se prestarem à Política via manchete principal e ataques à reputação.

A Política à brasileira, o "Sistema", a eterna "Crise", é o que é. Só não sabe quem não tem como, ou não quer saber.

Ou tantos que vivem do faturar com a "Crise". Seja como autores, arautos, ou críticos.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Mauro Santayana: "na hora de falar sobre o Brasil, os jornalistas ingleses agem como se vivessem em outro planeta ou a Inglaterra, economicamente, estivesse acima do bem e do mal. Em vez de conversar fiado, os redatores da The Economist deveriam olhar para o seu próprio umbigo inglês."

A THE ECONOMIST E O UMBIGO INGLÊS.

Mauro Santayanna  - 01/01/2015

Como os abutres, que, nas planícies da África, avançam sobre a carniça quando as hienas se distraem, tem gente festejando a matéria sobre o Brasil da The Economist, desta semana, mostrando uma Dilma Roussef cabisbaixa na capa.


Como faz com qualquer país que não reze segundo a cartilha neoliberal anglo-saxã, do tipo “faça o que eu digo, não o que eu faço”, The Economist alerta que o Brasil enfrenta um “desastre político e econômico”, cita o rebaixamento do país pela Fitch e pela Standard and Poors – mas não diz que essas agências foram incapazes de prever a crise que se abateu sobre os EUA e a Europa – Inglaterra incluída - em 2008, a ponto de terem sido multadas por incompetência e por enganar investidores – e conclui criticando o déficit previsto para nosso país em 2014, sem citar – aliás, como faz a imprensa conservadora tupiniquim - as reservas internacionais brasileiras, de 370 bilhões de dólares, o equivalente a 1 trilhão, 480 bilhões de reais.

A imprensa britânica sempre se especializou em “ditar” – a palavra ideal seria outra – regras para países que considera subdesenvolvidos ou “emergentes”.

O seu “foco” no Brasil como alvo aumentou muito, no entanto, depois do episódio em que ultrapassamos, momentaneamente, a Grã Bretanha como sexta maior economia do mundo em 2011.

Vide, por exemplo, o caso do Financial Times, recentemente vendido – sob risco de quebra - para capitais japoneses no dia em que publicou um editorial contra o Brasil (ler Os nossos Yes Bwana e os novos Hai Bwana do Financial Times).

Mas, na hora de falar sobre o Brasil, os jornalistas ingleses agem como se vivessem em outro planeta ou a Inglaterra, economicamente, estivesse acima do bem e do mal.

Em vez de conversar fiado, os redatores da The Economist deveriam olhar para o seu próprio umbigo inglês.

Se a questão é de deterioração dos fundamentos macro-econômicos, a dívida pública bruta do Reino Unido - The Economist cita a dívida pública bruta brasileira, mas esquece, convenientemente, a líquida, que é de aproximadamente 35% do PIB – é tão bem administrada que mais que dobrou, de menos de 40% em 2002 para quase 90% do PIB em 2014.



Enquanto a brasileira diminuiu no mesmo período, de quase 80% do PIB, para menos de 70% em 2014, como se pode ver pelo gráfico do Banco Central.



Quanto às reservas internacionais – uma das principais referências macro-econômicas para se verificar a solidez de uma economia - o Reino Unido também não fica bem na foto, na comparação com o Brasil.

Com uma economia praticamente empatada, em tamanho, com a nossa (nominalmente) as reservas de sua Majestade são de 154 bilhões de dólares, menos da metade das reservas, em dólares, do país a que os seus editores resolveram dedicar a sua primeira – e negativa - capa de 2016.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Dez coisas que ajudariam o Brasil em 2016 - "2. O senador Aécio Neves fazer um curso supletivo de humildade, talvez de humanidade, com a Miss Colômbia, que admitiu a derrota depois de ter sido anunciada vencedora, e sair para o abraço - de vencedora, claro, a presidenta Dilma. Mas enfim, isto é difícil. Afinal, quem nasceu pra Aécio Neves nunca chega a Miss Colômbia."

Dez coisas que ajudariam o Brasil em 2016

Seria muito útil ao país que certas figuras e instituições ao menos deixassem de atrapalhar, como tanto fizeram no ano que se foi

Flavio Aguiar - Blogue do Velho Mundo - Rede Brasil Atual -  01/01/2016 


1. Um certo ex-presidente fazer um curso de História do Brasil, e chegar à conclusão que quem nasceu pra fazer ponta em filme alheio jamais chegará a Pedro II, Getulio Vargas, muito menos a Luis Inacio Lula da Silva. Poderia dizer depois, "como é para a felicidade de todos e o bem estar geral da nação, digam ao povo que fico onde estou, na galeria dos personagens à espera de um Oscar de coadjuvante. Ah sim, e que desisto do golpe".

2. O senador Aécio Neves fazer um curso supletivo de humildade, talvez de humanidade, com a Miss Colômbia, que admitiu a derrota depois de ter sido anunciada vencedora, e sair para o abraço - de vencedora, claro, a presidenta Dilma. Mas enfim, isto é difícil. Afinal, quem nasceu pra Aécio Neves nunca chega a Miss Colômbia.

3. O governador Geraldo Alckmin se matricular numa escola pública, das que quis fechar, em qualquer grau, e conviver com os estudantes que mandou reprimir. Sem medo de ser feliz.

4. A presidenta Dilma Rousseff fazer um curso rápido de comunicação na ECA/USP e se convencer que sim, ela tem um projeto próprio, que é dotar o país de uma infra condizente com seu papel mundial e regional, e se dispor a explicar isto pra população, sobrevoando sobre os panelaços que, aliás, não têm o menor sentido. E tem também a falta de comunicação dela e de sua equipe, que também não tem o menor sentido.

5. O deputado Cunha, mais as bancadas da bala, da bíblia e a rural, tomarem uma caravela e partirem com passagem só de ida para algum outro mundo. O universo é vasto e acolhedor. Para todos, um outro mundo é possível. Até pra eles.

6. O vice-presidente Michel Temer ler alguma biografia de outro vice, Café Filho, que aliás, entrou na chapa com Getulio em 1950 pela esquerda, traiu o titular, foi pra direita e entrou para a história como um zero à esquerda. Um? Talvez dois. Se continuar a escrever cartas lamuriosas, Temer arrisca três.

7. O senador José Serra viajar para Brno, na Transilvânia, fechar-se no castelo do Drácula, e permanecer lá num sarcófago cinco estrelas, patrocinado por quem o patrocinou. A abrir em um século e ver o que resta. Chevron na veia.

8. O senador Álvaro Dias (ainda no PSDB) desistir de se candidatar à presidência pelo PV, PSB, ou outra sigla, e se candidatar a lider do coro gregoriano do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Voz ele tem. O canto pode lhe dar conteúdo.

9. A velha mídia brasileira quebrar. Quero dizer, financeiramente. A espinha ela já quebrou. A sua e a dos seus arautos. Bom, quebrada já está. Depende dos favores governamentais e das suas próprias pedaladas nas manchetes.

10. O PSTU se converter ao Hare Krishna, deixar sua pregação a favor do fora Dilma, FHC, FMI, PT, PCO, PCdoB, Evo Morales, Rafael Correa etc. etc., o que seria um bom exemplo para toda a extrema-esquerda, além de ser uma garantia de bom posicionamento na próxima encarnação.

A ver.